Francisco Luís Vieira. Oboé, ensino e partilha.
«A arte, quase sempre, reflete o estado de espírito das épocas e assim vai assumindo diferentes formas de acordo com as mutações da sociedade. Na atualidade, a vida social e a crise de conceitos e valores têm atingido uma complexidade tal que, com otimismo, pode ser que os nossos dirigentes políticos cheguem à conclusão que tem mesmo que haver uma dinamização e um incentivo à cultura. Constituindo a música, de facto, uma força e uma necessidade para a vida de todos os dias, tem havido um meritório trabalho e uma significativa intervenção, no sentido de chamada à música e de cativar públicos, por parte dos artistas e agentes culturais, falta é a parte dos governantes e autarcas. Embora dependa mais da mudança de visão e de mentalidades dos responsáveis políticos, tenhamos a esperança e aguardemos que o ressurgimento do Ministério da Cultura, aliado e complementado com o Ministério da Educação, consigam proceder ao devido apoio e à necessária aposta na educação artística. Ganharíamos todos nós!»
Muito obrigado pelo tempo que nos está a dedicar. Gostávamos de saber como foi o seu percurso inicial na música. Quais as etapas ultrapassadas antes de rumar até à Escola de Música do Conservatório Nacional?
Começo por agradecer o vosso convite para esta entrevista que constitui para mim uma grande honra e não menor responsabilidade. Aproveito desde já para felicitar o XpressingMusic pela nobre missão que tem desenvolvido na informação, promoção e divulgação dos acontecimentos do panorama musical.
Respondendo à primeira pergunta, devo começar por dizer que a minha aprendizagem e vivência musical nos tempos de criança/adolescente, foi muito semelhante à de uma grande parte dos músicos da minha geração, numa época em que as Bandas Filarmónicas eram as entidades que mais contribuíam para despertar o interesse pela música. Dessa forma, pode dizer-se que eram as escolas de música, essencialmente fora dos grandes centros, como Lisboa e Porto. Iniciei-me, com cerca de 10 anos, na Banda de Música da Póvoa de Varzim, da qual o meu pai era membro. Mais tarde, fui para a Banda de Música de Vila Nova de Famalicão, onde permaneci até cerca dos 17 anos de idade. Nesta Banda tive a oportunidade de conhecer alguns músicos profissionais, dos quais fui recebendo aulas particulares. Quando surgiu o concurso de admissão para a Banda Sinfónica da Guarda Nacional Republicana, tive aulas particulares com o Prof. Ilídio Costa, que me preparou para esse concurso e assim fui admitido na referida instituição, com 17 anos, em 1983.
Depois de me mudar de Vila do Conde para Lisboa, já como músico efetivo da Banda Sinfónica da Guarda Nacional Republicana, é que tive a iniciativa de deixar o clarinete e começar a dedicar-me ao oboé. Nesse período, o solista e chefe de naipe dos oboés, era o Professor Lopes da Cruz - também solista na extinta orquestra da RDP -, sendo este oboísta o meu primeiro professor e com quem eu tinha o prazer e privilégio de tocar diariamente, o que me proporcionou uma mais acelerada aprendizagem e rápida evolução. Paralelamente, aos 18 anos, iniciei os meus estudos na Escola de Música do Conservatório Nacional, com o Professor Santos Pinto. Mais tarde, a classe de oboé deste Conservatório fica a cargo do Professor Ricardo Lopes, que passou a ser o meu professor. Depois ingressou o Professor Lopes da Cruz, no Conservatório, que foi o meu orientador até ao final do curso, sendo também o meu professor /chefe de naipe na Banda da GNR. Ao longo deste percurso, integrei a Orquestra Sinfónica Juvenil, na qual fui chefe de naipe durante vários anos, o que me permitiu adquirir uma boa experiência de repertório orquestral, assim como a oportunidade de me apresentar várias vezes como solista, sob a direção do maestro Christopher Bochmann e, uma vez, sob a direção do Professor Andrew Swinnerton. Também nesta fase de estudante, durante vários anos, participei em todos os estágios das orquestras de jovens existentes, nomeadamente Orquestra Portuguesa da Juventude, com o maestro Graça Moura, e Orquestra das Escolas de Música com o maestro Leonardo de Barros. Com esta última, fui 1º oboé durante várias épocas e também me apresentei como solista (duplo concerto de Bach para oboé e violino).
