João Caetano fala da «reflexão mais próxima da [sua] pessoa musical»
João Caetano apresentará no dia 13 de dezembro o seu espetáculo de voz e percussão no Museu do Oriente. Será acompanhado por Maria Emília Reis na voz, Manuel Rocha e Pedro Pires nas guitarras, Pity no baixo, André Silva na Bateria, André Dias na guitarra portuguesa e Ricardo Anastácio na viola. «Embora, neste meu trabalho, já tenha utilizado alguns elementos tradicionais portugueses, como a guitarra portuguesa, a viola de fado e os bombos tradicionais... continuo sempre a procurar maneiras de fazer esta junção Fado, Folk e Pop, juntando ainda elementos tradicionais chineses».
João, muito obrigado por esta partilha com os nossos leitores. Como define o trabalho que agora nos vai apresentar no Museu do Oriente? É algo muito distante daquilo que vinha a fazer noutros projetos musicais?
Sim, neste meu projeto a solo, eu canto em português temas originais e toco bombos feitos em Portugal, por um artesão Português. No entanto sou de Macau, na China, e tenho experiência de circuitos internacionais de música desde os 20 anos de idade, a tocar percussão Pop, Funk e Soul..., portanto, respondendo à pergunta, sem dúvida que é muito distante daquilo que tenho vindo a fazer, mas é a reflexão mais próxima da minha pessoa musical, e experiência de vida.
Este seu novo trabalho pretende apontar caminhos para o futuro no âmbito da música produzida na língua de Camões?
Sem dúvida... o trabalho de estúdio e de composição começou há 3 anos... Na procura de novas sonoridades e maneiras de captar instrumentos tradicionais e modernos... Tentar enquadrá-los... Este EP é apenas uma amostra do álbum que sairá para o ano.
A etiqueta da Sony Music é a prova viva do reconhecimento que este trabalho merece...
Devo à Sony Music, nesta minha primeira apresentação, ter reconhecido o meu trabalho. É sem dúvida uma nota positiva para o futuro da minha carreira a solo...
Como e porquê, na sua vida, se deu a transição do violino para a percussão?
Eu, na verdade, lembro-me de tocar tambores com 3 anos... ainda tenho fotografias dessa altura. Comecei a aprender violino com 5 anos, completei o conservatório aos 18. Desde novo que queria imitar os sons, os ritmos e a música que ouvia nas ruas de Macau e em casa com os meus pais... sempre com um tambor ao meu lado, um violino e uma guitarra, do outro.
A intensa atividade do projeto internacional Incognito deixa-lhe espaço para projetos como este?
Eu estou completamente focado na minha carreira a solo e em parecerias com artistas e bandas internacionais... Eu trabalho muito, mas tenho uma equipe incrível em Lisboa, em Londres e em Macau que apoiam todo este meu trabalho.
As experiências musicais que tem vivenciado com tantos músicos e projetos, dos quais podemos destacar Chaka Khan, Mario Biondi, Anastasia, Leona Lewis, Jessie J ou Dione Bromfield, conferiram-lhe diferentes visões, conducentes a novas abordagens musicais?
No fundo, o que me fez pensar, foi na identidade e ADN da minha música, assim como a minha forma de estar dentro e fora de palco. Especialmente com a Chaka Khan... Uma verdadeira lenda! Lembro-me quando lhe mostrei a minha música pela primeira vez, ela começou a cantar o refrão enquanto ouvia o tema... um momento que nunca esquecerei.
Embora a produção seja do João Caetano, a mistura e a masterização são da responsabilidade de Mo Hausler (no Livingstone Studios, em Londres). Houve alguma razão especial para este convite ao alemão Mo Hausler?
Eu conheci o Mo através dos Incognito. Já trabalho com ele em estúdio há 6 anos. O Mo é um engenheiro multifacetado que trabalha não só com projetos de Soul e Funk como também domina a música Indie e Pop... Gosto particularmente do trabalho que ele fez com Everything Everything.
Ângelo Freire, Pedro Soares, e Maria Emília Reis foram outros nomes que convidou para esta viagem musical lusófona...
Sim, eles são talentos do mundo do fado, já com trabalho prestado nesta área. O Ângelo e o Pedro, inclusivamente, tocam com a Ana Moura (que conheço bem e muito admiro), e a Maria Emília, que canta regularmente no Clube do Fado do Mário Pacheco. Já os conheço há alguns anos.
Há mais nomes que não possa deixar de referir no contexto deste trabalho discográfico?
Jean Paul Bluey Maunick que assinará no meu álbum de estreia como produtor executivo... ele é o líder e produtor da banda Incognito. Já nos conhecemos há 7 anos.
Podemos dizer que este seu trabalho é apenas o início de uma abordagem mais ampla e mais intensa às sonoridades lusófonas?
Embora, neste meu trabalho, já tenha utilizado alguns elementos tradicionais portugueses, como a guitarra portuguesa, a viola de fado e os bombos tradicionais... continuo sempre a procurar maneiras de fazer esta junção Fado, Folk e Pop, juntando ainda elementos tradicionais chineses.
Mais uma vez agradecemos a atenção dispensada aos nossos leitores. Para além do espetáculo do dia 13 de dezembro no Museu do Oriente, já nos poderá adiantar outras datas e locais?
Dia 7 de dezembro estarei na Fnac do Chiado, e no dia 17 de dezembro no Boteco da Fá, em Alfama.
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