Myles Sanko: a entrevista antes dos concertos em Portugal
Gosta de cozinhar, de saborear frango de churrasco português e não conhece nenhum músico do nosso país, no entanto, Myles Sanko está ansioso por vir mostrar a sua música nos dias 18 e 19 de fevereiro no Musicbox e na Casa da Música. Na sua música diz estarem presentes diversas influências que refletem a sua admiração por nomes como «Otis Redding, Bill Withers, Shuggie Otis, Al Green, Terry Callier, Joe Bataan, Minnie Riperton, James brown, Stevie Wonder, The Doors, Jimmy Hendrix, Syl Johnson, Rolling Stones, John Legend, Gregory Porter e muitos outros!». Quando perguntámos se os clubes londrinos Ronnie Scott’s e o Jazz Café também funcionaram como uma escola para Sanko, este não hesitou em concordar acrescentando que «passaram por esses locais icónicos inúmeros grandes músicos que eu respeito e admiro. Assim, partilhar aqueles palcos, onde eles já estiveram, dá-nos confiança e faz-nos sentir como se já fizéssemos parte daquele grupo restrito: “Estou no meu caminho!”».
Vai brindar-nos com dois concertos em Portugal. Como caracteriza estes concertos que nos traz?
Bem, todos os meus concertos estão repletos de sentimento e paixão pela Soul e pelo Jazz. Eu pretendo conectar-me com o meu público e cantar com eles, não com a mente, mas com o coração.
A sua música vai buscar influências diversas... Quais as principais influências que a sua música evidencia?
A minha música traz influências de alguns grandes nomes como Otis Redding, Bill Withers, Shuggie Otis, Al Green, Terry Callier, Joe Bataan, Minnie Riperton, James brown, Stevie Wonder, The Doors, Jimmy Hendrix, Syl Johnson, Rolling Stones, John Legend, Gregory Porter e muitos outros!
Com que idade começou a aprender música? Como foi o seu percurso de aprendizagem musical?
O meu gosto pela música começou com as inúmeras horas passadas a tocar djembe com o meu tio em África, que na época era um baterista e me ensinou os ritmos dos meus antepassados africanos. Na década de 90, quando os meus pais se divorciaram, eu mudei-me para a Cambridge para continuar os meus estudos, e foi lá que eu encontrei o amor pelo hip-hop e comecei a estudar a arte de fazer rap. Entretanto comecei a escrever os meus próprios raps, e fazer sampling de discos de funk da “old school” e a gravar os meus próprios mix-tapes que eu vendia aos meus amigos cada vez que visitava o Gana. Aos quinze anos eu criei para mim um projeto e um nome a nível local e comecei a organizar os meus próprios espetáculos de talentos onde convidava alguns dos melhores rappers do Gana para cabeças de cartaz.
Há quinze anos atrás eu montei o meu primeiro estúdio caseiro e comecei a aprender a produzir a minha própria música e, enquanto o fazia, deparei-me com a paixão de cantar. Assim, percebi que podia expressar-me e transmitir as minhas emoções de uma forma totalmente diferente daquela a que eu estava habituado. Gostava de ir a clubes e perguntar aos DJ’s se tinham microfone para que eu pudesse usar as minhas habilidades de “free-styling” rap para cantar a noite toda e dar-me a conhecer. Ao fazer isso, eu ganhei a confiança e a capacidade para me conectar com o público.
Podemos dizer que os clubes londrinos como o Ronnie Scott’s e o Jazz Café também funcionaram como uma escola para o Myles Sanko?
Sim, sem dúvida. Passaram por esses locais icónicos inúmeros grandes músicos que eu respeito e admiro. Assim, partilhar aqueles palcos, onde eles já estiveram, dá-nos confiança e faz-nos sentir como se já fizéssemos parte daquele grupo restrito: “Estou no meu caminho!”.
Há nomes que não esquecerá, pelo contributo que lhe deram no sentido de se tornar um artista mais completo? Elege alguns mestres que tenham passado pela sua carreira?
Trabalhar com a Miss Martha High (James Brown’s Soul Sister) foi um ponto alto e essa experiência fez-me ver o significado daquilo que é ser um verdadeiro músico. Ela encheu-me de elogios, o que demostrou uma enorme humildade da sua parte!
Como surgiu a oportunidade de fazer uma digressão com o Gregory Porter? O que significou para si esta experiência?
Fui convidado para participar com o Gregory Porter na sua tournée na Alemanha, em dezembro 2014. Foi uma oportunidade muito boa, uma vez que eu sou um fã do seu trabalho. O Gregory e a sua equipa pensaram que eu seria uma grande aposta para apoiá-lo e eles não estavam errados. A experiência foi absolutamente um “abre olhos“ para me ajudar a ver o que também posso alcançar como cantor soul/jazz nos tempos de hoje. Uma vez que nós partilhamos os mesmos fãs, agora eu só tenho que lhos roubar todos... (risos)
Na sua opinião quais as principais diferenças entre os álbuns Forever Dreaming e Born In Black and White?
Bem, "Born In Black and White" foi uma declaração da música com ritmo elevado que diz “aqui estou mundo” e "Forever Dreaming" foi uma viagem através de minhas emoções, olhando para o passado. Com este álbum quis capturar um som vintage e continuar a contar histórias com a minha música.
Sabemos que tem um novo disco em preparação. Pode falar-nos um pouco desse trabalho?
Sim, é verdade. Eu começo a gravar esta semana, o que é muito emocionante. Haverá mais Jazz neste novo álbum. Também será um regresso às minhas origens com um pouco de hip-hop Groove a juntar a uma boa dose de Soul. O título do álbum será "Just Being Me". Mal posso esperar para partilhá-lo com os meus fãs.
Obrigado por este tempo que dedicou aos nossos leitores. Para terminar vamos deixar algumas perguntas para respostas rápidas.
Gosta de ler?
Não, prefiro aproveitar o meu tempo a ouvir música.
Qual o seu passatempo preferido?
Cozinhar.
Admira algum músico português?
Na verdade eu não conheço nenhum, mas tentarei descobrir alguns esta semana.
Qual o seu prato preferido?
Frango de churrasco português.
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