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Cedo começou a tocar com músicos mais velhos. Embora tenha começado a tocar acordeão, foi na guitarra que se notabilizou. Rapidamente se apercebeu de que queria fazer da música a sua profissão e estruturou toda a sua vida para que isto fosse possível. Nesta entrevista tentaremos conhecer melhor vários aspetos da vida de Carlos Araújo e compreender os seus pontos de vista em relação à música enquanto profissão. Enquanto músico, tocou e participou na gravação de inúmeros registos discográficos. Já como compositor e arranjador tem estado envolvido na produção e na direção musical de vários e prestigiados artistas portugueses e estrangeiros. Com o seu grupo atuou em vários programas de televisão. Carlos Araújo representou a RTP (Rádio Televisão Portuguesa) e Portugal em vários festivais nacionais e internacionais. O nosso convidado compôs, arranjou, produziu sonoplastias e músicas para cinema, teatro, conteúdos televisivos, coreografias de bailado, telenovelas e para diversos espetáculos.
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O violinista Carlos Damas, reconhecido internacionalmente nos mais prestigiados meios musicais, aceitou o nosso desafio para uma entrevista onde abordámos a sua carreira como instrumentista e como pedagogo. Carlos Damas é Mestre em Artes Musicais, Doutorando em Psicologia e Educação da Música. Faz parte do Conselho de Direção da Academia Nacional Superior de Orquestra. Carlos Damas considera que Portugal tem ótimas condições para promover festivais de música erudita pois está dotado de inúmeros Mosteiros, igrejas, parques naturais que seriam espaços ideais para acolher esse género de eventos. Para o nosso entrevistado ainda existem vários obstáculos a ultrapassar para que a música erudita e o público se aproximem de forma mais efetiva. Um dos problemas reside no facto dos canais televisivos raramente noticiarem a música erudita. Na opinião de Carlos Damas, "conseguiremos ser um país muito mais rico no dia em que promovermos mais a cultura do que o desporto".
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Carlos Mendes é um nome incontornável da música portuguesa. Com 50 anos de carreira, o músico e compositor aceitou o nosso desafio para uma entrevista através da qual convidamos os nossos leitores para uma viagem através do Portugal musical dos anos 60 até aos dias de hoje. Sobre “A Festa da Vida” que está agora na estrada disse-nos: «Este espetáculo pretende ser uma história contada, ou melhor, cantada da minha vida de canções. Pretende mostrar às gerações mais novas o que fizemos - eu e os poetas que escreveram comigo os trechos musicais. Imagine-se um jantar a dois. Eu e o público.
Um jantar onde eu sirvo a comida e as bebidas (canções) e onde o público saboreia (emoções). No fim deste encontro de canções e afetos, abraçamo-nos num fortíssimo aplauso. Ficámo-nos a conhecer melhor e a respeitarmo-nos para sempre. Apenas porque houve, verdade e afetos».
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Clarinetista, docente, investigador, Carlos Piçarra Alves recebeu-nos para uma conversa à volta da música, dos músicos e da sua carreira como performer. Quanto ao ensino dos instrumentos musicais não tem dúvidas: "Sei que hoje em dia se tentam praticar algumas inovações relativamente ao ensino, mas a maioria é completamente desfasada e baseada na ignorância de quem não está no terreno e está fora das realidade do que foi toda a verdadeira tradição na formação dos instrumentistas que sempre assentou na relação entre mestre e discípulo. O mestre é o performer de altíssima qualidade munido de conhecimento que transmite ao aluno". Relativamente ao ponto em que chegou a nossa cultura diz-nos que "Para além de falta de investimento na cultura. O problema é bem mais grave do que isso. As pessoas que nos lideram não têm a mínima noção da importância da cultura nas sociedades modernas, do que é desenvolvimento a longo prazo, do que é o desenvolvimento sustentado e sólido de um país. Não têm noção visionária do que é preciso fazer para transformar o país de forma estruturada com futuro para todos".
