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O nosso entrevistado trabalha a música em prismas diversos, indo desde a produção à execução e composição musical, o que faz de forma irrepreensível e merecendo o aplauso da crítica e dos seus pares. Quem não se lembra dos Delfins, Resistência ou Ar de Rock? Estes são só alguns dos projetos que lembrámos ao longo da entrevista que se segue e que mostra bem, não só os atributos musicais, como também a personalidade do homem que encarna várias personagens que se unificam num só artista. Convidamos os nossos leitores para, nas próximas linhas, ficarem na companhia de Fernando Manuel Silva Gomes Ribeiro da Cunha...
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Fernando Fernandes (FF) respondeu às perguntas do XpressingMusic numa entrevista em que não nos limitámos a saber mais sobre o novo projeto SAFFRA. Sobre este último disse-nos: "SAFFRA é sem dúvida uma viragem no meu percurso ou, se assim quisermos, um novo início porque me encontro musicalmente. Aos 27 anos, posso dizer que estou a editar um disco que, daqui a 20 ou 40 anos, continuarei a achar que faz sentido e com o qual me identifico". Para além da representação e da música, abraça ainda a carreira docente afirmando que a arte tem que estar intimamente ligada com a generosidade. Diz-nos ainda que, para ele, a vida é uma aprendizagem contínua, pois aprende com tudo que faz e também aprende com os seus alunos...
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«(...) sinto e vejo que há muita gente a tocar e a dedicar-se a projetos originais, alguns de grande qualidade, cada vez mais jovens músicos de qualidade com ótima formação, mais escolas para os formarem, gente mais velha de grande qualidade que é excelente referência e modelo para os mais novos... Parece-me no entanto que se estacionou num modelo de grande economia de meios que pode ter aspetos negativos. Parece-me que se privilegiam os grupos pequenos, trios e quartetos com pouca instrumentação. Sinto que as ideias de arranjos são pouco desenvolvidas e que falta um pouco esse lado de criação de texturas diferentes dentro do mesmo grupo, um pouco como nós fazíamos no Trovante em que quase cada música tinha ambientes diferentes. Havia uma maior variedade de cores. Mas não posso deixar de reconhecer que há muita coisa interessante a acontecer e a música talvez esteja a viver um dos seus momentos de maior criatividade».
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Natural de Amarante, onde iniciou os seus estudos musicais, Fernando Marinho é diplomado com o curso de flauta do Conservatório de Música do Porto, licenciado pela Escola Superior de Música de Lisboa e mestrando pela Academia Nacional Superior de Orquestra. O nosso entrevistado é ainda Licenciado em Ensino Básico e foi bolseiro do Programa Erasmus ao abrigo do qual estudou pedagogia musical na Paedagogische Akademie der Dioseze Linz (Áustria). Paralelemente, frequentou aulas como aluno externo no BrucknerKonservatorium Linz. Como flautista desenvolve uma atividade intensa, como solista ou em orquestra, tendo tocado com a Orquestra Gulbenkian, Orquestra Metropolitana de Lisboa, Orquestra do Algarve, Orquestra do Norte, Remix Ensemble, Orchestre d'Harmonie de Jeunes de l'Union Européenne, Orquestra Sinfónica Juvenil, Orquestra Nacional de Sopros dos Templários, entre muitas outras. Fernando Marinho foi ainda solista da Banda Sinfónica da P.S.P.
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«(...) nos últimos anos, a Canção de Coimbra tem vindo a perder grandes referências históricas que marcaram as suas épocas e as diferentes gerações. Figuras como, por exemplo, Luís Goes (...) deixaram-nos fisicamente. Apesar [disso] alguns membros das novas gerações de guitarristas, ainda, podem ter o privilégio de aprender guitarra de Coimbra e de conviver com o Mestre Jorge Gomes. No entanto, o mais preocupante é que as grandes referências tardam em ser substituídas por novos nomes, novos exemplos a seguir e naturalmente que esta situação, de perda de referências, tem vindo a abrir uma espécie de terreno vazio. Infelizmente, aquilo a que se assiste é a uma tentativa de preenchimento desse vazio, de forma oportunista, por indivíduos cujos objetivos não passam necessariamente por fazer arte».
