Maestro Samuel Santos responde às questões do XpressingMusic
O XpressingMusic foi ao encontro de Samuel Santos. O nosso entrevistado tem-se dedicado à investigação das influências ideológicas políticas nas sociedades corais orfeónicas no Porto da primeira metade do séc. XX, tema que defendeu para obtenção do Diploma de Estudos Avançados na Universidade de Santiago de Compostela em 2010. Encontra-se atualmente na etapa de tese de Doutoramento nesta Instituição. Licenciado em Educação Musical, é atualmente Diretor artístico dos Orfeões de Espinho e de Valadares e do Coral Vox Cantábile. Colabora a convite da Dr.ª Rosário Pestana da Universidade de Aveiro numa investigação para a FCT. Participa como autor de artigos académicos na área da música e regista várias participações em livros e artigos temáticos. Neste momento abraça um novo projeto. Falamos da Escola de Música Maestro Samuel Santos.
Samuel, agradecemos desde já ter aceitado este nosso convite. Como se define profissionalmente? Investigador? Docente? Cantor? Maestro?
É um tanto ou quanto difícil responder a essa questão espontaneamente, porque em cada área da vida profissional e académica ainda me sinto um aprendiz. Quando canto, encarno a personagem do cantor abstraindo-me do restante, empenhando-me em dar o meu melhor, quando dirijo ou ensino aparto-me dos outros pressupostos e faço salientar a faceta que nesse momento mais me realiza e que mais necessito para atingir os objetivos. Noutro país da Europa talvez me tivesse tornado um músico mais especializado numa determinada área mas as circunstâncias levaram-me a esta multiplicidade de abordagens pessoais e profissionais à música. Sendo sincero e tentando agora responder à questão, defino-me como músico, e no futuro talvez gostasse de ser lembrado por aquilo que mais prazer me dá na vida profissional que é ensinar, por “Professor” talvez professor.
O Samuel nasceu em Moçambique em 72, passando pelo Zimbabwe, vindo posteriormente para Portugal. Viveu parte da sua infância e da adolescência em França e na Suíça onde iniciou os seus estudos musicais aprendendo Órgão litúrgico com a professora Priscile Bargiban e Flauta transversal com o professor Ganoune Diop, integrando simultaneamente coros juvenis. Considera que a sua reconhecida versatilidade e eficácia enquanto músico e maestro vem do sentido prático da vida que ganhou com todas as vivências inerentes ao facto de ter viajado tanto na sua juventude?
Não tenho dúvidas quanto a isso! Se “somos o que vivemos”, como refere a máxima então devo ser sem dúvida fruto dessa oportunidade excecional que detive de viver uma juventude muito prática, multicultural, global e sem dúvida muito cosmopolita. Reconheço que desde muito cedo e por influência da família muito próxima da música mantive um grande contato com um mui diversificado número de pessoas, lugares, experiências, vivências musicais que me foram moldando ao longo de 6 países muitas línguas, escolas, concertos…
Ao regressar a Portugal continua com uma vida “nómada” pois passa pelos conservatórios de Portalegre, Ponta Delgada e conclui canto no Conservatório da Fundação Calouste Gulbenkian em Braga. Procurou diferentes abordagens da música ou tudo aconteceu por acasos da vida?
Sou particularmente curioso e penso que a vida deve ser vivida plenamente de forma saudável e útil, por isso, para além da coincidência e acasos da vida, visto que não dominava as movimentações geográficas, aproveitei sempre o fato de poder estar em locais diferentes para conhecer a música que me rodeava e os músicos que a protagonizavam. As diferentes abordagens foram assim inevitáveis, não só inerentes dessa minha particular curiosidade mas das próprias circunstâncias. Dou um exemplo: Tinha acabado de vir da Alta Sabóia, de uma escola particular integrada num campus universitário em plenos Alpes, com uma boa iniciação à flauta transversal, e instalamo-nos na bela cidade alentejana de Portalegre. Como ainda não se tinha implantado co Conservatório de Portalegre que apenas abriu associado ao de castelo Branco dois anos mais tarde; os meus pais contratam um professor particular que não sabendo ensinar flauta propõe o “Saxofone”. Apesar da dedilhação ser semelhante sou circunstancialmente levado a abrir mais um “precedente musical”, e mais um instrumento a manter, que inevitavelmente me levaria mais tarde a experimentar o Jazz.
Sabemos que enquanto músico fez incursões pelo Rock e pelo Jazz. Pode falar-nos um pouco destas experiências?
