Fomos ao encontro de Vanessa Pires e de Tiago Hora para sabermos um pouco mais sobre a Artway...
Tiago Hora e Vanessa Pires falam-nos da Artway, uma empresa de produções artísticas que também se dedica ao agenciamento artístico. Apostando nos mais altos padrões de exigência e qualidade profissional artística, a Artway assume-se como um forte impulsionador da difusão da cultura portuguesa no mundo. Tiago Hora e Vanessa Pires têm como principal objetivo a internacionalização dos seus artistas e projetos musicais. Neste contexto, a Artway representa artistas como o Abel Pereira, Ana Barros, Augusto Pacheco, Eduarda Melo, Filipe Quaresma, Iva Barbosa, Job Tomé, José Eduardo Gomes, José Pereira, Nuno Pinto, Raquel Lima e Trevor McTait. Não se limitando ao agenciamento artístico de músicos a solo, a Artway representa ainda os projetos musicais Ruído Vermelho, Quarteto Parnaso e o Quarteto Vintage.
XpressingMusic (XM) – Vanessa e Tiago, muito obrigado por nos terem dedicado algum do vosso precioso tempo. Nesta primeira questão, gostaríamos que partilhassem com os nossos leitores a origem desta ideia. Como nasce a Artway? A Artway veio preencher uma lacuna que consideravam evidente no mercado nacional de músicos ligados à música erudita?
Vanessa Pires e Tiago Hora (V.P./T.H.) – Em Portugal são raros os exemplos de agências que trabalhem com música clássica e como a nossa não há mesmo nenhuma. A ideia surgiu precisamente dessa necessidade que nós sentimos. Já trabalhávamos juntos noutras áreas e sentimos que as nossas ideias estavam em sintonia e, ao fim e ao cabo, as nossas atividades e a nossa formação complementavam-se um pouco... Viemos dar resposta a uma lacuna que existe. Ao longo de diversos anos (anos 80 e anos 90) houve muitas tentativas de criação de algo deste género. As próprias editoras tentaram agenciar músicos, mas isso nunca teve uma grande continuidade e este é um projeto diferente, mais à imagem dos modelos que se veem resultar lá fora e, em Portugal, até ao momento, não tinham sido implementados e explorados. Apercebemo-nos que isso acontecia connosco e com outros músicos. Não havia ninguém que possibilitasse aos músicos gerirem a sua carreira da melhor forma... E continua a haver ainda muitos músicos que trabalham sozinhos. É muito difícil os artistas gerirem a sua própria carreira e, por vezes, cometem erros precisamente porque não o sabem fazer.
XM – O que levou um musicólogo e uma violoncelista a juntarem-se num projeto mais ligado à gestão? A dedicação ao projeto é total e em regime de exclusividade por parte dos dois?
V.P./T.H. – É certo que este é um projeto de gestão, mas a especificidade da área de cada um de nós ajuda-nos a ter uma perceção diferente daquilo que o artista, neste caso o artista músico, precisa e também daquilo que quem vai contratar está à espera. Este é um aspeto muito importante. Colocar o artista num patamar diferente de comunicação perante quem o vai contratar. Nós acabamos por fazer uma mediação entre o artista e quem o contrata e, nesse aspeto, acaba por ser uma gestão artística, do ponto de vista da imagem, dos objetivos da carreira e é preciso ter uma certa sensibilidade, quer para gerir a carreira, quer para lidar com o próprio músico. Nós estudámos bastante as agências europeias que são aquelas onde podemos ir buscar exemplos passíveis de serem postos em prática em Portugal e o que constatamos é que todas elas têm na sua base pessoas com formação na área da música. Para conhecermos os músicos é preciso que também nós sejamos músicos. É um mercado muito específico e com exigências que não estão ao alcance de uma pessoa que não domine a área da música. Aliás, um dos principais problemas que encontramos nos programadores culturais, principalmente nas câmaras municipais, é o facto de não terem formação musical, o que leva a que não haja programações, temporadas de qualidade...