Para além de Lopes da Cruz, Santos Pinto e Ricardo Lopes, há outros nomes indissociáveis do seu percurso formativo?
Para além dos referidos professores de oboé, naturalmente muito importantes no meu percurso de instrumentista, há uma quantidade de nomes relevantes no meu percurso formativo. Como atrás fiz menção, frequentei muitos estágios de orquestra e música de câmara e, nos vários anos, os professores convidados para ministrar, iam mudando. Neste contexto, tive a oportunidade de trabalhar com imensos e distintos músicos/professores como Adácio Pestana, António Saiote, entre outros. Falando em nomes indissociáveis do meu percurso formativo, não posso deixar de referir o maestro Christopher Bochmann, com quem trabalhei e aprendi, em jovem, durante largos anos. Também nos últimos anos, tive a felicidade e oportunidade de trabalhar muitas vezes e em várias circunstâncias, com o maestro Jean-Sébastien Béreau, que representa uma referência e uma influência para mim e com quem se aprende muitíssimo.
Ter entrado para a Escola Superior de Música de Lisboa na classe do professor Andrew Swinnerton foi um fator decisivo para tudo o que veio a seguir?
Não diria que foi decisivo para tudo o que veio a seguir porque o meu ingresso na ESML foi muito depois de ter concluído o curso na Escola de Música do Conservatório Nacional de Lisboa, e já eu tinha tido a oportunidade de ter aulas com o Professor Andrew Swinnerton em estágios e cursos de aperfeiçoamento. Quando fui aluno do Professor Andrew na ESML, já tinha tido o privilégio de tocar ao seu lado, inúmeras vezes e a seu convite, na Orquestra Gulbenkian. Num determinado período também fui suplente na Nova Filarmonia Portuguesa. Passei também pela Sinfonietta de Lisboa. Depois tive também a experiência de tocar regularmente, como convidado, nas várias orquestras: Regie Sinfonia do Porto e, mais tarde, no Teatro Nacional de S. Carlos e na Orquestra Metropolitana de Lisboa.
Dos vários prémios que alcançou, há algum, ou alguns, que tenham um significado mais especial para o Francisco Luís Vieira?
Destacaria o Prémio Jovens Músicos, em 1988, que me permitiu apresentar-me como concertista com a extinta Orquestra da RDP, sob a direção do maestro Silva Pereira, com transmissão em direto pela Antena 2. Recordo muito bem a ansiedade, o nervosismo e o peso da responsabilidade que senti, não tanto no concurso mas muito mais nesse concerto de laureados, com o espaço das Ruínas do Carmo totalmente cheio de público, na sua maioria, músicos!
Como surgiu a oportunidade de, em 1989, ser solista na Orchestre de Jeunes de la Meditérranée sob a direção do maestro Michel Tabachnik?
Nesta data, embora apenas com cerca de 6 anos de oboé, já tinha adquirido uma significativa experiência oboística, tendo em conta a minha participação nas mais variadas formações orquestrais existentes na altura. Estava numa fase de boa forma e, com o natural espírito de aproveitar todas as oportunidades e experiências que iam surgindo, resolvi concorrer e fui admitido para 1º oboé, tal como foram admitidos mais 5 portugueses, de outros naipes, para essa temporada em França. Lembro-me que, para além dos júris estrangeiros, um dos portugueses no júri desse concurso, era o Professor António Saiote.
OboéFagote Ensemble e Ensemble Palhetas Duplas são duas formações que nasceram da sua iniciativa. Considera-se um empreendedor musical? Fale-nos um pouco destes dois projetos e daquilo que significam para si.
