A compositora Andreia Pinto-Correia em entrevista
«(...) nas próximas temporadas, irei estrear um par de obras encomendadas por instituições de Portugal, o que me deixa bastante satisfeita. Nos Estados Unidos, as pessoas com quem trabalho ficam sempre muito surpreendidas por nunca ter recebido uma encomenda de peso do meu país. Não sei se será por eu estar fora ou por falta de interesse. O tempo o dirá. Por outro lado, faço sempre questão de mencionar que mantenho sempre um contacto ativo com certos solistas que me têm acompanhado desde os meus primeiros passos e que apostaram em mim desde muito cedo. Essas relações são muito importantes para mim. Falo por exemplo do Sérgio Carolino, do Miquel Bernat e da Joana Carneiro».
Quando sentiu que a sua vida poderia ser preenchida em exclusivo por uma carreira musical?
Comecei a compor tarde, após ter sido instrumentista e de me deparar com uma série de obstáculos. Por isso, nunca parei para me questionar acerca de uma carreira musical uma vez que tinha a missão de recuperar “tempo perdido”. Dito isto, o meu percurso foi bastante natural e gradual, tendo começado a receber encomendas desde muito cedo, o que por si só traz certas vantagens mas também algumas desvantagens.
Quais foram os primeiros professores que teve no âmbito da sua aprendizagem musical?
Falo aqui dos meus primeiros professores de composição. Nunca estudei composição em Portugal uma vez que já estava nos Estados Unidos com bolsa quando fiz a minha mudança de percurso. O meu primeiro professor de composição foi Bob Brookmeyer. Obviamente tive formação prévia de conservatório nos Estados Unidos nas cadeiras clássicas, se assim lhes posso chamar: Composição Tonal, Harmonia, Contraponto, e Direção de Orquestra, entre outras. Mas Bob Brookmeyer foi o primeiro professor com quem estudei individualmente, com aulas privadas e ensaios todas as semanas por um período de três anos. Mais tarde, estudei com o compositor Michael Gandolfi durante o meu doutoramento. As pessoas que conhecem a sua música ficam muito surpreendidas uma vez que esteticamente somos compositores muito distintos. Gandolfi é conhecido por ser um grande orquestrador e creio que para mim foi fundamental estudar tantos anos com uma pessoa com uma vastíssima experiência neste campo uma vez que sempre me dediquei a escrever maioritariamente para orquestra. Depois, claro, estudei com o John Harbison paralelamente ao meu doutoramento mas não ligada a uma instituição. É um compositor que me conhece praticamente desde que comecei a escrever, com uma escrita com uma forte ligação à palavra e ao texto, e por quem sinto uma grande afinidade a vários níveis.
Algum deles a marcou de forma particular?
Diferentes professores marcaram-me em fases distintas da minha aprendizagem e de vida. Bob Brookmeyer foi uma daquelas pessoas com as quais nos cruzamos na vida (se temos sorte) e que jamais esqueceremos. Foi uma grande perda quando faleceu. Ficou a amizade com Jan, a sua viúva, e sempre preenchemos as nossas conversas com as mais variadas histórias incríveis de Bob, que tinha um sentido de humor fabuloso. Jan e eu pregávamos-lhe sempre imensas partidas que ele tentava retribuir nas suas formas mais criativas! Bob Brookmeyer era aquele professor que estava sempre presente, que apoiava, que incentivava, com uma sofreguidão de conhecimento e de transmitir esse conhecimento. Tinha igualmente um caráter famoso e muito especial no sentido de ter muito pouca tolerância para pessoas pouco sérias, e de ser sempre um vulto muito frontal e ativo no que diz respeito a deveres cívicos, políticos, e morais, o que aliás também lhe trouxe alguns problemas ao longo da sua vida. Foi muito importante na minha fase inicial de estudante de composição ter a presença forte de alguém assim. Deixou também conselhos que ficaram, em particular, tinha uma frase que me marcou bastante. Algo bastante singelo. Quando se