Este tipo de atividade acaba por ser o reflexo do nosso trabalho noutras áreas e isso complementa muito o que nós fazemos. Hoje em dia as pessoas não podem fazer só uma coisa, têm que conseguir desdobrar-se em várias atividades e, pelo menos no mundo da música, o que normalmente se vê é as pessoas desdobrarem-se em duas... Dar aulas e tocar, por exemplo. Não há ninguém que só dê aulas e também não há ninguém que só toque. Portanto, o que nós fizemos, no fundo, foi arranjarmos uma terceira atividade que é a Artway. Agora se nos dedicamos em exclusividade...sim, dedicamos porque não trabalhamos com outra agência e porque só trabalhamos para estes músicos, sendo a nossa dedicação total. Agora que nós também precisamos de tempo para fazer o resto, isso precisamos...
XM – Sabemos que uma das vossas máximas é apostarem no intercâmbio entre agentes culturais. Dos vários serviços que disponibilizam, podemos dizer que se destacam a gestão de carreiras e o aconselhamento artístico? Que outras valências oferecem e em que é que consistem?
V.P./T.H. – A Artway tem a sorte de conseguir aliar diversas valências. Nós incidimos sobretudo no agenciamento de artistas e também fazemos algumas produções ou agenciamento de espetáculos propriamente ditos. No entanto, também temos atividades noutras áreas, como é o caso da Artway S que é um departamento dentro da Artway, direcionado para a criação de conteúdos de audiovisual, imagem, fotografia, portfolios de vídeo, registos fonográficos... e isso ajuda também a que a empresa consiga ter uma rede de mais-valias integradas para o artista. Assim, é feito o agenciamento e os conteúdos que são criados estão dentro dessa estética, da estratégia que cada artista tem delineada em colaboração connosco. Também podemos oferecer esses serviços a outros músicos e artistas que não sejam agenciados por nós... Esses conteúdos têm sempre a supervisão de pessoas da área. É diferente de chegar ao pé de uma empresa de audiovisual e pedir um portefólio de vídeo que depois é tratado com o mesmo critério de qualquer outro vídeo. Aqui há um rigor, há uma postura por detrás, que têm a ver com as próprias ideologias que queremos implementar no mercado.
XM – Ana Barros, Eduarda Melo e Job Tomé são nomes ligados ao canto representados pela Artway. Como caracterizariam em poucas palavras cada um destes enormes talentos?
V.P./T.H. – Os cantores, dentro da música, têm um departamento próprio e, por acaso, Portugal tem sido bastante fértil em bons cantores. Aqui estão três nomes, três bons exemplos do que se tem feito na área do canto em Portugal. A Ana Barros, a Eduarda, o Job são três cantores completamente diferentes, com carreiras diferentes. Foram por campos diferentes, mas cada um tem, obviamente, o seu lugar quer em Portugal, quer lá fora. Os três fazem carreira internacional e destes três nomes, nós podemos aproveitar para destacar um... a Ana Barros, por exemplo, porque tem um espetáculo agenciado por nós. Nós agenciamos a cantora mas também agenciamos um espetáculo que se chama "A Severa" que já tem sido noticiado. É um espetáculo muito interessante, diferente dentro da linguagem da música erudita, porque tem uma relação muito estreita com o fado, ou seja, estamos a falar de música erudita, de arranjos para música erudita, mas que na sua base partem de temas de fados tradicionais e que, ao mesmo tempo, têm uma vertente dramática, muito envolvente, ou seja, acaba por ser um espetáculo histórico. A partir da história da Maria Severa, traça-se a história do fado até aos nossos dias. Este espetáculo conta com três compositores, três dos nomes mais destacados da atualidade, que são o Carlos Azevedo, o Sérgio Azevedo e o Carlos Marecos a fazerem os arranjos sobre esses fados originais. Para canto, neste caso a Ana Barros, e para piano o Bruno Belthoise.
XM – Carreiras como a do portuense Abel Pereira falam por si... Concordam? O que nos traz o Abel Pereira para os próximos tempos? Onde os nossos leitores o poderão ir ver e ouvir em breve?