Reconheço que o ensino clássico/erudito do conservatório leva-nos sem dúvida a uma aquisição preparatória excecional no domínio técnico e artístico de um instrumento acústico. Há 25 anos atrás, os programas escolares conservadores não se afastavam muito dos períodos Barrocos, Clássicos e Romântico tardio, deixando de parte o ainda pouco audível século XX e muito mais de parte a música ligeira ou o Jazz, quanto mais o Pop Rock. Faltava algo aos jovens músicos que proporcionassem experiências, verdadeiramente musicais, exploratórias que nos pudessem levar a cometer erros e a explorar o elementar… as dissonâncias… as distorções eletroacústicas… e sem esquecer a improvisação.
As incursões pelo rock ficam-se por uma breve passagem em plena adolescência pelo grupo Açoriano “Atlantis”. E a introdução ao Jazz, já mais tarde em Viana com elementos do atual “Jazbaztrio”. As experiências fora do “clássico” são fundamentais para crescermos musicalmente, quando pensamos que dominamos os conceitos teóricos da música ocidental, basta virarmos a esquina e depararmo-nos com um Powerchord ou uma improvisação sobre uma escala em Blues, é aí que nos apercebemos que não sabemos rigorosamente nada de música ocidental…
Fico muito otimista ao ver academias e conservatórios a incluir atualmente nos programas novas abordagens à música. Vem aí uma nova geração de músicos portugueses, intérpretes e compositores explosiva. Só é pena, talvez não poderem ficar por cá. Já estamos a assistir a um êxodo dos nossos músicos para fora. Por um lado é bom são oportunidades mas por outro… enfim são outras discussões.
O que significou para si, enquanto jovem músico, a participação com o Coral Juvenil do Conservatório de ponta Delgada no pavilhão de Portugal na Expo 92?
É talvez uma das atuações que mais me marcaram enquanto jovem aprendiz. De um momento para o outro estávamos em Sevilha, representando o país e a região. Recordo-me que o repertório foi inteiramente dedicado a compositores açorianos, Francisco Lacerda entre outros. Foi um momento, mágico e coletivo, visto ter sido partilhado por todo o coral juvenil. Havia um sentimento de grande responsabilidade e simultaneamente de aventura, como se de uma digressão internacional se tratasse. Atuámos perante um conjunto de individualidades da região autónoma e do continente e turistas de todo o mundo. Levei algum tempo a digerir tudo o que vivia-mos. Tanto investimento na deslocação e alojamento de um coral de jovens? O que tinha-mos nós de especial afinal? Nessa altura penso que tomamos todos, consciência da importância social da música e do seu fundamental papel representativo de uma cultura. A relevância atribuída ao nosso desempenho marcou-me profundamente. A música e o canto coral são sem dúvida formas de expressão artística por excelência.
Mesmo durante o período académico assume a responsabilidade de Magister tunae na Tuna académica Às X Tuna. Foi enriquecedora esta experiência?
A passagem pelas tunas académicas foi antes de mais, divertida e consequentemente enriquecedora. O nome As X Tuna advinha de às (Vezes) conseguirmos ensaiar, fruto da tradicional irreverência académica que se não fosse de outro modo não teria tido aquele gosto especial, que só quem passa por estas andanças sabe. A tuna masculina da escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Viana do Castelo tinha todos os elementos e estigmas característicos da vida social académica, essenciais para uma vida académica preenchida e gratificante. Em termos musicais, foi uma escola de adaptações de conhecimentos e reajustes constantes à bordagem vocal e instrumental. As usuais regras da aplicação do contraponto, na clássica forma de compor, são momentaneamente postas de parte entrando com as 5as paralelas qb e constantes e alongadas frases em harmonias terceiras, que… com os trinos chorados dos bandolins das braguesas e cavaquinhos e das vozes já roucas, soavam maravilhosamente. Em termos pessoais… nessa altura, acabei por me apaixonar pela “pandeireta” da tuna feminina com quem acabei por me casar. Portanto só posso dizer maravilhas desse período da minha vida. Nos dias de hoje é muito frequente ser convidado a colaborar como júri de festivais de tunas o que faço com agrado e nostalgia.
Como maestro, dirigiu durante 11 anos o Coral Polifónico de Viana do Castelo. Pode partilhar com os nossos leitores alguns dos momentos altos desta experiência?