apercebia de que eu ficava mais preocupada, ou talvez obcecada com a minha música ou determinada obra de uma forma menos saudável, ele dizia com um sorriso de criança: “Andreia, chegou o momento de ir abraçar as árvores!” Claro, que esta frase tinha vários sentidos. Mas ficou. Quando estou mais metida no meu mundo, imersa numa obra e sinto que me falta um pouco a perspetiva, lembro-me sempre – com uma grande saudade – de Bob e das suas árvores... Depois, claro, tive outras presenças na minha vida que igualmente me marcaram. Uma delas é John Harbison que continua a ser uma grande presença na minha vida musical. Infelizmente pouco conhecido na Europa é um dos grandes senhores da composição norte americana, um compositor extraordinário e um homem bastante discreto. Um artista que admiro muito também no sentido moral e ético. Um pensador profundo, um poeta na forma como pensa a música, e um verdadeiro “gentleman”. Uma raridade. Estudei muito brevemente com dois compositores que infelizmente faleceram recentemente: Lee Hyla e Steven Stucky. Em ambos os casos, foram pessoas que me marcaram pela sua introspeção e pela sua generosidade. Foram pessoas que me apoiaram bastante e que tiveram grande peso na minha decisão de me estabelecer nos Estados Unidos. Guardo grandes memórias de ambos. Para último lugar, deixo o Elliott Carter. Na altura em que eu o conheci, era eu uma jovem compositora residente em Tanglewood e ele já contava 101 anos. Foi mesmo uma experiência única. Havia estudado a sua música com grande detalhe e lido todos os seus ensaios, sentia uma admiração profunda por aquele compositor, e conhecê-lo em pessoa, depois de conhecer muito bem o seu trabalho, foi muito importante naquela altura do meu crescimento como compositora. Passei dois verões inesquecíveis muito próxima dele. O meu concerto para orquestra, Timaeus, foi encomendado pela Boston Symphony Orchestra e pelo festival de Tanglewood em sua memória.
O interesse pela composição foi algo que sempre a acompanhou, ou surgiu numa fase específica da sua vida?
O meu interesse pela composição surgiu numa fase muito específica e como consequência de uma série de acontecimentos que foram marcantes na minha vida. Desde criança que o meu sonho era ser instrumentista e só após ter sofrido um acidente considerei fazer outra coisa. Estudei e pensei muito até começar a escrever música. Foram largos anos de pausa. Agora vejo que tive uma preparação única e que todas as áreas em que estive envolvida foram igualmente importantes na minha formação: o ter sido instrumentista com uma vasta experiência no palco, ter estudado durante anos direção de orquestra e ter dirigido a minha própria orquestra, ter estudado música para filmes, cantado num coro, ter estudado jazz em simultâneo com o clássico, ter começado a ensinar muito nova e, claro, o ter começado a escrever tarde... costumo dizer que o meu passado aparentemente desarrumado e desalinhado é que moldou a minha individualidade enquanto compositora.
A composição dá-lhe uma sensação de liberdade criativa superior àquela que sentia enquanto instrumentista?
É difícil colocar-me na posição de instrumentista. Parei de tocar em 1995, era eu muito jovem, a minha vida mudou radicalmente desde então, e eu própria mudei e cresci. Por isso, é complicado tentar comparar a minha vida de agora e o que faço com algo que eu fazia há mais de vinte anos atrás. O que posso dizer é que não me imagino a fazer outra coisa que não fosse composição. Mas creio que foi muito importante para o meu percurso ter um contacto físico intenso com um instrumento. Aprendi a pensar como um instrumentista, aprendizagem essa que guardo religiosamente e que uso no meu dia-a-dia de compositora. Inclusive tenho a noção de que, quando comecei a estudar direção de orquestra muito antes de optar pela composição, procurava esse lado físico que julgo ser muito importante no meu processo criativo.
