-
Músico experimentador, criador de jogos performativos e pesquisador das questões ligadas à improvisação, ao jogo, à interdisciplinaridade e à criatividade… É assim que se define Vitor Óscar Fernandes, ou seja, Bitocas como todos o conhecem. O XpressingMusic foi ao encontro deste homem que viaja pelas artes fazendo com que pareçam uma só coisa em si mesma. Nesta conversa com o Bitocas iremos tentar saber um pouco mais sobre as suas criações no âmbito do lúdico e da música.
-
O seu mais recente trabalho chama-se “Cornerstone”. Os Brass Wires Orchestra têm apenas dois anos de existência e contam já com presenças em palcos internacionais, como o Hard Rock Calling e Hyde Park em Londres. Também os principais festivais nacionais como o Optimus Alive são ponto de passagem deste projeto que se dedica ao revivalismo do folk de autoria nacional. Após algum tempo a tocarem juntos, os Brass Wires Orchestra sentiram a necessidade de construir um conjunto de temas originais que mais tarde acabariam por se tornar em hinos incontornáveis nos seus concertos. Entre estes temas poderemos destacar, por exemplo, “Tears of Liberty” ou “Wash My Soul”.
-
Brenda Vidal Hermida estudou no Conservatório Superior de Vigo com os professores Cristina Olivar, Maider Ordozgoiti, Emilio Álvarez e Nicasio Gradaille. Em 2005, foi admitida na Escola Superior de Música e das Artes do Espectáculo (ESMAE) do Porto, na classe do professor Luís Filipe Sá, continuando os seus estudos em Espanha ao mesmo tempo. Concluiu em ambas escolas com as mais altas qualificações. Já se apresentou como solista em várias ocasiões e colabora regularmente com a Banda Municipal de Pontevedra, Orquestra Filharmónica Cidade de Pontevedra, Banda Municipal de A Coruña e Banda Sinfónica Portuguesa, entre outros. Nestes contextos já atuou em grandes salas de Espanha, Portugal, Holanda, Bélgica, Brasil, e China.
-
Brendan Hemsworth é professor assistente convidado da Escola Superior de Educação do Porto. Leciona ainda no Colégio Luso-Francês e no Instituto Orff do Porto. É licenciado em Produção e Tecnologias da Música pela Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo (ESMAE) e encontra-se a realizar o Mestrado em Ensino de Música, variante Bateria Jazz pela Universidade de Aveiro. O XpressingMusic foi ao seu encontro para saber um pouco mais sobre este músico que se divide entre as salas de aula, os palcos e o estúdio.
-
Não é fácil passar 40 anos de carreira numa entrevista, mas foi o que tentámos numa conversa informal em Coimbra numa tarde de fevereiro. Luís Garção, Arnaldo Carvalho, Catarina Moura e Miguel Moita foram respondendo às primeiras questões mas rapidamente saímos do alinhamento partindo para uma conversa sem programação definida. Enquanto isso, num piso mais abaixo, Aurélio Malva, José Tovim, Joaquim Teles (Quiné), Manuel Rocha e Rui Curto gravavam dois temas inéditos. A Brigada Victor Jara faz parte de um património musical que atravessou gerações. Incumbiram-se da responsabilidade de trazer a tona o melhor da tradição musical portuguesa. Para eles, a palavra e a música são mais do que a junção das partes. Fique a saber porquê na entrevista que se segue.
-
No dia 26 de Maio pelas 19 horas, Bruno Borralhinho irá apresentar o CD “Portuguese Music for Cello and Orchestra”, com edição da NAXOS, no Auditório 2 da Fundação Calouste Gulbenkian. Antes disso quisemos entrevista-lo e descobrir mais sobre a sua relação com o violoncelo e com a música. «Neste novo CD - um trabalho inédito por ser o primeiro inteiramente dedicado à música portuguesa para violoncelo e orquestra e gravado para um dos maiores selos discográficos do mundo - tenho o prazer de ser acompanhado pela Orquestra Gulbenkian dirigida pelo maestro Pedro Neves. O que, por si só, também é especial, uma vez que não é assim tão comum ver e ouvir por aí uma gravação exclusivamente dedicada à música portuguesa, com um solista português, uma orquestra portuguesa e um maestro português».
-
Pela sua formação, passaram nomes como Pedro Carneiro, Miguel Bernat, Arthur Lipner, Conny Kadia, Alexandre Frazão, Denis Riedenger, Oliver Pelegri e Philippe Spiesser. Bruno Estima, que até iniciou a sua aprendizagem musical pelo piano, é hoje respeitado pelos seus pares e divide a sua vida entre a performance musical e a carreira docente. Fez e faz inúmeros workshops e já lecionou no Conservatório da JOBRA em Albergaria. Atualmente é professor na Escola de Artes da Bairrada e lidera o projeto CRASSH. Bruno Estima mantém também uma estreita colaboração com a Casa da Música cooperando com o Serviço Educativo.