Era relativamente novo quando iniciei o trabalho da direção artística do polifónico de Viana. Era já um coral muito conceituado, por lá tinham passado grandes nomes da música coral do alto Minho. Esse mesmo coral tinha atuado no primeiro festival de Vilar de Mouros, trazia um legado histórico de valor. Para mim, enquanto jovem músico, fazer parte dum projeto com estas caraterísticas, era e foi um privilégio inacreditável que aceitei sem hesitar. Pelo período que dirigi o Polifónico o Coral passou a ter sede própria, gravou-se 2 CDs, ganhámos prémios nacionais em encontros de coros e um primeiro e segundo prémio em festivais de coros internacionais em Vigo e em Praga. Durante a minha regência o Coral foi galardoado com a medalha de Ouro de Mérito da cidade de Viana do castelo. A atuação para o presidente da república que acabou por ter um caráter particular foi peculiarmente interessante. O que gostaria de salientar foi a vivência com os elementos coralistas. O envolvimento social e a responsabilidade que acarreta a liderança não apenas de vozes mas também de pessoas, fez da passagem pelo Coral Polifónico uma experiência artística de grande valor, pessoalmente gratificante e inesquecível.
Desde 2009 que dirige o Orfeão de Espinho. Também neste caso terá momentos a destacar…
Tomo contato com o Orfeão de Espinho, na sequência de investigações aos fundos historiográficos do mesmo no âmbito dos meus estudos avançados, na altura ligados ao tema das influências políticas nos meios orfeónicos portuenses do início do século XX. Pouco depois recebia o convite para dirigir um dos mais antigos corais do país. Um ano depois o orfeão celebrava os 100 anos de existência. Pude assim expandir a minha ação para além da simples atividade de maestro para o de historiador e narrador do passado. O profundo conhecimento da história do Orfeão advindo do trabalho de investigação primário realizado anteriormente conferiu-me uma acrescida responsabilidade nas comemorações do centenário da coletividade. Tendo em conta que a história do Orfeão de Espinho se confunde com a história das restantes coletividades e da própria cidade, acabei por me ligar de uma forma extraordinária à cidade, às gentes da cidade e integrar plenamente no meio social e artístico da mesma, estando grato pela forma como sou recebido, estimado e acarinhado enquanto pessoa e músico.
Sabemos que, no caso do Orfeão de Valadares, a sua presença trouxe um conjunto de mais-valias que ajudou a crescer o gosto pela música junto daquela comunidade. Concorda? Como estruturou a sua ação neste contexto?
Valadares foi literalmente um desafio. No primeiro ensaio tinha apenas um elemento, presente. Assisti ao fenómeno que vivem por vezes este tipo de agremiações socioculturais. O despovoamento inerente a variadíssimos fatores, cansaço, desânimos, falta de objetivos, entre muitos outros fatores podem provoca paragens temporárias na ação artística, por vezes fatais. Apercebendo-se do que inevitavelmente acabaria por acontecer, a direção administrativa, faz-me o desafio de tomar as rédeas a um coral extinto, ou quase… No segundo ensaio contava-mos já com nove elementos e hoje ao completar dois anos e meio o coral conta já com 66 elementos a quatro vozes mistas, plenamente integrado no circuito dos encontros e festivais de música coral. É um coral ativo, organizado, dinâmico e empreendedor em franco crescimento, graças aos esforços de todos. É um projeto que renasce já no século XXI o que prova que a música coral dentro dos moldes que conhecemos ainda não acabou e poderá ter muito para dar no futuro. Os segredos poderão estar na mistura de rigor disciplina e muito boa disposição.
Parte da sua vida profissional passa também pela pedagogia e pela criação de recursos pedagógicos. Fale-nos um pouco deste(s) percurso(s).