Não me parece que essa designação de empreendedor musical me assente bem, embora, com sinceridade, admita que as pessoas vejam em mim uma pessoa dinamizadora, de iniciativa e que gosta de trabalhar com todo o entusiasmo e paixão. O Ensemble Palhetas Duplas já tem cerca de 10 anos e, por isso, estamos em fase de preparação para a realização de um evento/concerto comemorativo do X aniversário. Foi de facto uma iniciativa muito original no meio musical. No momento da fundação do Ensemble, já eu era docente há muitos anos na Escola de Música Nossa Senhora do Cabo (Linda-a-Velha) e também na Escola Profissional de Artes da Covilhã – EPABI. Como sempre tive o espírito de incentivar e envolver os meus alunos em todas as experiências e oportunidades artísticas que iam surgindo [masterclasses, estágios, cursos de aperfeiçoamento, workshops, concursos, concertos] e como sempre tive o gosto de os acompanhar para todo o lado, isso contribuiu significativamente para o meu enriquecimento, no sentido de conhecer muito bem o nível do ensino artístico, quer a nível nacional, quer internacional. Neste contexto e com essa intensa atividade pedagógica, ao constatar a crescente quantidade e qualidade dos oboístas em Portugal, resolvi convidar ex-alunos meus e estender igual convite a outros alunos de nível superior, e outros oboístas já formados, oriundos de outros professores e escolas. Alterando velhos conceitos e atitudes conservadoras no sentido de contrariar a competição negativa ou rivalidade menos saudável, a ideia foi muito bem aceite e sentiu-se uma aproximação e união das classes de várias escolas. O grupo foi ganhando maturidade e começamos a ousar convidar ilustres maestros para nos dirigirem, assim como prestigiados instrumentistas para se apresentarem como solistas com o Ensemble Palhetas Duplas. Foram tantas as individualidades envolvidas neste projeto, que será melhor nem referir nomes, para não correr o risco de esquecer alguém. A verdade é que este Ensemble teve a honra de se apresentar em alguns festivais de música (um deles em Espanha) e em inúmeros e reputados palcos por todo o país. Vários concertos nossos foram transmitidos pela Antena 2. Tal como pessoas já disseram, não será excessiva ousadia reconhecer que Ensemble Palhetas Duplas ficou bem conhecido e se afirmou de forma relevante no panorama musical. Prova significativa disso é as pessoas irem perguntando o que se passa com o Ensemble, pelo facto de ultimamente se verificar diminuída a sua atividade. Eu respondo que tem sido apenas uma pausa mas que brevemente lhe daremos continuidade e nova vida. Também pela razão de eu mudar a minha residência de Lisboa para a minha terra natal – Vila do Conde, recentemente tomei a iniciativa de criar um grupo congénere no Porto – o OboéFagote Ensemble. Este conjunto instrumental, também constituído por oboístas e fagotistas de reconhecido mérito, realizou o seu primeiro concerto no Teatro Municipal de Vila do Conde, onde apresentou obras em 1ª audição absoluta e contou com a direção do nosso primeiro maestro convidado, António Saiote. Pelo ambiente criado, pelo empenho e entusiasmo demonstrados pelos membros deste novo grupo, prevê-se uma rica e interessante atividade do OboéFagote Ensemble.
A sua carreira docente tem sido bastante intensa. Já lecionou em vários pontos do país... Por onde já passou enquanto professor? E neste momento, onde se encontra a lecionar?
Fui professor de oboé no Conservatório de Música de Coimbra, na Academia de Música de Almada, no Conservatório Regional de Castelo Branco, no Collegium Musicum de Seia, no Conservatório Metropolitano de Lisboa, na Escola de Música Nossa Senhora do Cabo (Linda-a-Velha) e no Conservatório de Música D. Dinis. No ensino superior, também tive a experiência de lecionar na Academia Nacional Superior de Orquestra, embora por pouco tempo, e na Universidade de Évora onde lecionei oboé e música de câmara. Recentemente comecei a lecionar no Conservatório de Música da Covilhã e no Conservatório de Música de S. José da Guarda. Na EPABI-Escola Profissional de Artes da Covilhã, estou desde a sua fundação (1992), onde sempre permaneci e atualmente leciono oboé, música de câmara, orquestra de sopros e exerço a função de diretor artístico.
