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O nosso entrevistado desta semana provém de uma família de músicos. Irmão de Eugénio Barreiros e de Pedro Barreiros, muito cedo deu os primeiros passos no meio musical. Com apenas oito anos de idade integrou o grupo "Mini-Pop", formado pelo seu pai e irmãos. Este projeto musical gravou vários discos e foi uma das revelações do "Festival de Vilar de Mouros" de 1971.
Mário Barreiros é um músico Português polivalente e detentor de um enorme engenho reconhecido pelos seus pares. Seja como baterista ou guitarrista, professor ou produtor musical ou ainda como técnico de gravação, mistura e masterização, há qualidades e características transversais que o tornam único e fazem dele um dos mais requisitados talentos da música, em Portugal e não só.
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A lista de óperas em que tem participado diz bem a intensidade do trabalho de Marina Pacheco. Em 2013, A Laugh to Cry de Miguel Azguime, no Teatro São Luiz em Lisboa e foi Princesse, em L'enfant et les Sortilèges, de Ravel no Teatro Helena Sá e Costa no Porto. Em 2012 foi Inês, em A Africana de Giacomo Meyerbeer, numa adaptação da Companhia de Teatro Cão Solteiro e Vasco Araújo no Teatro Maria Matos em Lisboa; Páris, em Páris e Helena de Christoph Willibald Gluck no Teatro São Luiz em Lisboa e no Theatro Circo em Braga, Cunegonde, em Candide, de Leonard Bernstein, numa adaptação de José Lourenço no Teatro Diogo Bernardes em Ponte de Lima. Em 2011 já tinha sido Kristin, em Julie, de Philippe Boesmans em Gent na Bélgica. Marina Pacheco fez em 2009/2010 uma tournée pelo norte do país dando corpo a "Teresa" em Amor de Perdição, de João Arroyo... Marina Pacheco não esquece aqueles que foram os seus mestres. Por outro lado, o seu mérito também tem vindo a ser reconhecido como mostram os vários prémios obtidos e as bolsas que lhe foram concedidas. A nossa convidada foi bolseira do Santander e da Robus Foundation e atualmente é bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian (Prémio Jovens Músicos e enquanto elemento da ENOA – European Network of Opera Academies).
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«Eu tenho o meu público que espero alargar à medida que for tocando em mais sítios e dando a ouvir a minha música. Não me queixo. O nosso mercado é pequeno e neste momento a indústria está virada para o fado que é único, bom e fácil de exportar e para “one hits”. É o que é. Todos os músicos – a não ser meia dúzia – trabalham mais e ganham menos. Sabemos que conseguir levar um disco até às suas últimas consequências (risos) depende imenso da força da promoção, do investimento da editora e consequentemente dos apoios da rádio. Tudo isso se conjuga para fazer ou não o sucesso. Como não controlamos muitas destas variáveis, o melhor é fazer aquilo em que se acredita e seguir em frente. É para isso que temos de estar preparados».
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A sua carreira é intensa e povoadíssima de grandes momentos. Na opinião do cantor, Portugal oferece outras condições para os estudantes de música, embora Portugal continue a ser um país no qual não se aposta em projetos sólidos e de longo prazo. «Diria que, se pensar no meu tempo de estudante, sem dúvida que Portugal oferece hoje outras condições. Porém, creio que continuamos a ser um país que navega à vista e não dá suficiente importância a projetos de base, alicerçados, de longo prazo. Não é fácil ter uma carreira estruturada, seletiva em termos de opções de repertório, por exemplo, restringindo-nos ao panorama nacional. Diria que mudou ao nível da rede escolar, mas que ao nível da programação das salas, o conhecimento e, muitas vezes os meios à disposição, não permitem que essa excelente formação possa ser capitalizada para o grande público».
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Um CD onde Beethoven e Lopes-Graça são reinventados ao piano por Marta Menezes e a carreira de uma portuguesa que decidiu ir pelo mundo absorver as praxis de outras paragens serviram de mote para uma entrevista onde o piano é o cerne e ao mesmo tempo fio condutor. Marta Menezes deixa claras, nesta entrevista, as suas opções académicas, de vida e de carreira. A pianista portuguesa que já atuou em países como Portugal, Espanha, França, Reino Unido, Suíça, Itália, Alemanha e Cabo Verde encontra-se atualmente a fazer o seu Doutoramento em Música na Universidade de Indiana (EUA), na classe do pianista Arnaldo Cohen e diz-nos que este é mais um passo importante na sua formação. "Estou a terminar o primeiro ano e estou muito satisfeita. Não deixa de ser curioso o facto de estar a fazer o Doutoramento nos EUA com aulas de piano em português".
