Jorge Nunes fala-nos do “Outro Fado” que será apresentado a 21 de dezembro em Lisboa
"Na música, em geral, tenho uma grande admiração e, de certa forma, alguma influência do Rui Veloso, do Pedro Abrunhosa, do Sérgio Godinho e do Jorge Palma. Grandes músicos, grandes compositores, que muito deram e dão à música Portuguesa. No Fado, fadistas como Amália Rodrigues, Fernando Maurício, Argentina Santos, Celeste Rodrigues, entre outros, fizeram com que me apaixonasse pelo fado e assim se tornasse na minha música de eleição. Hoje acrescento a estas referências o Ricardo Ribeiro, a Carminho, a Ana Moura, o Camané, o Carlos do Carmo, a Raquel Tavares, e mais outros com quem aprendo e tento evoluir a cada vez que os ouço". Jorge Nunes
Jorge Nunes, muito obrigado por este momento de partilha que nos concede. Quando percebeu que tinha dentro de sei o dom de ser fadista?
Eu é que agradeço a oportunidade. Acredito que sempre o tive, sempre senti o Fado como a minha música, mas apenas o "descobri" há cerca de 6, 7 anos quando comecei a cantá-lo com mais frequência.
Ser filho do Jorge Fernando responsabiliza-o?
Claro que sim, e muito me orgulha esta responsabilidade, é sinal que o meu Pai é respeitado como grande artista que é nas várias vertentes que o caracterizam e distinguem. No entanto considero que teria a mesma responsabilidade de qualquer forma, porque é esse compromisso, essa responsabilidade que tenho para com quem me ouve, para com quem me acompanha e me motiva a ser sempre melhor.
Qual a razão do título deste álbum? Porquê "Outro Fado"?"Outro Fado" por ser a forma encontrada de em poucas palavras me definir e caracterizar até chegar a este trabalho. Por não ter crescido e evoluído nessa que é a grande escola do Fado, as casa de Fado. No sentido de todo o percurso que faço até chegar a este álbum ser completamente "alheio" ao fado.
Pode falar-nos um pouco do espetáculo que aí vem?
Será a apresentação do "Outro Fado", vou cantar os temas do disco com algumas participações especiais, como Celeste Rodrigues, Jorge Fernando e Ana Lúcia que muito me honram. Irei também cantar alguns dos temas com os quais comecei a cantar e que por isso faz todo o sentido que os cante, uma vez que foram esses temas que me deram a conhecer.
A presença do Jorge Fernando e da Ana Lúcia neste espetáculo é algo que lhe trará um sabor especial? São sem dúvida presenças obrigatórias... Concorda?
Concordo plenamente, partilhar o palco com os meus maiores cúmplices é sempre muito especial. A Ana por tudo o que representa na minha vida e por se ter tornado a minha poetisa para as composições que faço. O Jorge Fernando por ser o grande responsável por estar aqui, pro ser a minha referência e ser a minha grande inspiração. Não posso deixar de referir a presença especialíssima da Dona Celeste Rodrigues que foi a impulsionadora deste projeto ao "picar" o produtor para a gravação deste disco, e que é para mim uma grande referência do Fado, é o Fado!
Os músicos Henrique Leitão, Gustavo Roriz e Bernardo Viana, são os mesmos que o acompanharão em tournée?
Sim, esta será a família que estará comigo e é com muito orgulho, dizer que posso contar com eles. Para além de seres humanos fantásticos são músicos extraordinários. No entanto, não posso deixar de mencionar o Pedro Viana, o André Ramos e o Máximo Ciuro que também fazem parte da equipa.
Para além deste espetáculo de apresentação do disco, já há mais datas agendadas?
Estamos a elaborar um plano de agenciamento internacional. Estive representado pela minha manager, no mês passado, na Womex, e já estão a ser realizados contactos e acordos com agentes de vários países. Temos já previsto para o ano que vem ida à India, no início do ano, onde efectuarei dois concertos e estamos a preparar e a querer levar o "Outro Fado", a cada cantinho deste país. Brevemente estaremos no Alentejo...
O Fado está na moda? Como caracteriza o momento que vivemos em torno de uma consensualidade relativamente ao valor patrimonial do fado?
Está, é um facto! Na minha opinião a elevação do fado a património imaterial da humanidade rejuvenesceu o fado a todos os níveis. Surgem jovens com grande potencial, com muito talento que garantem e asseguram a continuidade da nossa música. Grandes vozes, grandes músicos, e muita gente jovem nas casas de fado. É muito importante manter vivo o Fado. O Fado é nosso. Foi-nos "deixado" como herança por grandes nomes da nossa cultura (Fadistas, Músicos, Poetas). Hoje temos igualmente grandes nomes que o mantêm vivo e com grande nível e no futuro, pelo que já se vê hoje em dia, estará bem entregue e bem representado.
Para além do seu pai, houve certamente outras referências da música, em geral, e do fado, em particular, que o influenciaram. Quais as suas maiores influências?
São várias as referência que tenho e que me influenciaram e influenciam, na música, no fado.
Na música, em geral, tenho uma grande admiração e, de certa forma, alguma influência do Rui Veloso, do Pedro Abrunhosa, do Sérgio Godinho e do Jorge Palma, grandes músicos, grandes compositores, que muito deram e dão à música Portuguesa. No Fado, fadistas como Amália Rodrigues, Fernando Maurício, Argentina Santos, Celeste Rodrigues, entre outros, fizeram com que me apaixonasse pelo fado e assim se tornasse na minha música de eleição. Hoje acrescento a estas referências o Ricardo Ribeiro, a Carminho, a Ana Moura, o Camané, o Carlos do Carmo, a Raquel Tavares, e mais outros com quem aprendo e tento evoluir a cada vez que os ouço.
Qual o presente que mais gostava de ver no seu sapatinho neste Natal?
Gostava de ter uma agenda cheia para o próximo ano, para poder levar o "Outro Fado" a todos.
Muito obrigado por este tempo que nos dedicou. Para terminarmos, gostaríamos de lhe deixar meia dúzia de questões para resposta rápida.
Qual o seu livro favorito?
"Anjos e Demónios", de Dan Brown.
Passatempo preferido...
Jogar Futebol.
Disco preferido...
"Outro Fado".
Passear... De carro ou a pé?
A pé.
Último filme que viu... No sofá ou no cinema?
Academia de Policia, no sofá.
E na gastronomia? Há algum prato favorito?
Arroz de Cabidela.
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