Temos tido o privilégio de assistir ao orgulho que demonstra pelas carreiras dos seus antigos e atuais alunos. Não se consegue desligar daqueles com quem partilha conhecimento?
À semelhança de muitos professores, assumo a satisfação e orgulho por assistir a brilhantes carreiras de alguns antigos alunos. Esta satisfação e orgulho não é apenas pelos alunos que mais se têm destacado mas sim por todos eles porque, com sinceridade, sempre me foi e é reconhecida a minha dedicação, entrega e empenho nesta nobre missão de ensinar. Admito que tenho uma forte e especial ligação com os alunos (atuais e antigos). E isso é recíproco, como já tiveram oportunidade de constatar, pelas entrevistas dadas por alguns dos meus antigos alunos, nomeadamente Christopher Koppitz e João Barroso (e refiro estes nomes por terem sido entrevistados pelo XpressingMusic).
Podemos falar de uma escola de oboé portuguesa, um pouco à semelhança do que acontece com o clarinete que está intimamente ligado à figura do professor António Saiote?
Bem... nem pensar em colocar-me em tão alto patamar como o do Professor António Saiote, no qual se justifica a aplicação dessa expressão “escola de”! A aplicar-se no caso dos oboés, teríamos que falar, por exemplo, no Professor Ricardo Lopes que, no nível superior- ESMAE, tem desenvolvido um trabalho absolutamente fantástico, isto sem diminuir o excelente trabalho de outros vários professores. O que acontece no caso dos oboés é que, felizmente, têm surgido muitos e extraordinários oboístas oriundos de vários professores. E é neste contexto que me incluo como professor que, sem falsa modéstia, tem “produzido” uma significativa quantidade e qualidade de alunos que se vão espalhando/distribuindo pelas várias escolas superiores do país e estrangeiro. Alguns deles estão perfeitamente integrados no mercado de trabalho dos países onde estão. Outros antigos alunos meus são instrumentistas que se apresentam regularmente integrados nas várias orquestras portuguesas, realizam recitais a solo e em música de câmara e são professores de oboé pelas instituições de ensino artístico existentes por todo o país. Vários destes alunos foram/são os meus substitutos das escolas/conservatórios por onde passei e que atrás referi.
Tem percorrido vários países tocando com as mais diversas formações e orquestras. Há algumas experiências que o tenham marcado definitivamente?
Num percurso de tantos anos, com a felicidade de ter vivido tantas e tão ricas experiências artísticas, é muito difícil escolher as que mais me marcaram. Vou referir apenas alguns momentos que me ocorrem e nunca esqueço...
Em 1989, concerto no Palácio dos Festivais de Cannes, em França (orquestra, coro e fantásticos solistas cantores), sob a direção de Andrea Giorgi. O Estágio realizado na Grécia, com a Orquestra Sinfónica Juvenil. O Concerto realizado na Suécia, no âmbito de um intercâmbio com a Escola de Música Nossa Senhora do Cabo. Os concertos realizados com a Banda Sinfónica da Guarda Nacional Republicana, na Suíça, Itália e Luxemburgo. Mas cá, em Portugal, naturalmente também não posso esquecer os momentos em que, integrado em orquestra sinfónica, acompanhei solistas como Maria João Pires, Pedro Burmester, Itzhak Perlman, Maxim Vengerov, José Carreras, entre muitos mais.
Quantos projetos abraça atualmente enquanto performer?