Vencer o Prémio John Simon Guggenheim Memorial Foundation Fellow faz com que sinta que trilhou os caminhos certos?
Não estou segura de que haverá um caminho “certo” ou “errado”: apenas situações com que me deparei ao longo do meu percurso e que me fizeram tomar certas decisões. Mas, respondendo à sua questão, o prémio John Simon Guggenheim foi um reconhecimento a vários níveis: o reconhecimento de ter chegado a um patamar distinto, de mid-career, como chamam nos Estados Unidos, e de publicamente ser aceite como alguém que claramente deixou o processo de aprendizagem para trás e que chegou a uma etapa de voz individual. Também é um reconhecimento ao nível académico, uma vez que este é um prémio bastante reconhecido nesse meio. No meu ano, receberam igualmente este reconhecimento George Lewis, chefe do departamento de composição da Columbia University, e Alex Ross, o reconhecido crítico. Pessoas com carreiras mais extensas do que eu e com bastante mais idade. Ou seja, a “companhia” também foi um incentivo, neste caso. Por outro lado, é uma “honra” com muita visibilidade nos Estados Unidos. Os vencedores são anunciados num press release no The New York Times, o que cria sempre uma grande expectativa e alarido nos meios académicos e artísticos. É igualmente um prémio que traz uma grande recompensa monetária: neste caso, um valor determinado para me concentrar no meu trabalho durante o período de um ano sem qualquer tipo de preocupações e distrações.
Como surgiram as oportunidades de trabalhar nos Estados Unidos com a Berkeley Symphony Orchestra e com a Minnesota Symphony Orchestra?
No caso da Berkeley Symphony Orchestra, foi uma combinação perfeita de variadas circunstâncias. A Joana Carneiro tinha-me contactado com a possibilidade de me fazer uma encomenda para aquela orquestra. Por essa altura, eu havia enviado uma candidatura para Harvard, para a Fromm Foundation, a fim de me apoiarem na escrita de uma nova obra orquestral, e ao mesmo tempo tinha sido contactada acerca da possibilidade de receber uma residência com uma orquestra através da League of American Orchestras. Resumindo, o meu trabalho com a Berkeley Symphony Orchestra reuniu os interesses de várias instituições que, por sua vez, apoiaram financeiramente a encomenda e a minha residência de compositora. Em relação à Minnesota Symphony Orchestra, foi bastante simples: A orquestra naquela altura lançava um pedido anual nacional para receber partituras para uma das suas subscriptionseries, eu enviei uma das minhas obras e foi selecionada.
Sente-se uma embaixadora da cultura portuguesa?
A partir do momento em que escolhi viver fora do meu país, numa cidade como Nova Iorque onde diariamente conheço e trabalho com pessoas de quase todo o mundo, viajando bastante, numa área de trabalho com uma certa exposição ao público, terei obrigatoriamente de ser embaixadora do meu país. Tenho, naturalmente, muito orgulho em representar o meu país e em sentir que estou a ser um exemplo positivo.
O que procurava no New England Conservatory of Music? Portugal não respondia às suas “inquietações” académicas na área da música?
A minha ida inicial para o New England Conservatory aconteceu, porque eu queria estudar com Bob Brookmeyer. Nunca havia tido um professor de composição a sério, digo com aulas privadas, e sabia que Bob seria perfeito para mim, por gostar da sua música, pela sua fama de ser um professor muito exigente e por ser um compositor que se movia com facilidade em variados tipos de linguagem musical. Se ele estivesse em Portugal ou noutro sítio, então teria sido esse o local da minha eleição. Evito entrar em questões “que lá fora é melhor do que cá dentro”, não fazem muito sentido e não se relacionam com a forma como tomei as minhas decisões e como penso, mas sim com circunstâncias muito particulares da minha vida e percurso. Por outro lado, já estava nos Estados Unidos quando me candidatei para o New England Conservatory e sabia que era uma instituição de grande prestígio. Também me atraiu o facto de ser uma instituição de elite bastante pequena com cerca de 600 alunos na altura. Foi importante para mim estar rodeada de tanto talento ao mais alto nível, com grandes solistas de renome mundial ao virar do corredor, literalmente. Aliás, foi a única instituição para a qual me candidatei para o doutoramento. Na altura, nem havia considerado a hipótese de não entrar até me aperceber da extraordinária competição para uma única vaga de doutoramento.