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Embora tenha começado pelo piano aos quatro anos de idade, foi a guitarra que, aos 8, começou a fazer parte da sua vida. Inaugurou este percurso pela guitarra clássica e, aos 18 anos, por influência do pai, inicia-se na Guitarra Portuguesa pela mão de Carlos Gonçalves, guitarrista de Amália Rodrigues. Foi nesta altura que começou a frequentar o Clube de Fado, em Lisboa, o que lhe deu a oportunidade de privar com grandes mestres como Mário Pacheco e Fontes Rocha acabando por acompanhar diversos fadistas de renome que frequentam aquela importante casa de Fado.
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Massimo Cavalli nasceu em Trivero (Itália) em 1969. Começou os seus estudos musicais pelo baixo eléctrico tendo como mestres Flavio Piantoni e Enzo Lo Greco. Mais tarde inicia o seu percurso no contrabaixo jazz com Paolino Dalla Porta. Nesta entrevista fazemos uma viagem entre a sua carreira académica e a de performer. No seu portfolio encontram-se várias participações em espetáculos e gravações com artistas e projetos tais como Laurent Filipe, Quinteto de Ruben Alves, Jacinta, Amélia Muge, Joel Xavier, Fernando Tordo, Ala dos Namorados, Orquestra Chinesa de Macau, Jean Pierre Como, Mafalda Veiga, João Pedro Pais, Susana Félix, Projeto Rua da Saudade, Alexandre Diniz, entre muitos outros...
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Massimo Mazzeo já passou pelas mais prestigiadas orquestras de câmara. I Virtuosi di Roma, I Virtuosi di Santa Cecilia, Accademia Strumentale Italiana, Musica Vitae Chamber Orchestra (Suécia), Caput Ensemble de Reykjavik são alguns dos exemplos de formações em que já atuou. O nosso entrevistado é Diplomado pelo Conservatório de Veneza e, numa contínua busca pela perfeição, continuou a estudar viola-d'arco com Bruno Giuranna e Wolfram Christ, e música de câmara e quarteto de cordas com os membros dos célebres Quarteto Italiano e Quarteto Amadeus. Massimo Mazzeo integrou ainda algumas das mais representativas orquestras do panorama musical italiano dirigidas por ilustres maestros, entre os quais se destacam Leonard Bernstein, Zubin Metha, Carlo Maria Giulini, Yuri Temirkanov, Giuseppe Sinopoli, Georges Prêtre, Lorin Maazel, Valery Gergiev e tem gravado para as editoras BMG, Erato, Harmonia Mundi France, Deutsche Harmonia Mundi, Nuova Era, Movieplay, Nichion e Dynamic.
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Assumem a música klezmer como influência central nas suas produções. No entanto, os Melech Mechaya falam-nos da música portuguesa como uma influência forte embora todos os géneros vizinhos do klezmer acabem por aparecer naturalmente. Assim, a música balcânica, a música árabe, o flamenco para além de outras inúmeras influências marcam presença implícita na música deste original projeto. A crítica não podia ser mais positiva, sobretudo em algumas revistas como a fRoots, a Songlines, ou FolkWorld. O "Aqui Em Baixo Tudo É Simples" foi nomeado para Melhor Disco Instrumental nos Independent Music Awards 2012 onde o júri incluía nomes como Tom Waits, Suzanne Vega e Ziggy Marley. Este álbum entrou para o Top de algumas rádios em Espanha, Itália e nos Estados Unidos. Este ano trouxeram-nos "Gente Estranha", um disco onde grande maioria das composições é dos Melech Mechaya.
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Mayra Andrade é uma voz de Cabo Verde que tem encantado o mundo. No início de novembro virá a Portugal para, mais uma vez partilhar o seu espetáculo com o público luso. A este respeito disse-nos: «Vou a Portugal com os músicos que tocam habitualmente comigo e que já tocaram comigo um pouco por todo o mundo. É um concerto que está bem rodado pois estamos a fazê-lo já há dois anos, sendo que os primeiros até foram aqui em Portugal. O espetáculo tem ganho muita força e consistência. Acho que estou a cantar as músicas muito melhor, logo, para mim, este já é um concerto muito diferente daquele que fazíamos há dois anos atrás. Para além disso vou ter dois convidados muito especiais no Porto e em Lisboa que são a Sara Tavares e o Pedro Moutinho e me vão dar a honra e o prazer de partilhar o palco comigo».