V.P./T.H. – Para ouvir o Abel, nos próximos tempos, das duas, uma: ou vão à Casa da Música (risos) ou vão comprar os bilhetes de avião (risos) ... Ainda na sexta-feira passada ele esteve a dizer na SIC Notícias que tem uma agenda preenchida agora com o Brasil, África do Sul, Rússia... Está em Washington neste momento...
XM – O guitarrista Augusto Pacheco e o Quarteto Parnaso do qual faz parte são apostas ganhas da Artway? Como definem Augusto Pacheco enquanto performer?
V.P./T.H. – Curiosamente, neste caso foi uma aposta deles, mas foi uma aposta que nós acolhemos com alguma expectativa, tendo em conta que, no caso do quarteto, é uma formação que é muito rara em Portugal. Se olharmos, por exemplo, para os Estados Unidos, não é assim tão raro. Por exemplo o Quarteto de Los Angeles que tem um sucesso enorme. Em Portugal, surgiu agora recentemente a criação do Quarteto de Guitarras de Lisboa, mas o Quarteto Parnaso acaba por ser pioneiro neste tipo de formação e estamos a falar também de quatro guitarristas que têm uma formação muito sólida, todos eles com um excelente percurso, dentro de Portugal e lá fora. Eles conhecem-se muito bem, no caso de alguns, desde miúdos (foram alunos do Augusto Pacheco) e que, acima de tudo, têm um objetivo muito interessante focado na divulgação da música portuguesa. Para além de ser um desafio para nós, é um desafio para eles porque, apesar da dificuldade de serem um tipo de formação muito raro e, muitas vezes, pode não ser tão apetecível por parte dos programadores, o reportório que eles praticam, entre muitas coisas, é de música contemporânea portuguesa.
O Augusto Pacheco tem trabalhado muito, ultimamente, a música de Lopes Graça. Aliás, ele neste momento está a preparar o lançamento de um novo disco (para breve), também com a Ana Barros e com outras participações, como a Raquel Lima (Duo Porquoi Pas). É uma edição de autor, que tem a ver com o doutoramento dele, e é todo em torno da música para guitarra de Lopes Graça.
XM – No âmbito das cordas, gostávamos que nos falassem um pouco do Filipe Quaresma, do José Pereira e do Trevor McTait... Gostariam de apostar em breve num contrabaixista para terem o naipe completo (risos)?
V.P./T.H. – Não temos contrabaixista de propósito (risos). Custa muito dinheiro nas transportadoras (risos) e depois os concertos ficam muito caros...
Nós para começarmos a Artway contactámos alguns músicos. Conhecíamos alguns com bastante intimidade e acabámos por abrir a empresa com esses músicos. Depois deixámos de ser nós próprios a contactar as pessoas e passámos a ser abordados pelos músicos para trabalhar connosco. No fundo, aquilo que temos neste momento é o resultado disso. Músicos que nos pedem para ser agenciados e nós, depois de alguma ponderação, achamos que sim, ficam connosco. Há uma certa abertura da nossa parte em receber propostas de músicos e todas são bem-vindas. Agora nós também temos limitações, não podemos acolher 357 músicos e garantir igual dedicação a todos... temos que ter a consciência e a coerência no critério de mantermos o nosso patamar e depois a resposta que podemos dar...estamos em Portugal...e para conseguirmos um sim, recebemos 1000 nãos...Temos que ser realistas em relação ao mercado. Se nós, por cada proposta que enviamos tivéssemos uma taxa mais alta de aceitação até conseguíamos ter mais músicos. Esse também é um trabalho que nós fazemos... Criar um circuito, criar mercado, dar resposta a uma lacuna que temos em Portugal, que é a falta de um mercado sólido de música erudita.