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Nasceu no Canadá e começou a estudar música aos 6 anos de idade. Hoje é já um dos nomes incontornáveis do saxofone em Portugal e não só. Alia ao empenho performativo, um indisfarçável gosto pela investigação. Participou em masterclasses com nomes tão prestigiados como Nobuya Sugawa, Eugene Rousseau, Claude Delangle, Arno Bornkamp, Kyle Horch, Mario Marzi, Jean -Yves Formeau, Trouvère Quartet & Marcus Weiss. Leciona em várias escolas e, mesmo com uma agenda muito preenchida acedeu ao convite do XpressingMusic para a entrevista que aqui apresentamos. Fiquem com Fernando Ramos.
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Diz ser uma eterna Amaliana, sem esquecer Maria da Fé, Fernanda Maria, Alfredo Marceneiro, Fernando Maurício, Carlos do Carmo e tantos outros. Filipa Carvalho faz questão de conhecer todos estes grandes fadistas pois é nessa procura e ouvindo todos que melhor vai definindo o seu estilo. "Dos fadistas desta nova geração gosto muito de Ana Moura e Camané". Não se queixa da falta de convites para atuar tendo mantido regularmente os seus fins-de-semana ocupados em casas de fado, hotéis e outros espetáculos. Diz no entanto que ainda há datas disponíveis para aqueles que a queiram ouvir e ver atuar. O seu disco serviu de mote para lhe colocarmos algumas perguntas que agora transcrevemos.
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Filipa Lã é licenciada em Biologia pela Universidade de Coimbra, possui o Curso Complementar de Canto do Conservatório de Coimbra e Mestrado e Doutoramento em Música – Canto pela Universidade de Sheffield, Inglaterra. Foi bolseira da Fundação para a Ciência e a Tecnologia durante o seu Doutoramento e Pós-Doutoramento, nas Universidades de Aveiro e Porto.Entre as suas publicações destacam-se as das revistas internacionais Journal of Voice, Logopaedics Phoniatrics Vocology, Research studies in Music Education and Musicae Scientiae. A nossa entrevistada é ainda professora convidada do Mestrado em Fonética e Audiologia do CSIC em Madrid e do Curso Function of the Singing Voice do KTH em Estocolmo. Tem apresentado workshops em Performance Vocal, Novas Tecnologias Aplicadas ao Ensino do Canto, Acústica Vocal e Saúde e Bem-Estar dos Músicos em países como Portugal, Espanha, Inglaterra e EUA.
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Nesta entrevista fizemos uma viagem pela sua vasta e multidisciplinar carreira. As primeiras questões destinaram-se a caracterizar o "Festival 6 Continentes - O Festival". Filipe Larsen é um músico, um performer que não consegue distanciar-se do outro lado da música, ou seja, a realização e produção dos próprios eventos. Enquanto músico participou em inúmeros espetáculos e gravações com nomes de reconhecido valor da nossa música tais como Ana Moura, Rui Veloso, Mariza, Jorge Palma, Sérgio Godinho, Ciganos D'Ouro, Pólo Norte, Lara Li, Fernando Girão e conviveu com nomes como John Beasley, Prince, Dennis Chambers, Jim Beard, Dave Weckl e John Patitucci. "Em vez de prémios, prefiro dar ênfase a elogios que ouvi da parte de pessoas, como Prince, Caetano Veloso, André Déquech, Custódio Castelo, Olga Prats, Tim Riese. O prémio Amália, de melhor baixista de 2012 é para mim importante nomeadamente por ser muito recente e mostrar que nos 50as pode-se também «dar cartas», algo que quando se é mais jovem não é fácil de imaginar".
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Filipe Quaresma esteve em digressão na Suíça e Reino Unido com a Orchestre Revolutionaire et Romantique de Sir John Eliot Gardiner, em novembro passado. Tem participado em diversas emissões da Antena 2, a mais recente, no "Art's Birthday" com uma peça de Miguel Azguime. Para além de uma formação de grande nível, prémios de referência e uma atividade intensa tanto na música antiga, como na música contemporânea, sendo neste domínio considerado o maior especialista em Portugal, Filipe Quaresma está a preparar um CD de música portuguesa para violoncelo solo. Já se apresentou também a solo com a Orquestra Barroca Casa da Música (CdM), Remix Ensemble CdM, Filarmonia das Beiras e Orquestra Sinfónica Portuguesa. O nosso entrevistado detém o prestigiado título "Associate" da Royal Academy of Music de Londres.