Neste momento encontra-se como compositora residente em alguma orquestra?
De momento, tenho uma ligação à League of American Orchestras, organização nacional que reúne e apoia as orquestras americanas e a divulgação do seu repertório. Não sei se lhe chamarei de “residente”, mas tenho um papel a vários níveis, desde promoção a contacto com os seus membros e mecenas, como consequência de um prémio/encomenda para uma obra orquestral a estrear em 2018-19.
Como é o seu dia-a-dia profissional?
O meu dia-a-dia varia bastante. Nesta altura viajo bastante, com variados compromissos, desde masterclasses, a júris de composição, a reuniões e comités, o que, se por um lado é bom, por outro lado leva-me a ter um horário complicado com muitas interrupções e distrações. Tenho sorte em viver num lugar central como Nova Iorque e viajar tornar-se mais fácil. Mas os meus horários acabam de certa forma por se adaptar à obra que estou a escrever no momento, acabando por entrar nesse tal mundo paralelo.
Compõe mais para instituições internacionais? Portugal também é um “bom cliente”?
Escrevo mais para instituições internacionais, sem dúvida. Creio que a minha música tem despertado mais interesse fora do país, principalmente no que diz respeito a instituições de peso. Curiosamente em Portugal há uma tendência para se tocar as obras que escrevi há mais de dez anos atrás, quando ainda era estudante e não as obras mais recentes. Nesse sentido, o tipo de procura é também muito diferente. Mas, nas próximas temporadas, irei estrear um par de obras encomendadas por instituições de Portugal, o que me deixa bastante satisfeita. Nos Estados Unidos, as pessoas com quem trabalho ficam sempre muito surpreendidas por nunca ter recebido uma encomenda de peso do meu país. Não sei se será por eu estar fora ou por falta de interesse. O tempo o dirá. Por outro lado, faço sempre questão de mencionar que mantenho sempre um contacto ativo com certos solistas que me têm acompanhado desde os meus primeiros passos e que apostaram em mim desde muito cedo. Essas relações são muito importantes para mim. Falo por exemplo do Sérgio Carolino, do Miquel Bernat e da Joana Carneiro.
Como caracteriza aquilo que escreve e quais as suas principais influências musicais? Admira algum compositor em particular?
Sinto uma grande afinidade com a escrita orquestral, creio que essa é a minha grande paixão. Digo sempre que tenho uma grande sorte em ter uma continuidade de encomendas para esta formação. Dou uma grande atenção ao detalhe, ao timbre, à harmonia e à orquestração. Por outro lado, gosto que cada obra represente uma nova abordagem e um novo passo na minha escrita. Faço-o repensando a estrutura, através de novas combinações tímbricas ou harmónicas. Existem determinadas obras ou compositores que foram muito importantes para mim em diversas fases do meu percurso. Tenho grande fascínio por Mahler, o que surpreende muita gente. Nos meus anos de estudante, passei largos meses a comparar diferentes versões e manuscritos da Sinfonia No. 1. Foi uma grande aprendizagem. Hoje em dia sou membro da Sociedade para os Estudos de Mahler, em Nova Iorque. Ou seja, já faz muitos anos que tenho esta paixão, se assim se lhe posso chamar. Depois, sem dúvida, que Messiaen tem tido uma enorme influência na minha escrita. Na realidade, encontro-me neste momento no Utah num festival e fiz questão de vir visitar os locais de inspiração da magnífica obra “Des canyons aux étoiles”. Stravinsky, Debussy, Bartók, Ravel, Ligeti, Dutilleux, e também Haas, Donatoni, Berio, Sciarrino e Beat Furrer são alguns dos compositores que influenciaram a minha música de uma forma ou outra. E Birtwistle, claro, que tem tido uma grande importância ao longo de muitos anos. Mas existem tantos outros... E claro que Bach. Dos compositores americanos, saliento Jacob Druckman, Elliott Carter e John Harbison.