-
Bruno Santos não começou pelo trompete mas, o efeito e o impacto criado por este instrumento no seio de uma orquestra, cativou-o ao ponto de se dedicar de corpo e alma ao mesmo. Os nomes que mais o influenciaram até ao momento e a presença constante do exemplo do seu irmão foram alguns dos temas que nos ocuparam nesta breve entrevista ao jovem que conquistou o Prémio Jovens Músicos em trompete. Bruno não exclui a possibilidade de ir aprofundar os seus estudos para o estrangeiro mas tocar em Portugal é um objetivo que fica claro quando nos diz: «Gosto do meu país e em Portugal há boas orquestras e bons executantes». Tem os pés bem assente na terra e remata esta entrevista dizendo: «Neste momento quero acabar o 12º ano na escola Profissional Metropolitana e ingressar no ensino superior para melhorar e valorizar os meus conhecimentos».
-
O nosso entrevistado guiou-nos numa visita à sua carreira e à sua vida. Quando era pequeno gostava de guitarra mas rapidamente a bateria ocupou um espaço enorme nas suas preferências. Na sua formação houve professores que foram marcantes, neste sentido disse-nos que «o Sr. Rui Cardoso, que era professor de solfejo e um excelente saxofonista, com um sentido de humor bastante peculiar, muito exigente e duro com os seus alunos, mas que fora de aulas era um grande senhor e excelente companhia. O Bernardo Moreira, que era professor de história do jazz, e que mesmo com uma idade bastante avançada conseguia transformar aulas de 3 horas em “filmes” incríveis, de uma cultura musical fora de série. Depois o Henry Sousa e o Pedro Viana, ambos professores de bateria. O Henry com um método mais “old school” e o Pedro que tentava sempre adaptar o que íamos aprendendo à realidade atual. Todos foram bastante importantes para iniciar alguns métodos de ensino quando comecei a tentar dar aulas».
-
Budda Guedes respondeu às perguntas do Portal do Conhecimento Musical e deu-nos a conhecer o percurso dos Budda Power Blues. Destacaram-se alguns dos momentos altos do projeto que já conta com 11 anos de carreira e ficou evidente o entusiasmo com os trabalhos que abraçam no presente. Relativamente aos pontos altos referiram que «tocar com a Shirley King e ser a sua banda na Europa, foi e é uma experiência incrível. É uma cantora negra, americana e filha do maior Bluesman de sempre (BB King)». No presente as conquistas continuam e... «super gratificante foi sermos eleitos a melhor banda de Blues nacional pela Blues Foundation e representar Portugal no European Blues Challenge em abril deste ano». Saiba também que vem aí um novo disco com a cantora Maria João.
-
Assumindo-se como um dos rostos mais visíveis da música eletrónica feita em Portugal nos últimos 15 anos, os Buraka Som Sistema responderam às questões do XpressingMusic numa entrevista onde nos falaram da sua carreira, da sua música e dos seus espetáculos. Disseram-nos que, desde o “Black Diamond” têm vindo a refinar a sua forma de produção chegando ao ponto em que se encontram neste momento, ou seja, num formato musical sem géneros, apenas Buraka... Relativamente ao momento que a música portuguesa atravessa, dizem-nos que os jovens já passaram por cima da geração dos covers e das bandas de repetição de bares afirmando-se com projetos inovadores e com ritmos muito interessantes.
-
A Caixa de Pandora traz um novo disco. Chama-se “Rota das Afinidades” e, segundo os elementos do projeto, revela uma maior maturidade musical. «Sem dúvida, a cumplicidade é enorme entre os três e toda a experiência que temos acumulado ao longo dos anos é sentida em cada tema, amadurece-nos e torna-nos mais sólidos, refletindo-se numa sonoridade muito própria». Os músicos que compõem esta Caixa de Pandora são o Rui Filipe, (piano), a Cindy Gonçalves (violino, glockenspiel, shaker) e a Sandra Martins (violoncelo, clarinete, flauta). «Temos todos formação clássica, mas desde cedo cada um descobriu outros despertares, de forma que a música vai buscar influências variadas, como música sefardita, folk tradicional, poesia, entre outros».
-
Fomos a Lisboa ao encontro do fadista português Camané. A entrevista versava a vida e a carreira deste nome incontornável do fado português mas acabámos por embarcar numa conversa que nos levou para reflexões mais profundas sobre o fado e o aproveitamento que muitos fazem deste. Camané disse-nos que atualmente «há mais gente a cantar fado e há mesmo um maior interesse comercial porque as pessoas se aperceberam de que o fado pode significar lucro, expansão, exportação... Muitas vezes as pessoas não estão interessadas em perceber o fado e entrar mais profundamente no assunto... Não percebem que o fado cresce de dentro para fora e não de fora para dentro. Criou-se muito a ideia, principalmente nas mulheres, de que o fado é cantar como a Amália... temos portanto muitas "Amálias(inhas)"»...