Há pouco referia que gostaria de me identificar no futuro como professor. Talvez porque até no ensino tenho experimentado essa diversidade não só em níveis de ensino diferentes como nos primeiros segundos e terceiros ciclos, o ensino de instrumento específico ou na colaboração de seminários de etnomusicologia no ensino superior nomeadamente no instituto Piaget, mas também porque desde a minha formação divido o meu tempo tanto com o ensino oficial como particular e cooperativo o que me facultou uma observação privilegiada e um melhor acompanhamento da evolução do ensino da música no nosso país. Desta forma tenho tomando a liberdade de alterar e adaptar a minha prática como professor, como pedagogo, experimentando métodos de intervenção e metodologias que habitualmente ficam nas sebentas. É um risco que optei correr e que tem sido frutuoso. Nas abordagens à pedagogia e transmissão de conhecimentos musicais tento privilegiar em primeiro lugar o relacionamento professor/aluno, como base fundamental para a aquisição de conhecimentos. Pude sempre que possível alterar e adaptar as salas de aula e os materiais físicos que as compõem. A composição de todo um repertório infantil também tem sido útil para aplicação do ensino. Esta vivência e experiência é aplicada e partilhada sempre que possível nomeadamente no acompanhamento, cooperação e orientação de futuros professores, em estágios de prática pedagógica, nomeadamente no Colégio Adventista de Oliveira do Douro em protocolo com o instituto Piaget. A necessidade de aprender a aplicar regras de ensino práticas e eficientes levou-me a realizar um período de trabalho junto de população com deficiências, tendo passado três anos a ensinar música na APPACDM de Matosinhos num trabalho conjunto com outros técnicos. Este foi provavelmente o percurso mais interessante que percorri enquanto professor considerando ter sido uma escola de pedagogia humana extraordinária. Daí o Relacionamento Professor/ Aluno em primeiro. Não esquecer a nossa natureza e humanidade, como ponto de partida comum para a hierarquização do relacionamento.
Samuel Santos conta também com o lançamento de 6 projetos discográficos editados, encontrando-se atualmente a dirigir a produção e edição de um DVD musical com o Orfeão de Espinho. Cada um destes projetos assume uma grande importância na sua vida… Concorda?
Não podemos negar que o registo áudio para o futuro é uma enorme responsabilidade. Como investigador, sei da enorme importância que tem todo o que fazemos, os registos escritos seja em papel ou até em formato digital, os registos áudio ou até de imagem bem como cada passo que dermos poderá vir a ser observado e estudado pelas gerações vindouras. Elas saberão avaliar-nos e pesar-nos. Devemos dar sempre o nosso melhor, tal como sempre tentei fazer. Apesar de nos dias de hoje os formatos de registo em CD parecerem estar já em desuso e até nos permitirmos questionar quem vai adquirir e ouvir musica coral, pondo em causa a relevância de tal ação, não devemos deixar de o fazer. Por todas as razoes que levam o mundo a avançar independentemente das conjunturas sociais e políticas, há no ato de gravar a aproximação ao perpétuo. Há um estado de espírito diferente de quando estamos num palco. É como uma velha fotografia onde nos encontramos sempre mais novos. É mágico. É, e tem sido uma experiência sempre nova e motivadora.
Enquanto cantor teve como professores e orientadores Mª. José Ribeiro e Oliveira Lopes. O que significaram para si estas duas figuras?
Na pedagogia eleva-se sempre a máxima de que se aprende por imitação. Nesse caso acabamos por imitar um pouco todos com quem tivemos uma ligação na perspetiva do aluno/aprendiz em relação ao professor/mentor. Entre outros, estes professores marcaram-me profundamente e conseguiram vincar em mim gostos e tendências que passados vinte anos ainda mantenho. Quando integramos um curso geral de canto, muito próximos ainda da mudança de voz não nos conhecemos e nem sempre nos revemos como cantores. É nessa altura que a opinião dos nossos professores em relação a este tão peculiar instrumento que é a voz humana, tomam uma proporção quase profética. Quando começamos os primeiros Vacai e alguém nos diz “vai em frente, tens um timbre bonito, a tua voz irá crescer, tens voz!” quando na realidade o que nos soa ao nosso ouvido interno não condiz muitas vezes com o elogio, o professor de canto passa a ser uma espécie de farol, um visionário de um futuro ainda estranho. É uma sensação fantástica que agora revejo nos meus próprios alunos quando assumo o crítico e entusiasta papel de motivador, que outros de forma paciente tomaram para mim.
Enquanto tenor atuou por várias vezes em Portugal e no estrangeiro. Pode destacar alguns desses momentos?
Destaco as atuações feitas como solista do coral do instituto politécnico de Viana dirigido por um dos melhores músicos que jamais conheci o Padre Jorge Alves Barbosa a quando dos concertos “Sons da História”. Fora do país, destaco em particular um recital efetuado na Igreja Gótica de Neuilly-sur-Seine em Paris, sob a orientação do maestro Christian Juca. Neste ressalvo o efeito “surpresa” recíproco, tanto em termos acústicos devido às caraterísticas físicas do extraordinário local que valorizaram a atuação, bem como humanas tendo sido acolhido pelo público que ao contrário do habitual, aguardou para cumprimentos e felicitações muitos surpresos com a minha prestação, mas não mais do que eu na altura.
O desenho e a pintura também fazem parte da sua vida. Considera-se um artista completo?