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Carmen Souza e Theo Pascal passam por Portugal para três espetáculos no qual apresentarão o último disco “Epístola”. Nesta entrevista ficámos a saber que os três concertos contemplam a apresentação dos temas do último álbum sem esquecer outros temas que fazem parte da prestigiada carreira que estes dois músicos têm empreendido. «Vamos fazer 80% Epístola, e 20% repertório antigo. Os músicos que estarão connosco em Lisboa e Estarreja são 2 músicos londrinos, podemos dizer que são músicos de renome do Jazz Britânico, e pertencem a uma banda chamada Empirical, que é muito aclamada no Reino Unido, com vários álbuns editados. Estes músicos já tocaram com Dee Dee Bridgewater, Jason Moran, Wynton Marsalis, entre outros. Assim, na Bateria, teremos o Shane Forbes e no Saxofone Alto, Nathaniel Facey. Em Coimbra o line up será em trio, e vamos ter um grande músico, muito experiente, que também já rodou o mundo inteiro acompanhando grande artistas lusófonos. Falamos de Elias Kacomanolis na Bateria e Percussão».
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Carlos Tê é o autor de letras de inúmeras canções que fazem parte do imaginário de várias gerações de portugueses. Nesta conversa, uma das coisas que nos chamou a atenção foi o carinho com que fala dos seus poemas, chegando mesmo a afirmar: «cheguei ao ponto de colaborar na produção porque eu olhava para as letras como pequenos filhos e achava que os músicos eram muito insensíveis e que poderiam destruir aquilo. Tive que dizer muitas vezes: “Olha que isto não pode ir para ali ou para acolá”. Assim, estando lá, eu poderia defender as minhas letras, ou pelo menos poderia conciliar os vários polos. É nesse jogo de conciliação das coisas que está o ganho muitas vezes. Posso mesmo afirmar que, não raras vezes, salvei o tema. Não a letra em si mas o tema como um todo. Uma coisa que não consigo é deixar passar uma coisa com argumentos do género: “Olha, não está como eu quero, mas está bem... está razoável..., está bonitinho.” Não. Enquanto estamos no processo temos que tudo fazer para que saia dali algo com que nos sintamos bem».
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Carolina Coimbra nasceu em Vila Nova de Gaia em 1992. Apesar de ser ainda muito jovem conta já com prestigiados prémios e mostra uma enorme vontade de melhorar a cada dia que passa. A Orchester des Opernhauses Zürich, a Akademische Orchester Zürich, a Orchester der Zürcher Hochschule der Künste, a Orquestra Clássica de Espinho, a Orquestra Filarmonia das Beiras, a Orquestra Sinfónica ESMAE, a Banda Sinfónica Portuguesa, a Orquestra do Norte e a Filarmonia de Gaia são algumas das formações que já contaram com a sua participação.
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Admira muito todos os clarinetistas portugueses e afirma que temos uma escola de clarinete em Portugal de grande qualidade. A clarinetista Catarina Rebelo em entrevista ao Portal do Conhecimento Musical falou do seu percurso formativo e de como teve que ser persistente na perseguição do seu sonho. É uma fã incondicional dos compositores portugueses e tem como objetivo gravar um CD com composições originais, e para diferentes formações. Quanto aos momentos mais relevantes da sua carreira referiu: «Todos os concertos enquanto solista são realmente marcantes. O Concerto para Clarinete e Orquestra de Crussel e Concerto para clarinete e orquestra de Jean-Françaix foram os que mais me marcaram. A experiência de se tocar a solo com orquestra é realmente única».
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A violinista da Orquestra Gulbenkian aceitou o nosso desafio para uma entrevista na qual revisitámos algumas fases da sua aprendizagem e da sua carreira. Já correu os quatro cantos do mundo representando Portugal ao mais alto nível e tem a perfeita consciência do quão é difícil abraçar uma carreira de músico no nosso país. «Nunca foi tarefa fácil ser músico em Portugal. A cultura é tratada como algo perfeitamente dispensável e, para muita gente, ser músico ainda é considerado pouco dignificante. Não têm uma pequena ideia dos anos de estudo que ficaram para trás, de quanto foi preciso abdicar a nível pessoal, a nível familiar... Não sabem que, a anteceder cada apresentação, estão muitas horas de preparação individual e de conjunto. Sinto que, em muitas situações, o nosso trabalho não é devidamente respeitado».
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Cati Freitas conquistou o seu lugar no palco enquanto artista a solo após ter colaborado com diversos projetos e artistas tais como Expensive Soul & Jaguar Band, Rui Veloso, Nu Soul Family, Link, Dino D'Santiago e Sara Tavares. Gravou o disco com que sonhou e onde desejou. No Brasil, envolto numa atmosfera em torno de nomes como Vinicius de Moraes, Edu Lobo, Chico Buarque, Dani Black, Rodrigo Amarante, Pedro Altério e Marcelo Camelo nasceu o disco "Dentro". Em Portugal, as músicas vão para a estrada a 26 de fevereiro num espetáculo em Bragança. Este inaugura uma tournée com vários concertos onde Cati Freitas será acompanhada pelos músicos Óscar Graça ao piano, Nuno Oliveira no contrabaixo e Jaume Pradas na bateria.