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Filipe Queirós iniciou os seus estudos musicais na Academia de Música de Viana do Castelo, cidade de onde é natural. Licenciado pela Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo do Porto, na classe do professor Eduardo Nogueroles, frequenta atualmente o doutoramento em Performance, na Universidade de Aveiro. O nosso entrevistado é docente na Universidade de Aveiro e na Universidade do Minho e em dezembro de 2013 ganhou o lugar para tuba solista da Orquestra Sinfónica Brasileira no Rio de Janeiro. Este último facto e todas as mudanças inerentes a este serão aqui passados em revista nas linhas que se seguem.
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«A inquietação é uma parte fundamental do meu processo de criação, assim como faz parte da vida em geral. Diria, ser Inquieto é ser Humano. Esta Inquietação está presente desde as maravilhosas pinturas rupestres da gruta de Lascaux até aos nossos dias. Toda a arte espelha o interior do seu criador, pelo menos esta é a minha visão da arte. O disco não revela apenas o desassossego, nele podemos encontrar muitas soluções para as perguntas que serviram de mote para a sua criação, mas também nessas mesmas soluções estarão outras perguntas que darão origem a próximos discos - próximas inquietações».
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Arriscando-se a concorrer para o lote de entrevistas mais sucintas do nosso Portal do Conhecimento Musical, esta entrevista mostra que Flak é um músico prático e de “poucas falas”. Tem esperança que os temas que compõe sejam alvo de diferentes interpretações alimentando assim a expectativa que isso as faça perdurar no tempo. «Espero que as minhas canções possam de um modo geral ter várias leituras. Acho que é isso que é interessante e as pode fazer resistir a várias audições». O seu último disco tem como título “Nada Escrito” e é “essencialmente” acústico. Segundo Flak tal acontece «Para não esconder as canções atrás dos arranjos. Queria que as canções valessem por si».
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De passagem por Portugal para participar na oitava edição do Festival de Percussão e Bateria de Lavra, Florian Alexandru-Zorn aceitou responder às nossas perguntas. Tendo como ponto de partida o seu estudo e aperfeiçoamento de técnicas relacionadas com as “vassouras”, quisemos saber mais sobre os livros que tem editado e sobre os resultados alcançados por este baterista / percussionista internacional. «É uma honra ver que bateristas de todo o mundo aprenderam várias técnicas do meu livro, como o Steven Smith, Dave Weckl ou Stanton Moore. Todos estes bateristas são heróis para mim e eu realmente adoro ver como eles usam vários métodos no seu estilo próprio de tocar».
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Pela primeira vez em Portugal, numa série de concertos entre os dias 25 de junho e 2 de julho, Floriana Cangiano, mais conhecida por FLO, aceitou o nosso desafio e respondeu a algumas perguntas. FLO Virá apresentar o seu último trabalho «D'amore e di Altre Cose Irreversibili». "Vivemos num mundo dominado pelos bancos que nos querem fazer pensar que o dinheiro, o poder e o lucro são os únicos fatores que importam... Eu recuso-me a aceitar esta forma de pensar. Eu escolhi viver de uma maneira diferente, com pessoas que pensam como eu. Eu tenho o apoio de uma marca livre, independente, que compartilha comigo os mesmos ideais, Agualoca Records. Seria mais fácil fazer «música de plástico», mas não é isso que nos interessa. Prefiro ter um público transversal, internacional, feito de pessoas que acreditam que música pode fazer bem à alma humana".
