Fanfarra Káustika. O Punk Filarmónico sai à rua.

Fanfarra Káustika

No seio das bandas filarmónicas nasceu um projeto que pretende ser fiel às suas origens, apostando, no entanto na diferença: «a nossa singularidade provém sobretudo do facto de nunca termos negado e abandonado a nossas raízes filarmónicas. Criamos novas sonoridades e re-inventamos esta cultura musical e tradicional, cruzando com as mais variadas influências». A Fanfarra Káustika é constituída por músicos profissionais com formação nas áreas do jazz, da música erudita e das músicas do mundo. «A internacionalização é um dos nossos principais objetivos atualmente. Apesar de ser um projeto versátil, em Portugal ainda há um mercado reduzido para este tipo de propostas, especialmente no inverno. Além disso, vamos constatando que os programadores, de salas e festivais, arriscam pouco nas suas programações e assim, não procuram nem promovem novas propostas ou espetáculos».

Como nasceu a Fanfarra Káustika? As bandas filarmónicas estão na origem deste projeto?
A Fanfarra Káustika nasce de um núcleo de músicos ligados desde novos a uma banda filarmónica, mais concretamente a Banda Alvarense de Casal de Álvaro - Águeda.
O projeto tomou forma quando, em 2007, por altura da passagem da Fanfare Ciocarlia em Portugal, a FK reinterpretou algumas das suas músicas para a sua receção.

As bandas filarmónicas sempre tiveram um papel fundamental na formação de instrumentistas. Sendo a Káustika um projeto composto por instrumentistas de sopro e percussão, é inevitável dizer que as filarmónicas estejam na origem do projeto já que tiveram uma grande influência na formação dos músicos que a compõem.
No nosso caso, a Alvarense deu-nos muito do somos hoje. Deu-nos escola, cultura, educação, conhecimentos e valores. Existe uma misticidade em torno das Bandas Filarmónicas que, na sua maioria são centenárias e já viram muitas gerações passarem. Digamos que nós, Fanfarra Káustika, poderemos ser um “upgrade” das mesmas.

Fanfarra Káustika

Os músicos que formam este projeto são todos músicos profissionais ou estudantes de música?
Atualmente a Káustika é formada por músicos profissionais que vivem da e para a música. São músicos formados nas áreas do jazz, erudito e das músicas do mundo.

Quais os géneros musicais que se mesclam nesta Fanfarra?
É difícil responder a esta questão porque são muitos. As influências mais evidentes vêm do jazz, da música erudita, da música eletrónica, clássica e das músicas do mundo.

No “Punk Filarmónico”, espetáculo de rua, é onde se notam mais influências da música balcânica misturada com um bocadinho rock, punk, improvisação e claro, o filarmónico. Já no “Transe Sinfónico”, espetáculo de palco, notam-se mais influências da música eletrónica como o trance, o drum’n’bass ou o dubstep, com música sinfónica à mistura.
Fusão!

Fanfarra KáustikaOs vossos temas são originais. Quem compõe para a Fanfarra Káustika?
Atualmente os temas interpretados são maioritariamente originais com exceção de alguns arranjos. Tanto os temas originais como os arranjos foram escritos por elementos da Káustika.

A Fanfare Ciocarlia é uma inspiração para vocês?
Inevitavelmente. Na génese da Fanfarra Káustika a Fanfare Ciocarlia foi uma forte inspiração.
Em 2007, por altura da sua passagem em Portugal, alguns músicos juntaram-se para fazer a receção à banda romena em Águeda tocando aí algumas das suas músicas.
Foi o êxito dessa prestação que permitiu dar visibilidade ao projeto, dar os primeiros espetáculos e evoluir até ao que somos hoje.

A vossa agenda é muito preenchida?
Não tanto quanto desejaríamos, no entanto tem havido espetáculos com bastante regularidade e têm vindo a aumentar nos últimos tempos.

Os elementos da Fanfarra Káustika continuam ligados às filarmónicas?
Sim, a maior parte dos elementos continua ligado às filarmónicas. Como músicos, como maestros ou como professores.
Além de outros projetos, para muitos de nós, as filarmónicas são um local onde desenvolvemos o nosso trabalho de forma regular.

O facto de tocarem exclusivamente instrumentos acústicos dá-vos uma maior liberdade para que possam atuar nos mais variados contextos?
Sem dúvida, o facto de não necessitarmos sempre de amplificação permite-nos um melhor enquadramento e adaptação aos eventos. Temos atualmente dois espetáculos distintos, um de rua, acústico, e um de palco, aí necessariamente amplificado, mas que torna o projeto mais versátil.

Fanfarra Káustika, Transe SinfónicoComo foi recebido o CD “Transe Sinfónico”?
O CD “Transe Sinfónico” foi muito bem recebido por parte de quem nos acompanha e por quem nos vê em concerto pela primeira vez. Recebemos inclusive muito boas críticas nas redes sociais da parte de alguns músicos prestigiados como o caso do tubista Sérgio Carolino. Foi mencionado como um disco bastante original.

O que vos diferencia de outros projetos que também atuam em contextos idênticos àqueles em que vocês tocam?
Essa é uma pergunta complicada. Procuramos manter e ser fiéis à nossa identidade sonora. Com um repertório sobretudo original, com qualidade e versatilidade nos espetáculos e uma imagem distinta.
Quanto a nós, a nossa singularidade provém sobretudo do facto de nunca termos negado e abandonado a nossas raízes filarmónicas. Criamos novas sonoridades e re-inventamos esta cultura musical e tradicional, cruzando com as mais variadas influências.
Do punk filarmónico ao transe sinfónico!.

A internacionalização é o próximo “grande objetivo”?
Sem dúvida. A internacionalização é um dos nossos principais objetivos atualmente. Apesar de ser um projeto versátil, em Portugal ainda há um mercado reduzido para este tipo de propostas, especialmente no inverno. Além disso, vamos constatando que os programadores, de salas e festivais, arriscam pouco nas suas programações e assim, não procuram nem promovem novas propostas ou espetáculos.

Muito obrigado pelo tempo que dedicaram aos nossos leitores. Como é encarado o vosso projeto pelos vossos pares das bandas filarmónicas? Há alguns “puristas” que não concordem muito coma vossa abordagem à música instrumental?
Desconhecemos a existência de “puristas”. Grande parte dos nossos fãs são precisamente pessoas ligadas às bandas filarmónicas e à música erudita. Sabemos que somos até inspiração para novos músicos de bandas. Inclusive já fizemos, e vamos fazer novamente em setembro, concertos conjuntamente com bandas filarmónicas. Muito obrigado também pela vossa entrevista. Acompanhem-nos!

fanfarrakaustika.com
www.facebook.com/fanfarra.kaustika

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