Patterns of Connection: Instrumental Music 1962-2017


Patterns of Connection: Instrumental Music 1962-2017

Patterns of Connection

Instrumental Music 1962-2017

Michael Parsons

Apartment House; Philips Thomas

Huddersfield Contemporary Records
HCR15CD

2017 / 2 CD


O registo fonográfico do repertório contemporâneo, e, por conseguinte, do retrato sonoro da composição do nosso tempo, tem sido, em grande medida, assegurado por diversos projectos editoriais especializados nesse nicho de mercado que assume, cada vez mais, um mérito incontestável e, muitas vezes, subvalorizado.
Um dos exemplos mais recentes dentro deste contexto é a acção da Huddersfield Contemporary Records, com um catálogo de encher os ouvidos!
Patterns of Connection, publicado em 2017, consiste num álbum duplo que reúne uma antologia de música instrumental de Michael Parsons (1938-), composta entre os anos de 1962 e 2017, nomeadamente composições de câmara para formações variadas, a par com um corpus significativo de música para piano a cargo de Philip Thomas.
A música para ensemble está a cargo de Apartment House, agrupamento inglês especializado na interpretação de música contemporânea que tem assumido uma grande actividade nas últimas duas décadas. A escrita de Parsons para ensemble caracteriza-se, de uma forma genérica, pela conjugação de modelos de conjuntos clássicos de cordas e sopros com o recurso a teclados eletrônicos e a constante presença de percussão (com a participação do próprio compositor como um dos intérpretes nesta edição). O repertório reunido neste disco reflecte de forma tácita uma escrita musical baseada em princípios como a manipulação da altura sonora e estruturas rítmicas de base que vão sendo trabalhadas numa constante metamorfose, em simultâneo com uma exploração dos recursos tímbricos e sonoros dos instrumentos, que se torna um recurso omnipresente.
A grande pecha desta edição reside, para infortúnio de quem quer saber um pouco mais sobre a nova música e os compositores do nosso tempo, num booklet simplista, com parcas notas auxiliares que acabam por não ser proporcionais à envergadura que uma edição desta natureza poderia assumir.
O som, de grande fidelidade e proximidade, torna-se demasiado intimista, sentindo-se, numa escuta contínua, a falta de uma atmosfera sonora mais airosa. Em todo o caso, o detalhe e recorte sonoros são assinaláveis.
Um trabalho de imprescindível valor para alargar o conhecimento da produção musical do nosso tempo, bem como para valorizar a iniciativa de fixação sonora da sua intepretação.

Performance:

Qualidade Sonora / Recording:

Aparato Editorial / Artwork & Texts:

Tiago Manuel da Hora

Tiago Manuel da Hora

Produtor e Musicólogo, autor de várias publicações, rubricas e argumentos para espetáculos musicais. Com uma intensa actividade no ramo da produção discográfica, assinando edições nacionais e internacionais, tem sido também responsável pela criação, direcção artística e produção de diversos concertos e espetáculos. É investigador do INET-MD da Universidade Nova de Lisboa, onde dedica as suas atenções ao estudo da produção discográfica.

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