XpressingMusic entrevista o Maestro Fernando Marinho
Natural de Amarante, onde iniciou os seus estudos musicais, Fernando Marinho é diplomado com o curso de flauta do Conservatório de Música do Porto, licenciado pela Escola Superior de Música de Lisboa e mestrando pela Academia Nacional Superior de Orquestra. O nosso entrevistado é ainda Licenciado em Ensino Básico e foi bolseiro do Programa Erasmus ao abrigo do qual estudou pedagogia musical na Paedagogische Akademie der Dioseze Linz (Áustria). Paralelemente, frequentou aulas como aluno externo no BrucknerKonservatorium Linz. Como flautista desenvolve uma atividade intensa, como solista ou em orquestra, tendo tocado com a Orquestra Gulbenkian, Orquestra Metropolitana de Lisboa, Orquestra do Algarve, Orquestra do Norte, Remix Ensemble, Orchestre d'Harmonie de Jeunes de l'Union Européenne, Orquestra Sinfónica Juvenil, Orquestra Nacional de Sopros dos Templários, entre muitas outras. Fernando Marinho foi ainda solista da Banda Sinfónica da P.S.P.
O Maestro Fernando Marinho é Natural de Amarante, onde iniciou os seus estudos musicais, é diplomado com os cursos de flauta do Conservatório de Música do Porto e da Escola Superior de Música de Lisboa e Academia Nacional Superior de Orquestra. Considera que o facto de não ter nascido num grande centro como Lisboa ou Porto poderá ter condicionado de alguma forma a sua evolução enquanto músico?
Mentir-lhe-ia se dissesse que o facto de ter nascido em Amarante, fora da proximidade desejada de um grande centro, não tenha condicionado a minha evolução enquanto músico. Em 1985, quando comecei a aprender música na Banda Musical de Amarante, os 60 km que me separavam do Porto, onde existia a escola oficial de música mais próxima, não eram fáceis de realizar, nomeadamente para um miúdo com 6 anos. Aprendi, na escola de música da filarmónica da minha terra que, obviamente, a partir de certa altura era limitada para as minhas pretensões. Durante muito tempo fui o único flautista na zona. Só aos 15 anos tive a primeira aula com um professor de flauta!
Podemos dizer que existem dois “Fernandos Marinhos”, o instrumentista e o Maestro?
É uma afirmação possível de se fazer, apesar de algumas pessoas me conhecerem mais como flautista e outras mais como maestro. Eu, pessoalmente, gosto de me apresentar como músico.
Sabemos que, como flautista desenvolveu uma atividade intensa, como solista ou em orquestra, tendo tocado com a Orquestra Gulbenkian, Orquestra Metropolitana de Lisboa, Orquestra do Norte, Remix Ensemble, Orchestre d'Harmonie de Jeunes de l'Union Européenne, Orquestra Sinfónica Juvenil, Orquestra Nacional de Sopros dos Templários, entre muitas outras, e foi solista da Banda Sinfónica da P.S.P. Quando surge o gosto pela direção? O que o levou a enveredar pela carreira de Maestro?
Acho que desde os primeiros passos musicais tive o gosto pela direção. Algumas das recordações mais antigas que tenho da minha infância são em frente ao espelho, com o “pauzinho” que servia para limpar o meu instrumento a servir de batuta, a tentar dirigir as (poucas) gravações que tinha de música clássica. Obviamente que tudo soava muito bem...
A carreira de maestro, como qualquer uma, não é fácil. Fundamentalmente, o que me levou a enveredar por esta carreira foi, além da Música em si, o gosto por comunicar, liderar e partilhar. O sentimento de partilha é, na minha opinião, o mais importante para se vingar nesta carreira.
Pode partilhar com os nossos leitores o que sentiu quando se apresentou a solo com a Orquestra de Sopros da Escola superior de Música de Lisboa ou com Banda Sinfónica da P.S.P. ou ainda com a Banda Sinfónica Portuguesa.
Existem várias formas de um instrumentista se expressar: recitais a solo, música de câmara... O “concerto a solo” é um ponto alto para qualquer músico. Essas oportunidades que tive de tocar a solo, além do sentido de responsabilidade e nervosismo inerentes, proporcionaram-me grandes momentos de orgulho e glória.
Sabemos que foi vencedor do 1º Prémio Jovens Instrumentistas do Marão – Adesco e do 3º Prémio Jovens Músicos da RDP em Música de Câmara – Nível Superior. O que podem significar os prémios para um jovem músico?
Os prémios são um reconhecimento, perante um júri, do trabalho realizado no dia-a-dia.
Qual a importância que tiveram para si nomes como Jean-Marc Burfin, Jan Cober, Zuid-Nederlandse Hogeschool voor Muziek?
Jan Cober foi o meu professor de direção durante os meus estudos na Holanda e que me marcou, como maestro e como músico. Jean-Marc Burfin é meu professor atualmente. É um professor extraordinário, com uma exigência e perfeição sublime, que me ajuda constantemente a resolver os problemas inerentes à minha atividade e aprendizagem.
Quer destacar mais algum nome que tenha tido relevância na sua carreira?
Além das pessoas mais próximas que me rodeiam, que sempre me apoiaram, quero dar destaque a todos os professores que, de uma maneira mais ou menos direta, tiveram influência na minha aprendizagem.
Das várias orquestras que dirigiu, destaca alguma ou algumas?
Todas as Orquestras que dirigi foram importantes para mim. Obviamente, por razões diversas. É naturalmente diferente dirigir uma orquestra amadora ou académica de uma orquestra profissional, mas todas elas são de destacar.
Tem algum conselho para os jovens que agora iniciam a sua aprendizagem musical?
O melhor conselho que posso dar é muito trabalho, estudo e dedicação.
Pode abrir um pouco do seu livro de projetos futuros? É naturalmente diferente dirigir uma orquestra amadora ou académica de uma orquestra profissional.
Sem dúvida que é diferente. Obviamente que acalento o sonho de poder dirigir um agrupamento profissional. No entanto, os projetos futuros incidem na sedimentação de três aspetos fundamentais da vida: pessoais, académicos e profissionais.
Muito obrigado por ter acedido à nossa proposta de entrevista. Da parte do XpressingMusic deixamos aqui os votos de muitos sucessos pessoais e profissionais.
Eu é que agradeço a oportunidade que me deram de expressar a minha experiência. Louvo o trabalho do XpressingMusic no sentido de procurar desenvolver a Música.
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