O Filipe Quaresma, o José Pereira e o Trevor McTait são três instrumentistas de corda dos melhores que há em Portugal. O Filipe Quaresma, na nossa opinião, é o melhor violoncelista da atualidade em Portugal. É o violoncelista mais versátil, é o mais completo, basta ver pela carreira dele que vai desde a música antiga até à música contemporânea, sempre com o mesmo rigor. O José Pereira é um violonista também como há poucos em Portugal. É um excelente instrumentista. E o Trevor que é inglês mas reside em Portugal já há muitos anos também é, na nossa opinião, um dos melhores artistas de Portugal. Qualquer um dos três está no Top 5 dos instrumentistas de cordas do nosso país.
XM – No que aos sopros de madeira diz respeito, podem orgulhar-se de representar a flautista Raquel Lima, os clarinetistas Nuno Pinto e Iva Barbosa e ainda o projeto Quarteto Vintage. Podemos dizer que fazem parte de uma fabulosa geração de músicos... Concordam? O que nos trazem em 2014 cada um destes artistas?
V.P./T.H. – A Iva faz parte do Quarteto tal como o José Eduardo Gomes (que é um maestro agenciado por nós mas faz parte do Quarteto enquanto clarinetista).
Quando falamos de clarinete, em Portugal, não se pode falar de uma geração. O clarinete é dos instrumentos com mais sucesso ao nível da qualidade dos instrumentistas. Nisso o Saiote teve um mérito que talvez agora o Abel Pereira comece a ter enquanto professor, que é conseguir cativar os alunos e dotá-los de uma capacidade quase invencível em qualquer parte do mundo, porque eles vão a concursos de orquestras na Europa e nos Estados Unidos e ficam colocados. Agora nós temos a sorte de ter realmente dois dos melhores, a Iva Barbosa e o Nuno Pinto. É importante salientar que são dois clarinetistas com dois estilos diferentes e isso é muito curioso.
O Quarteto Vintage vai estar já em maio, nos Dias da Música no CCB, a apresentar um programa muito interessante e variado, essencialmente com música do séc. XX.
O Nuno, a Iva e a Raquel são artistas que estão constantemente em atividade...
XM – Podemos dizer que o projeto Ruído Vermelho é um outsider tendo em conta o contexto em que se inserem os restantes projetos que representam? Falem-nos um pouco deste "Ruído Vermelho"...
V.P./T.H. – Outsider no sentido de serem completamente diferentes da oferta que temos na Artway, sim. Agora, o que o Ruído Vermelho traz, é um tipo de música bastante comum, para festivais específicos que existem já. Deste projeto fazem parte o Nuno Aroso, Francesco Dillon e o Luís Antunes Pena que é compositor.
XM – O Maestro José Eduardo Gomes, cujo mérito tem vindo a ser reconhecido nos mais variados canais do nosso meio musical, poderia ser convidado pela Artway a formar uma orquestra com os músicos que são aqui representados... Já alguma vez vos passou pela cabeça a criação da Orquestra Artway?
V.P./T.H. – Aquilo que nos passa pela cabeça não podemos dizer porque o segredo é a alma do negócio (risos)... Mas, por exemplo, nos Dias da Música vamos ter um ensemble ad hoc, mas de músicos praticamente todos Artway. As pessoas com quem trabalhamos são músicos que também tocam entre si e gostam muito de tocar juntos. Então não é assim tão difícil... agora não sabemos se lhe chamaríamos orquestra Artway. Mas uma coisa é certa, sendo com todos estes músicos, seria uma orquestra de topo em Portugal.
Mas em relação ao José Eduardo, é um jovem maestro que tem uma carreira em direção de orquestra, do ponto de vista prático, com 2, 3 anos e tem emergido de uma forma muito marcante. Com o devido mérito ele tem tido uma ascensão grande, tem sido requisitado e convidado para tocar nas orquestras mais importantes portuguesas, tem projetos tanto em Portugal como lá fora. A tendência é para crescer cada vez mais e mais, haja mercado para ele em Portugal. O José Eduardo é um comunicador nato e para ele passar do clarinete (ele que também foi aluno do António Saiote) para a direção de orquestra foi uma coisa muito natural, era quase o passo seguinte...no caso dele com muito sucesso porque é muito elegante, é muito genuíno...
