FLO. A italiana Floriana Cangiano em entrevista.

FLO Floriana CangianoPela primeira vez em Portugal, numa série de concertos entre os dias 25 de junho e 2 de julho, Floriana Cangiano, mais conhecida por FLO, aceitou o nosso desafio e respondeu a algumas perguntas. FLO Virá apresentar o seu último trabalho «D'amore e di Altre Cose Irreversibili». "Vivemos num mundo dominado pelos bancos que nos querem fazer pensar que o dinheiro, o poder e o lucro são os únicos fatores que importam... Eu recuso-me a aceitar esta forma de pensar. Eu escolhi viver de uma maneira diferente, com pessoas que pensam como eu. Eu tenho o apoio de uma marca livre, independente, que compartilha comigo os mesmos ideais, Agualoca Records. Seria mais fácil fazer «música de plástico», mas não é isso que nos interessa. Prefiro ter um público transversal, internacional, feito de pessoas que acreditam que música pode fazer bem à alma humana".

Em que fase da sua vida percebeu que a sua vida profissional iria passar pelo mundo da música?
Cantar sempre foi o meu objetivo, sempre foi uma coisa natural, como uma necessidade, uma maneira de me expressar. Na verdade eu não escolhi ser cantora, eu sempre me senti uma cantora... Eu tive a oportunidade de conhecer as pessoas certas e fui inteligente ao reconhecê-las. Sempre senti que tudo é possível na nossa própria vida e isso ajudou-me muito.

FLO Floriana Cangiano D amore e di Altre Cose IrreversibiliA crítica considera-a uma artista versátil. Pensa que o facto de ter atuado desde muito cedo em musicais a ajudou a conquistar essa versatilidade?
Eu aprendi a disciplina através do teatro. A voz é um instrumento muito delicado e, quando somos jovens e nos encontramos nas primeiras tournées, é preciso termos a capacidade de nos regularmos e de darmos o nosso melhor em cada noite. O aspeto mais complexo e interessante do teatro tem sido a procura de uma espécie de "verdade" num contexto em que não somos nós próprios a cantar, mas sim a nossa personagem... A personagem que ao mesmo tempo está viva por causa de nós e que se habitua a nós...

Quais foram os musicais em que participou que mais a marcaram?
Além de teatro experimental, eu apenas tive uma experiência marcante em musicais. Foi com o grande Claudio Mattone, um mestre na música italiana.

Entre 25 de junho e 2 de julho irá protagonizar vários concertos em Portugal. Como caracteriza os concertos que aí vêm?
Vou apresentar o mesmo concerto que apresentei em Colónia, Berlim e Paris. Não acredito muito em "geografias físicas", eu prefiro pensar que todas as pessoas têm oportunidade de estar em contacto comigo, em qualquer lugar. Eu gosto quando as pessoas se abstraem ao ouvir música, assimilando essa mesma música e a vida, sem nacionalidade... De qualquer forma eu terei todo o gosto em homenagear o público com uma música da tradição musical Portuguesa. Eu sou um grande fã da Amália Rodrigues e do Vitorino.

Quais os músicos que a acompanharão nesses concertos?
Como sempre, Ernesto Nobili (guitarra), Marco di Palo (violoncelo) e Michele Maione (percussões).

FLO Floriana CangianoSendo italiana, onde foi buscar influências como as do Fado, Tango ou Morna de Cabo Verde?
Eu sempre ouvi world music mas, na verdade, eu não sei de onde vem esta abordagem. Quando eu era criança lia livros de aventura. Eu e o meu irmão gostávamos de brincar aos piratas. As nossas camas tornavam-se grandes navios... Eu gosto de música que aborda as pessoas, a cultura, as diferentes línguas. Música que através de um elemento particular fala sobre o sentimento comum de uma nação inteira. Entre as artes, a música é a que mais tem esta capacidade.

Poderemos esperar ouvir temas de Amália, de Andre e Gilberto Gil nos concertos de Portugal?
Eu sempre tive no meu repertório uma canção da Amália Rodrigues, no entanto, é a primeira vez que eu atuo em Portugal. Sempre canto canções de Gilberto Gil, Milton Nascimento, Rosa Balistreri, George Brassens e do nosso grande Fabrizio De Andre, juntamente com minhas próprias músicas.

Cantará temas da sua terra natal?
Eu vou cantar uma música maravilhosa na minha própria língua, napolitana, Presentimento, uma música com um século de idade que eu gravei no meu álbum.

A música atravessa uma boa fase em Itália?
Na Itália a cultura está nas mãos de pessoas sem qualquer sensibilidade... Vivemos num mundo dominado pelos bancos, que nos querem fazer pensar que o dinheiro, o poder e o lucro são os únicos fatores que importam... Eu recuso-me a aceitar esta forma de pensar. Eu escolhi viver de uma maneira diferente, com pessoas que pensam como eu. Eu tenho o apoio de uma marca livre, independente, que compartilha comigo os mesmos ideais, Agualoca Records. Seria mais fácil fazer música "de plástico", mas não é isso que nos interessa. Eu prefiro ter um público transversal, internacional, feito de pessoas que acreditam que música pode fazer bem à alma humana.

Conhece mais alguns artistas portugueses? Admira alguns em particular?
Eu gosto muito das músicas do Vitorino e admiro-o pelas suas ideias. No ano passado conheci a Dulce Pontes e também a considero uma excelente artista. Também gosto da Mariza e da Cristina Branco.

Tem alguns sonhos que gostasse de concretizar em breve?
Eu tenho uma lista de duetos. Dez vidas não seriam suficientes para os concretizar!

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