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Michael Lauren marcou mais uma vez presença no Dia do Ritmo em Aveiro e respondeu às nossas perguntas. O baterista foi um dos membros fundadores da Drummers Collective NYC que "foi criada em 1977. Naquela época, não havia nenhuma escola que apenas ensinasse Bateria e Percussão em Nova Iorque. A ideia era criar uma atmosfera única onde os alunos pudessem ter aulas com os melhores bateristas / percussionistas de Nova Iorque que gostassem de ensinar. A nossa missão era transmitir a informação «real», que possuíamos e de que os nossos alunos necessitavam se quisessem tornar-se bateristas de sucesso no mundo da música, altamente competitivo, de Nova Iorque. A Drummers Collective definiu o padrão para a educação da bateria em todo o mundo, e o que fazíamos passou a ser seguido em todas as escolas de bateria que abriram as suas portas após a nossa".
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«O meu objetivo com este álbum foi dar vida a uma música que tem vindo a ser silenciada ao longo do tempo pela guitarra devido às limitações inerentes ao instrumento e consequentemente partilhar a experiência auditiva de como soará a guitarra tocada ao vivo se nos dedicarmos à produção daquilo que eu acredito ser o próximo patamar evolutivo do instrumento, ao qual chamei “guitarra do futuro”. Para este fim partilhei no booklet do álbum assim como no vídeo-documentário que aborda o processo de gravação do álbum, realizado pelo Duarte Domingos, uma solução que me parece ser a mais eficaz e que poderá ser estudada pelos luthiers para dar vida a este projeto».
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Fomos ao encontro de Miguel Amado em vésperas da estreia do seu The Long Rest. Assim, numa antestreia em Aveiro pudemos antever o que será apresentado no dia 16 de junho no Museu do Oriente. Como tivemos oportunidade de dizer nesse mesmo dia, o novo cd revela um trabalho muito maduro e repleto de virtuosismo. Com Miguel Amado subiram ao palco do Dia do Ritmo 2016: Desidério Lázaro nos saxofones, Ricardo Pinheiro na guitarra, Rúben Alves no piano e Vicky na bateria. O nosso entrevistado não considera que que seja mais fácil enveredar por uma carreira fora de Portugal. A este respeito disse-nos: «Não acho que se tenha que ir lá para fora. Lá o mercado é tão difícil como cá. Em alguns casos poderá haver mais oportunidades mas não em muitos porque o jazz continua a ser uma área marginal. Nesses sítios onde há mais oportunidades, Londres se falarmos na Europa, ou Nova Iorque ou Los Angeles se falarmos nos Estados Unidos, há muito mais competição não aumentando as probabilidades de sucesso».
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Apresentamos uma entrevista na qual quisemos conhecer melhor o trabalho que Miguel Angelo nos apresenta neste ano de 2015. Neste disco mostra-nos o futuro sem relegar o passado. A confirmar esta constatação temos logo a própria capa do disco que parte de uma fotografia que conta tanta(s) história(s). «Escrevi muitas das canções dos Delfins naquela sala, sim, e nas presenças e nas ausências a minha mãe e o meu pai foram muito importantes para este plano de vida. Passados 30 anos de carreira sentimo-nos mais próximos das pessoas, num sentido natural. Já largámos aquele cliché do artista cool, que nem sequer quer assumir publicamente que tem uma família... » Quanto ao facto desta edição fisicamente se apresentar em vinil, Miguel Angelo diz-nos: «SEGUNDO é editado exclusivamente em vinil, no que diz respeito aos formatos físicos. Junto de uma minoria em crescimento o objeto disco, em vinil, volta a ter valor, sentimental ou mais que isso. É a desmaterialização da música a sofrer um revés...»
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Miguel Gizzas lançou recentemente o seu segundo trabalho. Desta vez trouxe-nos algo completamente novo. Falamos do primeiro romance musical do mundo: "Até que o Mar Acalme". Neste projeto, mais do que ouvir somente os temas, podemos embarcar também numa viagem pelo universo da escrita. Cada canção do álbum, que tem o mesmo título do livro, é parte integrante da narrativa de um romance inteiramente redigido por Miguel Gizzas. A vida de um economista que decidiu dedicar-se à música e à escrita, é portanto o cerne desta entrevista onde, mais uma vez, se mostra o quão vantajoso se torna para o público quando os artistas a ele se dedicam de uma forma transversal e integrada.