XM – Para terminarmos esta viagem pelos artistas e projetos que são representados pela Artway, pedimos que deem a conhecer aos nossos leitores, em traços gerais, a carreira da pianista Sofia Lourenço.
V.P./T.H. – A Sofia é uma pianista que já tem uma carreira longa, uma discografia muito assente na divulgação da música portuguesa para piano. Tem formação em piano pois começou desde muito cedo com a Helena Sá e Costa e depois foi-se desenvolvendo. Mais recentemente fez um doutoramento em musicologia, portanto é uma artista com muitas capacidades, tanto do ponto de vista do talento que tem, como também do ponto de vista da sua especialização e, para além de ser uma pianista que interpreta um reportório muito vasto, um reportório de mainstream, um reportório mais específico, um dos enfoques da carreira da Sofia é precisamente a música portuguesa.
XM – Mais uma vez, muito obrigado pela atenção que nos dispensaram. Para terminar, gostaríamos que partilhassem a vossa opinião sobre a evolução de que tem vindo a ser alvo o mundo da música erudita em Portugal. Estamos no bom caminho? Ainda há muito por fazer?
V.P./T.H. – Portugal é muito desorganizado. Até há ideias boas que depois na prática não funcionam, fica tudo muito no princípio só. Como a "história" do ensino da música e dos articulados. É uma ideia tão boa, que consiste na formação de públicos, mas depois as coisas na prática correm tão mal... são tão mal implementadas, não se pensa a longo prazo e, aliás, pensa-se pouco! (risos) Não se deixam as coisas amadurecerem. Ao fim e ao cabo é um problema de políticas culturais, essencialmente.
As escolas profissionais quando abriram, foi um boom de músicos a tocarem melhor, sem dúvida, pelo menos em quantidade. Já havia grandes nomes, mas com as escolas profissionais houve mais quantidade de pessoas a tocar bem, a estudar e as coisas estavam estruturadas de uma forma em que se conseguiam obter resultados... temos quantidade de músicos mas depois não temos mercado para esses músicos trabalharem. Por exemplo, em Portugal ainda se veem concertos com salas completamente vazias...
Realmente há fornadas e fornadas de músicos a aparecerem mas, eventualmente, acabamos por entrar num ciclo em que são esses próprios músicos o único público a assistir aos concertos... e isso não pode ser, os músicos não podem estar a fazer concertos e a assistir a concertos. Não está aqui em causa a capacidade dos músicos. Nós temos músicos com qualidade mas, se olharmos para o que está a acontecer nos últimos anos, há cada vez mais uma necessidade e a capacidade dos músicos de reverter esta situação, de forma a fundir artes, como o caso da Severa que ainda falávamos há pouco. Outro exemplo disso é o poema bar, outro projeto que nós agenciamos, com o ator brasileiro Alexandre Borges, um ator muito conhecido do teatro e da telenovela e com o pianista João Vasco, que é um pianista português. Este projeto funde precisamente música para piano com poesia de Fernando Pessoa e Vinicius de Moraes. É preciso ter esta capacidade de manter a qualidade mas entrar em novas vertentes, ou seja, de ter cada vez maior criatividade para conseguir respostas, que muitas vezes não se conseguem num concerto exclusivamente musical... apesar da falta de apoio das políticas de educação e culturais...
Os nossos músicos e artistas criam muitas coisas mas, se fizermos uma triagem, o público absorve apenas 5% disso e, mesmo assim, esses 5% não são exponenciais. Isto está relacionado com o facto de, quando se faz um projeto de ensino este, passados três anos, já se está a mudar, o que não nos permite ver se as coisas resultam, não se dá tempo para as coisas estabilizarem, até porque, cada político que entra, muda tudo. Esta tentativa de romper com o presente, de fazer coisas novas para marcar uma liderança, acabam por prejudicar-nos a todos. O caso mais paradigmático disto tudo foi a extinção do Ministério da Cultura...como é que um país sobrevive sem um Ministério da Cultura! Isto é um pouco preocupante!
Mas nós esperamos, acima de tudo, contribuir para que se trilhe o bom caminho...
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