Não, não me considero um artista completo. A pintura é um hobbie que de tempos, a tempos, toma algumas proporções invadindo o meu tempo e espaço em casa. Tive o privilégio de aprender a desenhar em fusim e dominar técnicas, materiais e ferramentas simultaneamente com a música. Ao longo do tempo tive de escolher e a música tomou um lugar de relevo tendo sido obrigado a abandonar as aspirações que tinha inicialmente a Belas Artes. Não estou nada arrependido. Hoje sou músico por gosto e por paixão. Escolhi uma profissão que gosto, muito variada e diversificada que proporciona uma plena realização. A pintura é um complemento um projeto em desenvolvimento que tentarei aperfeiçoar durante a vida como escape à música que acaba por estar sempre presente no atelier. Tive já a oportunidade de realizar duas exposições em Viana e em Vila Nova de Gaia e estou a preparar outras duas para Maia e Espinho mas considero-me apenas um sortudo, faço pintura para me distrair da música, por prazer. Não sou artista completo, não sei dançar por exemplo. Mas no que diz respeito à pintura é algo espontâneo mas que não posso passar sem o fazer.
Para terminar e agradecendo mais uma vez ter aceitado o nosso convite gostaríamos que nos falasse um pouco do seu novo projeto, ou seja, da Escola de Música Samuel Santos.
Tenho vindo há vários anos a preparar um projeto de ensino privado de música. Este ano consegui concretizar esse sonho que em muitos aspetos se apresenta inovador. Fundei na Maia a escola de Música Maestro Samuel Santos, recorrendo ao meu nome, expondo-me dessa forma naturalmente na primeira pessoa. Não há muito este hábito em Portugal de colocarmos os nossos nomes sobretudo em projetos artísticos, arriscando esta exposição, no entanto, considero esta prática muito interessante, não tanto pela necessidade de maior divulgação do EU mas que à imagem do que se faz nos Estados Unidos este meio confere credibilidade e transparência ao projeto. Ou seja não há nada a esconder. Optamos por uma presença efetiva na internet com um site institucional claro e transparente, mas discreta e ao contrário do status quo sem recurso a redes sociais. Neste projeto inovador o aluno está em primeiro lugar, sendo assim, obtém um ensino individualizado. Investimos em espaços modernos e acolhedores com todas as condições para a aprendizagem da música, onde o conforto entra como catalisador das aprendizagens. A escolha criteriosa de docentes, todos formados está já dando frutos, sendo que aqui uma vez mais o relacionamento Professor/aluno é privilegiado. Um leque de cerca de 20 instrumentos passando pelos instrumentos de orquestra ou eletroacústicos até à Gaita-de-Foles, Bombo Galego, ou até produção musical, dão oportunidades que o ensino tradicional não confere. A concretização de um coral residente com já trinta elementos o Coral Vox Cantabile é sem dúvida um motor artístico excecional, que já vai ganhando visibilidade no mundo coral. A Escola dinamiza ainda música para bebés e está aberta ao ensino de toas as idades, sendo que aqui de experimenta a mistura etária como metodologia algo novo mas com resultados muito positivos em países do norte da Europa. A Escola promove também workshops de Poesia, representação mímica e artes performativas. Temos em agenda apresentação de livros e exposições e entre outros protocolos de estágios com o ensino básico, 3º ciclo e superior. À primeira vista todas estas atividades poderão parecer um pouco exageradas, mas o segredo está numa organização e disciplina muito rigorosas. A convergência de formas de expressões artísticas variadas com o ensino específico de instrumentos musicais torna-se uma mais-valia para alunos enriquecendo os conhecimentos e promovendo a transversalidade e multiculturalidade. Os critérios de Avaliação e as atribuições de menções internas pretendem já vir a colmatar a falta de certificações que temos fora do ensino oficial um pouco devido à mediocridade do ensino privado de música, algo que pretendemos inverter. É um projeto que apesar de se encontrar apenas no início já é um caso de sucesso na Cidade da Maia havendo inclusive procura de alunos de cidades da margem Sul do Douro. Quanto ao futuro, estamos naturalmente expectantes face às alterações económicas e sociais, mas no que diz respeito à produção artística e implantação, podemos considerar o projeto, um sucesso. Este projeto particularmente tem sido um desafio que convido a conhecerem melhor em www.maestrosamuelsantos.com. Aproveito para agradecer a entrevista e desejar maiores sucessos ao XpressingMusic pela qualidade e excecional trabalho de divulgação da música que tem vindo a desenvolver. Bem Hajam!
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