Atualmente tenho participado em algumas orquestras formadas ad hoc. Faço parte de uma orquestra recentemente criada no Porto - Sinfonietta. Vou realizando recitais, integrado em grupos de música de câmara. Tenho também o Ensemble Palhetas Duplas e o novo projeto OboéFagote Ensemble, onde sou oboísta e responsável artístico. Mas, neste momento, o meu maior compromisso e que me absorve mais tempo é a EPABI – Escola Profissional de Artes da Covilhã, onde trabalho também como diretor artístico, em conjunto com o diretor pedagógico, Professor Pedro Leitão. Esta prestigiada instituição de ensino tem uma atividade muitíssimo intensa. Como é normal numa escola profissional, os nossos alunos participam nos mais variados concursos externos, sempre em coordenação com a agenda escolar. Para além das aulas, a EPABI envolve-se em variados eventos e promove muitos concertos com as várias formações artísticas – grupos de música de câmara, orquestra de cordas, orquestra sinfónica, big band, orquestra de sopros júnior, orquestra de sopros, coro, orquestra de guitarras. Temos também a organização do ciclo de masterclasses de todos os instrumentos e dos estágios das várias formações artísticas / orquestras, atrás referidas. Estabelecemos protocolos e parcerias com várias entidades: Câmaras Municipais, Bandas Filarmónicas, Escolas e Conservatórios nacionais e estrangeiros, entre outras entidades culturais e instituições locais.
A sua ligação à organização de cursos, masterclasses e outros eventos formativos tem sido uma constante. Ainda tem muitos projetos por concretizar?
É verdade que nas várias escolas por onde lecionei, sempre procurei desenvolver variados eventos pedagógicos e intercâmbios no sentido de promover e intensificar o gosto pela aprendizagem da música e do oboé. Também em conjunto com os membros do Ensemble Palhetas Duplas e outros oboístas e fagotistas, foram realizados alguns relevantes eventos formativos com a participação de reputadas individualidades, nacionais e internacionais. Ideias e projetos por concretizar... haverá sempre!
Quais os principais conselhos que costuma deixar aos seus alunos?
Costumo dizer que as estratégias pedagógicas vão variando consoante o aluno que temos. Cada aluno tem as suas características e, por isso, a “receita” e a psicologia não deve ser igual para todos, assim como os conselhos não podem ser os mesmos para todos. Neste sentido, sempre senti e sinto que a função de professor é de uma enorme responsabilidade. Se não estivermos atentos e se não formos vocacionados para o ensino, podemos, com facilidade, correr o risco de destruir um aluno. Neste contexto e sem falsa modéstia, confesso que me sinto vocacionado, mais especificamente para o nível médio. Gosto muito do processo evolutivo dos alunos que os leva até ao nível superior. Costumo dizer que nesta fase temos que ser o professor, o formador, o orientador e o educador, dentro e fora das salas de aulas. Penso que já lá vai o tempo em que, negativamente se dizia: “os músicos só sabem tocar... os artistas não sabem fazer mais nada...”! Não! Pela minha parte, também gosto de os ajudar a construir a sua personalidade e a sua forma de estar na música e até a forma de encarar e exercer a vida, dando a devida e indispensável importância ao desenvolvimento intelectual, à cultura geral e aos valores éticos.
Muito obrigado por este tempo que dedicou aos nossos leitores. Para terminarmos, gostávamos que nos deixasse a sua opinião relativamente ao período que a cultura e a educação artística vivem em Portugal.
No evoluir dos tempos, a expressão artística vem assumindo funções distintas, mas há uma que permanece: o desenvolvimento humano. A arte, quase sempre, reflete o estado de espírito das épocas e assim vai assumindo diferentes formas de acordo com as mutações da sociedade. Na atualidade, a vida social e a crise de conceitos e valores têm atingido uma complexidade tal que, com otimismo, pode ser que os nossos dirigentes políticos cheguem à conclusão que tem mesmo que haver uma dinamização e um incentivo à cultura. Constituindo a música, de facto, uma força e uma necessidade para a vida de todos os dias, tem havido um meritório trabalho e uma significativa intervenção, no sentido de chamada à música e de cativar públicos, por parte dos artistas e agentes culturais, falta é a parte dos governantes e autarcas. Embora dependa mais da mudança de visão e de mentalidades dos responsáveis políticos, tenhamos a esperança e aguardemos que o ressurgimento do Ministério da Cultura, aliado e complementado com o Ministério da Educação, consigam proceder ao devido apoio e à necessária aposta na educação artística. Ganharíamos todos nós!
Grato pelo vosso interesse. Felicitações.
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