O projeto “Pedro e os Lobos” nas palavras de Pedro Galhoz.
Pedro Galhoz não acredita no fim do disco físico e diz que "a prova disso é o regresso do Vinil. Embora muita gente se contente com o virtual, ainda há gente que gosta de mexer, sentir, folhear, etc.., no entanto, acho que o digital é uma boa plataforma de trabalho, pois permite-nos trabalhar a uma escala global". Relativamente ao projeto "Pedro e os Lobos" diz-nos que este "nasce de uma necessidade de continuar a compor música e a escrever". Relativamente ao disco, que sai já no dia 6 de outubro, refere que "UM MUNDO QUASE PERFEITO tem algo de irónico, é a minha forma de olhar o mundo ou pelo menos parte dele".
Pedro Galhoz, obrigado por se ter disponibilizado a apresentar aos nossos leitores o projeto "Pedro e os Lobos". Como nasceu esta ideia? Porquê "Pedro e os Lobos"?
Pedro e os Lobos nasce de uma necessidade de continuar a compor música e a escrever. Com a pausa que assumimos fazer nos Plastica, ficou mais tempo para compor novo material e dedicar-me a novas abordagens musicais. Pedro e os Lobos porque este é um trabalho solitário de compositor, no entanto, em estúdio e ao vivo, tenho necessidade de trabalhar com outros músicos que completam as minhas ideias. Como esses músicos são apenas colaboradores que entram e saem, sem haver uma estrutura de banda fixa, resolvi chamar-lhes Lobos.
Quem são os músicos que o acompanham nesta "viagem"?
Bom, a lista já vai extensa, a alcateia cresceu! Neste disco convidei amigos com quem desejava trabalhar e, simultaneamente, músicos que admiro. São músicos oriundos de universos muito diferentes como por exemplo o baterista Rui Berton que toca nos Bizarra Locomotiva e nos Plastica ou a conhecida fadista Aldina Duarte, António Manuel Ribeiro (UHF), João Rui (A Jigsaw), Pacman (5:30 e Algodão), Tó Trips (Dead Combo) são algumas das pessoas que ajudaram a dar vida às minhas músicas.
A cantora Patrícia Andrade e o contrabaixista João Novais (Melech Mechaya) foram no entanto as duas figuras que acompanharam mais de perto todo o processo de composição e gravação do disco e estou muito grato por continuar a colaborar com eles.
O tema "Alma e Sangue" que teve a colaboração da Aldina Duarte na voz foi bem recebido pela crítica?
Muito sinceramente não sei. Não faço música para agradar a críticos. Sei que a Aldina gostou da música e da letra... ter o reconhecimento da artista que admiro e que convidei, deixa-me satisfeito, e claro, cabe ao público julgar o meu trabalho.
Ao escolher para título do álbum "Um Mundo Quase Perfeito" está a querer deixar alguma mensagem em tom de alerta, ou repto?
"Um mundo quase perfeito" tem algo de irónico. É a minha forma de olhar o mundo ou pelo menos parte dele. Passamos a vida a julgar e a ser julgados a travar lutas mesquinhas a bater palmas a grandes feitos (insignificantes), a sofrer as dores dos povos oprimidos, mas à distância. No entanto, não somos capazes de resolver problemas básicos da humanidade, como por exemplo o da fome. Continuamos a mostrar a guerra e a esconder o amor! É portanto um mundo quase perfeito!
"Um Mundo Quase Perfeito" estará disponível em formato físico e digital a partir de 6 de Outubro. Hoje em dia é obrigatório lançar o trabalho nas plataformas digitais? O formato físico tende a desaparecer?
Não acredito no fim do disco físico, a prova disso é o regresso do Vinil. Embora muita gente se contente com o virtual, ainda há gente que gosta de mexer, sentir, folhear, etc... No entanto acho que o digital é uma boa plataforma de trabalho, pois permite-nos trabalhar a uma escala global.
O disco conta com a participação de Aldina Duarte, António Manuel Ribeiro dos UHF, Carlos Pacman Nobre, João Rui do projeto A Jigsaw e Tó Trips dos Dead Combo. Houve alguma razão especial para convidar estes e não outros músicos e artistas?
Sim houve. Quando componho música imagino sempre paisagens ou situações e quase de seguida tento colocar pessoas nessas paisagens musicais, é assim!
Considera este disco um trabalho autobiográfico?
Musicalmente sim, pois revela o meu lado íntimo e a minha alma enquanto compositor. Quanto às letras nem tanto, pois não sou a personagem central dos textos.
Qual a razão que o levou a apresentar somente sete temas e guardar o Lado B para 2015?
Três anos foi o tempo que separou o primeiro disco deste que sai agora. Neste momento não me apetece esperar esse tempo outra vez pois sinto que tenho muita música dentro de mim e que preciso deitar cá para fora. Por outro lado, dividir o disco em duas partes e unificá-las num vinil é algo que me motiva, pois embora tenha já editado muitos discos com os outros projetos a que pertenci, nunca nenhum foi editado em vinil.
Ao vivo, Pedro e Os Lobos estreiam "Um Mundo Quase Perfeito" na Pensão Amor, em Lisboa, no dia 8 de Outubro pelas 22h30. Está tudo pronto para este dia? O alinhamento será o do disco?
Está quase tudo pronto, no entanto como a minha música é 100% orgânica, existe sempre espaço para surpresas de última hora. Vou tocar alguns temas deste disco e também alguns do primeiro. Não me vou alongar em grandes explicações, deixo no entanto o convite a quem quiser aparecer.
Por onde irá passar o espetáculo de Pedro e os Lobos a seguir? Pode partilhar com os nossos leitores as próximas datas?
Sim, vamos estar a 18 de Outubro no Cine Teatro João Mota em Sesimbra, 30 de Outubro em Coimbra no Salão Brazil, 31 de Outubro na Fnac de Coimbra, 7 de Novembro em Sintra no Centro Cultural Olga Cadaval e 6 de Dezembro no Cine Incrível em Almada, aguardamos no entanto confirmação de outras datas e locais.
Há mais pessoas que mereçam ser lembradas e de quem ainda não tenhamos falado até ao momento?
Sim, o Miguel Barrento (Fotografia) Paulo Pires (Fotografia e artwork) Rui Berton, Hugo Sousa e Rafael Teles (vídeo), Juan Carlos Casado (som) e a agência Luckyman. Sem eles nada disto poderia acontecer. Revelaram-se verdadeiros Lobos.
Muito obrigado por esta partilha com os leitores do XpressingMusic – Portal do Conhecimento Musical.
Obrigado e um abraço forte!
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