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Aos 4 anos recebeu o seu primeiro acordeão e aos 5 começou a ter aulas deste instrumento que a tem acompanhado ao logo da vida. Celina da Piedade vê na «música de matriz rural portuguesa (...) uma grande fonte de inspiração e de trabalho artístico». Ainda não avança com datas mas diz-nos que estará para breve a edição do seu próximo álbum, que se chamará “Sol”. «É um regresso ao formato que mistura temas tradicionais com temas de autor, e algumas versões de compositores consagrados. Estou muito feliz com o resultado, enche-me de contentamento dar seguimento à criação». A nossa entrevistada canta o Alentejo como poucos e considera «uma sorte conhecer e dispor de uma tradição musical tão rica, tão dinâmica, com um património tão vasto».
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"London Express" é o disco que Cherry nos apresenta. Foram várias e diversas as influências que fizeram Cherry descobrir a beleza da voz enquanto instrumento. Não se esquece de colocar entre estas, nomes como Frank Sinatra, Boyz II Men, Lauryn Hill e D'Angelo. Desde a soul, o gospel, o blues, R&B, até ao rock sendo este último uma paixão que surgiu mais tarde, tudo se funde em Cherry como algo de mágico, rico e acima de tudo com muita força em interpretações que não deixam indiferentes aqueles que a ouvem. Cherry veio para ficar e para crescer. Comprovam estes factos como uma aposta ganha, o empenho de duas etiquetas como a Blim Records e a Universal Music.
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Chico Martins, conhecido entre os seus pares como alguém com uma sonoridade única, veio passar uma tarde connosco em Anadia. Após uma primeira passagem pela Play Music, onde gentilmente dos permitiram fazer umas fotos, fomos até à sede do XpressingMusic para uma aprazível conversa que aqui reproduzimos. Chico Martins fala-nos do seu percurso de aprendizagem que, para além de um didatismo inicial, passou pelos Conservatórios de Coimbra e de Aveiro. Também estudou na Universidade de Aveiro e, recentemente, obteve um enorme reconhecimento do seu valor e empenho na Berklee College of Music. O seu nome sempre esteve muito ligado ao trabalho desenvolvido com o artista José Cid mas, nesta entrevista ficará claro que o seu mundo como guitarrista e produtor não esteve somente ligado a este ícone da música portuguesa.
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Christopher Koppitz em entrevista ao XpressingMusic falou-nos dos momentos que mais o marcaram até aos dias de hoje. «Tive muita sorte em poder tocar como 1º oboé em orquestras como a “Gustav Mahler Jugendorchester”, a “Deutsche Kammerakademie Neuss”, a Orquestra “Spira Mirabilis”, “Württembergisches Kammerorchester Heilbronn” entre outras. Foram sem dúvida momentos inesquecíveis. Ao trabalhar com Maestros como Jonathan Nott, David Afkam Lothar Zagrosek, entre outros, aprendi muito sobre sobre música e como tocar em orquestra». Relativamente a um possível regresso a Portugal, é algo que está, para já, fora de questão. Diz, no entanto, que o ensino de oboé em Portugal é de grande qualidade: «(...) Os professores são ótimos e estão a fazer um excelente trabalho com os alunos. Infelizmente penso que as oportunidades para seguir uma carreira musical em Portugal são limitadas. O reduzido investimento financeiro por parte do estado e os cortes orçamentais nas escolas dificultam bastante a situação cultural em Portugal».
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«Eu sempre tive vontade de viver em Portugal desde criança por causa do meu pai que é português. Por sorte minha passei a viajar várias vezes por ano para Portugal com o Gabriel o pensador. Isso durante 10 anos ou mais e foi quando conheci a banda Donna Maria. Passámos a trabalhar juntos, mesmo estando eu ainda no Brasil. Depois de algum tempo a trabalhar à distância resolvi aceitar o convite deles para integrar a banda e tomei a decisão de vir definitivamente para Lisboa».
