"Os músicos que me encomendam um instrumento, normalmente, conhecem o meu trabalho, seja porque já tiveram oportunidade de experimentar um dos meus instrumentos ou porque os ouviram em algum concerto. É importante, para mim, falar com os músicos e ouvi-los tocar - se possível em ensaios ou concertos - para perceber o que procuram e, na medida das minhas capacidades, responder a essa necessidade. É muito difícil trabalhar para alguém que não conheço. Por isso, entre o momento em que me encomendam um instrumento e o dia em que começo a sua construção, encontro maneira de me encontrar com o músico, de lhe dar a experimentar um ou mais instrumentos, conversar sobre esta experiência e ouvi-lo depois em concerto ou em disco. Não faço apenas um só tipo de violino, de viola de arco ou de violoncelo. Dos meus anos de reparação, guardei o hábito de me adaptar aos desejos dos meus clientes, a uma maleabilidade que me parece ser importante nesta relação complexa e apaixonante que existe entre músico e luthier".