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Francisco Lima é baterista mas foi na área dos recursos humanos que encontrou os melhores caminhos e as melhores ferramentas para chegar aos seus alunos. Toca atualmente em três projetos mas a sua vida não se limita a tocar e ensinar. Com veia empreendedora e espírito de missão leva o seu saber e experiência aos quatro cantos do país com workshops e coordena o Festival de Percussão e Bateria de Lavra que parte este ano para a 7ª edição. A edição de 2015 contará com a presença do baterista, pedagogo e produtor alemão Jost Nickel. Francisco Lima recebeu-nos na sua sala de aula na Escola de Música do Centro Social Padre Ramos de Lavra para uma conversa onde nos falou da bateria, enquanto instrumento musical multifacetado, da sua carreira e dos projetos que abraça atualmente. Esta é uma entrevista onde bateria, bateristas e pedagogia caminham de mãos dadas.
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«A arte, quase sempre, reflete o estado de espírito das épocas e assim vai assumindo diferentes formas de acordo com as mutações da sociedade. Na atualidade, a vida social e a crise de conceitos e valores têm atingido uma complexidade tal que, com otimismo, pode ser que os nossos dirigentes políticos cheguem à conclusão que tem mesmo que haver uma dinamização e um incentivo à cultura. Constituindo a música, de facto, uma força e uma necessidade para a vida de todos os dias, tem havido um meritório trabalho e uma significativa intervenção, no sentido de chamada à música e de cativar públicos, por parte dos artistas e agentes culturais, falta é a parte dos governantes e autarcas. Embora dependa mais da mudança de visão e de mentalidades dos responsáveis políticos, tenhamos a esperança e aguardemos que o ressurgimento do Ministério da Cultura, aliado e complementado com o Ministério da Educação, consigam proceder ao devido apoio e à necessária aposta na educação artística. Ganharíamos todos nós!»
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Francisco Reis nasceu em Arrifana, Santa Maria da Feira. Marcou presença em vários festivais de jazz e de teatro. Grécia, França, Itália, Brasil, Macau, Luxemburgo, Espanha e obviamente Portugal são alguns dos países por onde passou enquanto músico integrado em festivais e eventos bastante conceituados. Enquanto saxofonista já gravou com nomes nacionais e internacionais de reconhecido valor. Francisco Reis esteve e continua a estar também ligado a alguns programas de televisão. Mas a sua carreira musical não se limita ao saxofone. Francisco Reis estudou também canto e neste âmbito o seu nome já esteve ligado à interpretação de obras como: Cavallaria Rusticana de Mascagni como Turidu; Pagliacci de Leoncavallo como Canio; Il Tabarro de Puccini como Luigi; Andrea Chenier de Umberto Giordano como Chenier; Tosca de Puccini como Cavaradossi; Il Trovatore de Verdi como Manrico; Carmen de Bizet como D. Jose e Otello de Verdi como OTELLO. Colaborou com os maestros Ferreira Lobo, João Lourenço, Marco Ferruzi, António Saiote e com a Orquestra do Norte e a Orquestra das Beiras.
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Frankie Chavez falou com o XpressingMusic sobre as suas influências musicais, o seu percurso de aprendizagem na área da música, as suas viagens e sobre o seu último trabalho "Heart & Spine". O nosso entrevistado considera que a música em Portugal vive um momento próspero como nunca tinha tido e que nada se faz lá fora que não conheça paralelismos e até melhores exemplos no nosso país. Acabado de passar pelas FNAC's e pelo Rock in Rio, Frankie Chavez prepara-se para mais alguns festivais por onde irá passar, como por exemplo o Super Bock Super Rock. O último disco tem a etiqueta Universal Music e isso reflete, na opinião de Frankie, a evolução de que tem sido alvo o trabalho que realiza.
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Em vésperas de apresentar o seu trabalho, “Para Além do Muro do Meu Quintal”, no B’Leza, Fred Martins deu uma entrevista ao XpressingMusic – Portal do Conhecimento Musical. É uma oportunidade de ficarem a conhecer ainda melhor este músico brasileiro que é responsável pela composição de grandes êxitos interpretados por outros grandes vultos da música brasileira. «A verdade é que componho sem ideia prévia, nunca sei muito bem par aonde irá a canção que começa a nascer ou que ainda nem se anuncia. A busca de uma boa relação entre melodia e texto é o que me serve de guia. Depois para mim é sempre surpreendente quando algum intérprete me pede que lhe envie músicas ou se identifique e queira cantar alguma canção específica (...)».