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Clark é uma banda portuguesa que tem vindo a conquistar a pulso o público e a crítica. Falam-nos do álbum "Bipolar" que, segundo estes, é um disco agridoce. "As canções de «Bipolar» falam-nos de relações entre pessoas, sentimentos, emoções, e estados de espírito por vezes antagónicos (daí o nome «Bipolar»), numa perspetiva que tem como objetivo permitir que quem as escute se possa sentir em algum momento parte integrante ou protagonista das histórias relatadas". Quando questionados relativamente à passagem dos seus temas em telenovelas dizem-nos: "Os tempos de pudores, relativamente à colagem de artistas a novelas, já lá vão". Os Clark dizem-nos ainda que "Passar nas rádios generalistas com cobertura nacional é um privilégio que não é para todos...".
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Os Clarinetes Ad Libitum têm espalhado a sua magia por onde passam. Consideram que "Os músicos portugueses têm grande reconhecimento além-fronteiras. Essa é a convicção que nos é dada pela nossa experiência. No que respeita especificamente ao Clarinete, podemos dizer que temos um altíssimo nível neste instrumento. Muito se deve ao Prof. António Saiote que implementou uma escola de excelência no nosso país". A característica principal que os distingue de outras formações de clarinetes tem a ver com a personalidade dos elementos do grupo que, segundo estes, é transportada integralmente para o espetáculo. Também o tipo de música que tocam é o elemento que os identifica. Os Clarinetes Ad Libitum estarão a 1 de março no CCB em Lisboa e têm já um convite para ir à China neste ano.
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Aproveitando o pretexto da sua visita a Portugal no contexto do "ACIFAL Dia do Ritmo – Aveiro 2015", desafiámos o baterista Claus Hessler para uma entrevista. Relativamente aos ingredientes necessários para que se atinjam níveis de excelência diz-nos que é fundamental que haja um "trabalho disciplinado, bem refletido, e estruturado de uma certa maneira. Um bom professor, que nos indica o sentido, pode ser uma grande ajuda de várias maneiras. Há 20 anos atrás, parecia ser difícil encontrar determinada informação. Hoje, toda a informação está acessível, mas o desafio é encontrar informação séria, bem estruturada e relevante, e ficar longe de coisas que não levam a lado nenhum, o que não é tão fácil quanto parece. Se eu tivesse que definir uma regra, eu diria: [Não pratiquem tudo todos os dias. Concentrem-se numa escolha de problemas e deixem as outras coisas de parte]".
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Numa noite fria de janeiro fomos ao encontro dos Coimbra Gospel Choir até à Loucomotiva em Taveiro, Coimbra. É neste espaço que se reúnem todas as semanas para ensaiar um projeto que nasceu de um sonho antigo: “Cantar Gospel”. Após testemunharmos a forte adesão do público e a energia contagiante que este grupo transmite, não ficámos indiferentes e lançámos um desafio ao projeto que passava por irmos ao seu encontro mas, desta vez, em contexto de ensaio. Foi uma noite onde pudemos testemunhar que a alegria e a energia que transmitem ao vivo, não é algo encenado mas totalmente inerente àquele grupo de pessoas. Para além de assistirmos ao ensaio, falámos com o Paulo Pereira, mentor e fundador do grupo, e com o Maestro Nuno Mendes. Convidamos os nossos leitores para uma viagem sobre a evolução deste grupo que, com apenas 3 anos de existência já ultrapassou a marca de 100 espetáculos.
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Colton Benjamin fala-nos do disco “Pirate Route” e está ansioso por tocá-lo ao vivo. «Sinto um prazer muito grande no processo criativo, mas é ao vivo que sentimos a energia de quem ouve, a forma como a música lhes toca e as suas reações. Claro que estou ansioso por cantar as minhas histórias e partilhar esses momentos com as pessoas». Quanto às influências musicais às quais foi permeável diz-nos: «Há muita coisa dos anos 60/70 e também dos 90 que me ajudaram a encontrar a minha sonoridade. Desde Jimi Hendrix, Fela Kuti, Isaac Hayes, Chico Buarque, John Lee Hooker, Johny Cash, Gil Scott Heron ou Curtis Mayfield a outras ondas dos anos 90 como D'Angelo, Jamiroquai ou artistas mais recentes como Gregory Porter ou John Legend. Há muita coisa por aí que gosto de ouvir e que me influencia, estas talvez sejam as principais».