O que mais influencia a sua composição para além do universo musical que a rodeia?
Tento sempre estar a par do que se passa no mundo, quer em termos artísticos ou científicos. Faço questão de ir a muitos espetáculos de música, teatro, e dança, e também a museus, palestras, e exposições. Vivendo em Nova Iorque, posso ter contacto diário com variados artistas, académicos e cientistas. Um grande estímulo em termos criativos e intelectuais. Igualmente, eu e o meu marido fazemos um salão mensal em nossa casa no qual temos reunido artistas de todo o mundo. Mas creio que a literatura tem sempre um lugar muito especial no meu mundo. Talvez por ser descendente de uma família de escritores e académicos. Sou uma leitora compulsiva e quase todas as minhas obras foram de certa forma influenciadas pelo texto e pela palavra.
Quais os projetos em que se encontra envolvida atualmente?
Neste momento, tenho agendadas várias obras orquestrais, um monodrama, um quarteto de cordas para uma ensemble fabulosa, e uma obra para piano trio, encomenda da Chamber Music America. Depois, tenho outras encomendas para formações mais pequenas, como uma para harpa solo e um duo para voz e violino, entre outros projetos ainda não oficiais. Irei ser compositora em residência de vários festivais e irei gravar um novo cd daqui a um ano.
Uma carreira em Portugal está mesmo fora de questão...
Como costumo dizer, a porta está entreaberta. As decisões fazem-se de acordo com as circunstâncias que a vida nos traz. Por agora estou em Nova Iorque onde vivo já há alguns anos e creio ser o sítio onde devo estar neste momento. Tenho a agenda preenchida com trabalho agendado para os próximos quatro/cinco anos com grandes músicos e apoio de grandes instituições. Se um dia tiver esse tipo de reconhecimento no meu país talvez possa voltar. Até lá, será complicado.
Quando visita Portugal, vê um Portugal “musical” diferente daquele que deixou?
A primeira vez que saí de Portugal foi em 1994, ainda era muito jovem e foi para estudar o meu instrumento. Regressei pouco tempo depois e fiquei por um período de cinco anos. Mais tarde, durante os meus estudos de graduação e após o meu doutoramento, sempre regressei a Portugal várias vezes ao ano e sempre fiz questão de me manter informada e em contacto com o que se passa no nosso país. Por estas razões não tenho a perspetiva de alguém que se mantém afastado por anos a fio e que nota uma extraordinária diferença com o passar desse tempo. Mas posso dizer que a nova geração de compositores que iniciou os estudos em Portugal teve como professores compositores muito bem preparados e que tiveram uma grande variedade de experiências dentro e fora de Portugal. Se bem que eu não tenha estudado em Portugal, vejo com grande satisfação compositores de todas as gerações de grande qualidade a escrever música fabulosa.
Muito obrigado pelo tempo que dedicou aos nossos leitores. Se tivesse que eleger os pontos altos da sua carreira até ao momento, quais escolheria?
Eu é que agradeço a simpatia e o interesse. Antes de mais, escolheria os momentos passados com os mestres que me ajudaram a crescer como pessoa e como compositora: Bob Brookmeyer, Michael Gandolfi, John Harbison, Lee Hyla, Steven Stucky e Elliott Carter. Depois, elegeria os momentos em que a minha música tocou alguém de forma especial. Ou aqueles momentos partilhados com músicos e solistas em que senti que a minha obra foi compreendida e respeitada. Por vezes, esses momentos foram públicos, mas na maioria das vezes foram em circunstâncias mais privadas e inesperadas.
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