Os Amigos do Zeca continuam a valorizar a música e os valores de José Afonso. Assim, a aposta na juventude e a passagem de testemunho continuam a constituir-se como pilares fundamentais do projeto. Desde 2009, "Mário Mata e os Amigos do Zeca" têm trabalhado numa perspetiva de preservar o equilíbrio entre os arranjos originais de José Afonso, Ricardo Dias (redondo vocábulo) e os seus próprios contributos.

A base desta formação em palco é constituída por Mário Mata (voz e guitarra), o Maestro Paulo Bernardino (piano, sintetizador e acordeão), Toninho Varela (baixo), Miguel Veras (guitarras), David Cruz (viola, cavaquinho e voz), Alexandre Reis (bateria), Jorge Duarte (vozes e percussões), Magda Lopes (Harpa), Bárbara Braga e Mafalda Duarte (vozes). Quem dá a voz às baladas e aos fados de Coimbra é Rui Seoane.

Francisco Fanhais e Rui Pato, companheiros de palco de Zeca Afonso, são alguns dos interlocutores da Música Popular Portuguesa que têm colaborado com "Mário Mata e os Amigos do Zeca". Participam ainda, pontualmente, neste espetáculo, cantores como José Barros, António Dinis e António Ataíde.

Em novembro de 1985 José Afonso dizia numa entrevista a Viriato Teles do Se7e: "Eu sempre disse que a música é comprometida quando o músico, como cidadão, é um homem comprometido. Não é o produto saído desse cantor que define o compromisso mas o conjunto de circunstâncias que o envolve com o momento histórico e político que se vive e as pessoas com quem ele priva e com quem ele canta".

Ainda nos dias que correm a mensagem de José Afonso é atual e a sua música muito solicitada. A sua vasta discografia é muito procurada. Os principais discos de José Afonso têm sido reeditados em CD.

"Mestre incontestado da canção popular portuguesa, simultaneamente um genial autor e intérprete de canções, cidadão exemplar e incansável lutador pela liberdade e pela justiça no contexto da ditadura salazarista, mas também no pós 25 de Abril, a sua vasta obra discográfica, iniciada em 1953 e terminada em 1985, constitui um manancial inesgotável de inspiração e de aprendizagem.

«José Afonso é o nosso maior cantor de intervenção!»
Este elogio tão consensual e aparentemente tão generoso é a forma mais eficaz de liquidar a obra do grande mestre da música popular portuguesa, no que ela tem de universal e de artisticamente superior.
Arrumar José Afonso na gaveta da canção de intervenção, é não compreender que a dimensão da sua obra está ao nível do que de mais importante se fez na música popular universal do século XX.
José Afonso deixou-nos em 1987. Num país tremendamente desculturado e desatento foi preciso esperar quase um quarto de século para ver aparecer o presente trabalho, que reúne as partituras de todas as 159 canções que gravou, com as respetivas letras e cifras, excetuando apenas os fados de Coimbra de autoria alheia que interpretou.
Esperamos que este José Afonso — Todas as Canções possa contribuir para um melhor conhecimento e estudo deste precioso património".

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