-
Tiago Barbosa dos Cambraia respondeu às perguntas do nosso Portal do Conhecimento Musical. Cantar em português é um imperativo. «A nossa língua encerra em si uma musicalidade muito própria. Aliás, acredito que cada língua tem a sua musicalidade própria. E nos Cambraia procuramos aprofundar a nossa portugalidade a partir da nossa maravilhosa língua e dos nossos costumes». Mas este projeto da música portuguesa não para e já pensa noutros voos. «Estamos já entusiasmados com novas ideias para o próximo disco dos Cambraia. Queremos, por exemplo, explorar e experimentar coisas novas a partir dos ritmos tradicionais portugueses. E isso vai certamente levar-nos a descobrir novos caminhos, novas sonoridades».
-
«A questão atual é para mim preocupante no sentido em que grande parte do ensino é gratuito e isso indiretamente traz alguma desvalorização. Ou seja, uma grande parte dos alunos estão no ensino especializado da música porque é gratuito. A um nível básico, não me parece preocupante, pois é uma mais-valia para a formação de um ser humano desenvolver as competências que a música traz, tal como está estudado e relatado por muitos investigadores. A questão prende-se num nível já de ensino secundário, quando os alunos são inseridos no regime do ensino especializado da música. O empenho, a motivação e o gosto pela prática do instrumento deviam ser as prioridades para que o aluno fosse inserido neste regime. É muito frustrante para um professor de instrumento que ambiciona que os seus alunos absorvam o seu conhecimento, sentir que o aluno está ali simplesmente porque é mais uma disciplina que tem que cumprir».
-
Candymoon falam-nos um pouco da sua identidade. Entre o Folk e o Blues este projeto apresenta-se como uma banda que quer tocar, fazer música e contactar com o público. Sobre as novas realidades que envolvem o mundo da produção musical dizem-nos que consideram escassas as oportunidades para chegarem a mais público. No entanto, acreditam que a música atravessa uma época de mudança em toda a indústria, essencialmente na forma como o público tem acesso a esta. "Os canais tradicionais atravessam um momento de dificuldade seletiva e (...) os canais digitais tornaram-se a forma como as pessoas têm o primeiro contacto com um determinado projeto".
-
O CANTO NONO é formado por quatro vozes femininas e quatro masculinas. Este projeto conta com a direção artística de José Mário Branco e já foi reconhecido com vários prémios. Entre estas distinções encontra-se o prémio alcançado com o tema “El Paisanito”, para melhor interpretação na categoria Folk/World Music pela Contemporary Acappella Society of America. Ainda a mesma entidade premiou o tema “Etelvina” como “Best Acappella Jazz Song 2004.
-
A voz de Carla Pires tem chegado longe. Para além de Portugal, a nossa entrevistada já realizou concertos e digressões por países como França, Espanha, Suécia, Noruega, Inglaterra, Grécia, Itália, Turquia, Bélgica, Holanda, Áustria, Suíça, Alemanha, Japão, Argélia e Brasil. Nesta entrevista iremos fazer uma viagem, não só pelo seu mais recente trabalho “Rota das Paixões”, como também por aquilo que tem feito desde 1993, altura em que participou na 1ª série do programa televisivo “Chuva de Estrelas”. A 30 de Março de 2012 esteve presente num dos palcos da Babel Med Music em Marselha, a segunda maior feira de world music da Europa. Lá apresentou o seu novo trabalho. Destaque-se que entre cerca de mil propostas, Carla Pires foi uma das 30 escolhas deste certame.
-
Carla Caramujo é licenciada e mestre em Canto/Performance e Ópera pela Guildhall School of Music and Drama de Londres e pela Royal Scottisch Academy of Music and Drama de Glasgow. A nossa convidada abarca um vasto reportório que vai desde o barroco até às produções contemporâneas. Vencedora do Concurso Nacional Luísa Todi, Chevron Excellence Award, Dewar Award e Ye Cronies Award no Reino Unido e Musikförderpreis der Hans-Sachs-Loge em Nuremberga. Não faltam razões para querermos conhecer melhor esta artista. Nas próximas linhas viajaremos com Carla Caramujo através do seu trabalho, das suas conquistas e dos seus sonhos para o futuro.
-
O nosso entrevistado é doutor em Música pela Universidade de Aveiro, tendo sido o primeiro saxofonista português a obter esse grau em performance. É licenciado em Saxofone e Música de Câmara pelo Conservatoire National de Cergy-Pontoise e em Ciências Musicais pela Universidade Nova de Lisboa. Na entrevista de hoje damos particular atenção ao cd “Shout”, uma gravação em que se estreia a obra Capriccio para saxofone soprano solo da autoria de Christopher Bochmann. Não deixamos no entanto de destacar o seu percurso académico e musical. Sobre a investigação referiu: «De facto rejeito a visão tradicional de que ou se é bom músico ou bom investigador, ou de que a investigação é uma área para músicos frustrados. A investigação atrai-me e é possível conjugar as duas vertentes. Ultimamente tenho-me dedicado sobretudo à performance enquanto investigação – um campo que está a florescer na musicologia – mas espero voltar em breve também a uma abordagem mais tradicional da investigação. Há áreas de sombra na investigação em performance para cuja iluminação espero também poder dar algum contributo».