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Os Monda, em entrevista, falam-nos do disco homónimo. «Este foi um disco de muitas simbioses. E para além disso, pensamos ser um disco em que os astros se alinharam a nosso favor. Astros e estrelas, grandes estrelas da música nacional que, desde o primeiro momento, acreditaram no nosso projeto e disseram sim à nossa música. Para além da Katia Guerreiro e do Rui Veloso, estrelas maiores do panorama artístico nacional. Tivemos muitos amigos, e também eles grandes músicos, a participarem no disco e ajudarem-nos a construir e consolidar a nossa ideia inicial. Desde logo pelo nome que assina a produção do disco, Ruben Alves, pianista e compositor de grande talento, Tiago Oliveira, guitarrista e fundador dos Polo Norte, Mário Caeiro, João Ferreira, Pedro Vidal e o Grupo de Cantadores de Portel. Estamos certos de que o contributo e a disponibilidade que emprestaram ao disco foram fundamentais para que o mesmo possa ter sucesso entre o público».
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Mikkel Solnado divide o seu trabalho entre a música que escreve para si e a que compõe para outros artistas e projetos nacionais e estrangeiros. "Daisy Chains" é o segundo disco do artista, compositor e produtor e, segundo este, é um trabalho mais calmo relativamente ao primeiro. Na Dinamarca produzia para outros artistas e fazia alguns jingles e em Portugal também continua a escrever para outros artistas como por exemplo para a Rita Guerra. Gosta de cantar em inglês mas perspetiva um terceiro disco cantado la língua de Camões. "Daisy Chains" conta com a participação de nomes como Ana Free, Elisa Wagner, Joana Alegre e Davide Rossi, habitual colaborador dos Coldplay e que colabora também com Alicia Keys.
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Mirror People é um conceito idealizado por Rui Maia após uma tournée pelos Estados Unidos com os X-Wife. É desse conceito que o músico nos fala nesta entrevista. Para os que desejam ouvir em breve o projeto, também deixamos aqui algumas datas. "Em palco tenho a convidada Maria do Rosário que interpreta todas as canções do disco. Eu toco sintetizadores e caixa de ritmos. De vez em quando também convido outros amigos músicos para o palco, gosto de ter essa liberdade". Rui Maia adiantou ainda que "Além de Mirror People, os X-Wife estão de volta. Abri também a minha editora Belong Records, para lançar os meus projetos e também outros artistas. Estão alinhados discos de Rui Maia, Canyon, novos remixes e singles de Mirror People".
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Os Myrica Faya lançaram o disco “do cerne” e nós quisemos saber um pouco mais sobre este projeto que nos chega dos Açores. Nos dois últimos anos o grupo tem tocado bastante e, fruto de várias e diversificadas vivências apresentam agora o sucessor de “Vir’ó Balho” que foi considerado um dos 10 melhores discos da área tradicional/folk editados em Portugal no ano de 2014. «Somos relativamente novos nesta vertente musical, no entanto pelo que vamos percebendo, há um público bastante fiel. Numa época em que as pessoas parecem voltar-se mais para o seu país e para o que de melhor nele se faz, os projetos de world music têm tudo para se afirmarem e serem bem-sucedidos».
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Gosta de cozinhar, de saborear frango de churrasco português e não conhece nenhum músico do nosso país, no entanto, Myles Sanko está ansioso por vir mostrar a sua música nos dias 18 e 19 de fevereiro no Musicbox e na Casa da Música. Na sua música diz estarem presentes diversas influências que refletem a sua admiração por nomes como «Otis Redding, Bill Withers, Shuggie Otis, Al Green, Terry Callier, Joe Bataan, Minnie Riperton, James brown, Stevie Wonder, The Doors, Jimmy Hendrix, Syl Johnson, Rolling Stones, John Legend, Gregory Porter e muitos outros!». Quando perguntámos se os clubes londrinos Ronnie Scott’s e o Jazz Café também funcionaram como uma escola para Sanko, este não hesitou em concordar acrescentando que «passaram por esses locais icónicos inúmeros grandes músicos que eu respeito e admiro. Assim, partilhar aqueles palcos, onde eles já estiveram, dá-nos confiança e faz-nos sentir como se já fizéssemos parte daquele grupo restrito: “Estou no meu caminho!”».