7º Festival de Percussão e Bateria de Lavra foi assim
Um festival que encheu de satisfação as centenas de pessoas que estiveram esta tarde no auditório Mário Rodrigues Pereira em Lavra - Matosinhos.
Tudo começou no exterior com uma largada de balões. Depois foram os batimentos do grupo de percussão tradicional Lacs'Bum que funcionaram como antevisão do que ainda estava para vir.
Já no interior do auditório, o público pôde assistir à entrada da Orquestra de percussão da Escola de Música de Lavra por uma das portas laterais. Ininterruptamente tocaram até chegarem ao palco onde interpretaram mais alguns desenhos rítmicos sob a direção do professor Francisco Lima.
Seguiu-se a entrega dos prémios aos vencedores do concurso "À Procura do Teu Tambor". A cada entrega de prémio seguiu-se a respetiva atuação do vencedor. Assim, em primeiro lugar, atuou Gonçalo Albino, um jovem de 12 anos que impressionou a plateia devido à enorme maturidade, técnica e musicalidade demonstrada tendo em conta a idade. Rúben Dinis, vencedor da categoria "maiores de 18", foi o baterista que se seguiu com uma performance repleta de força mostrando uma enorme personalidade. Detentor de um som forte e gordo, Rúben Dinis mostrou na, pouco habitual, forma de tocar com a mão direita na tarola uma considerável singularidade. A mão esquerda nos pratos, foi-lhe conferindo ao longo da performance uma vantajosa liberdade ao percorrer sem obstáculos outras peças da bateria.
Paulo Nogueira subiu ao palco para anunciar Sérgio Nascimento, não sem antes enaltecer o papel dos parceiros na concretização de um evento com estas dimensões. Sérgio Nascimento trouxe ao Festival de Percussão e Bateria de Lavra uma original atuação. A proposta trazida pelo Sérgio constou na simbiose entre os seus batimentos e a projeção de um pequeno filme de animação. Dos seus batimentos dependia cada frame do filme. Som e originalidade aliados à técnica confirmaram a qualidade e a maturidade musical que há muito são reconhecidas no músico Sérgio Nascimento que tem tocado ao lado de nomes como Sérgio Godinho, David Fonseca, Deolinda, Humanos, entre outros.
Jost Nickel trouxe um discurso de bateria coerente, sólido e apoiado numa sonoridade irrepreensivelmente bem conseguida. O som cheio que extrai de cada timbalão e tarola respira no recorte perfeito que pratica em cada um dos seus pratos. Quando explode com fortes e rápidos ostinatos e rudimentos, o seu semblante transparece a mesma calma e serenidade que mostra quando cai nos mais intimistas pianíssimos. Aliás, a forma como explora os aspetos dinâmicos é incrivelmente perfeita revestindo de cor os seus ritmos não deixando ninguém indiferente. Das várias dicas deixadas ao longo da sua performance, sobressaiu a imensidão de soluções que podem advir da exploração de um simples "Paradidle". Mostrou desta forma que, de um simples exercício, podem nascer ritmos fantásticos. Ainda nesta lógica aguçou a reflexividade e criatividade dos presentes deixando implícito que muitas vezes não se exploram todas as possibilidades de cada exercício.
Deste 7º Festival de Percussão e Bateria de Lavra fica a certeza de que quem veio vai querer voltar. No final Francisco Lima mostrou-se bastante orgulhoso de tudo o que foi acontecendo nesta tarde de sol em Lavra.
Deste dia ainda teremos réplicas expressas nas entrevistas que realizámos e noutros conteúdos.
O XpressingMusic – Portal do Conhecimento Musical não pode deixar de agradecer à organização que, desde a primeira hora, disponibilizou todos os meios para que esta cobertura fosse possível.
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