Ciro Cruz. Um baixista brasileiro a trabalhar em Portugal.

Ciro Cruz

«Eu sempre tive vontade de viver em Portugal desde criança por causa do meu pai que é português. Por sorte minha passei a viajar várias vezes por ano para Portugal com o Gabriel o pensador. Isso durante 10 anos ou mais e foi quando conheci a banda Donna Maria. Passámos a trabalhar juntos, mesmo estando eu ainda no Brasil. Depois de algum tempo a trabalhar à distância resolvi aceitar o convite deles para integrar a banda e tomei a decisão de vir definitivamente para Lisboa».

Ciro Cruz, obrigado por nos proporcionar esta partilha com os nossos leitores. Traz-nos agora os álbuns “Groove Inside” e “Mandala” em formato digital. Há alguma razão especial para ter assumido esta opção? As plataformas digitais são hoje indispensáveis para a disseminação da música e dos músicos?
Acho que as plataformas digitais são o futuro do mercado da música no mundo.

“Mistura Fina da Lagoa” e “Mandala” são dois dos seus temas que mais se têm ouvido. Estes dois temas são representativos do seu trabalho?
Sim, eu costumo dizer nos meus concertos que, apesar de a minha música ser instrumental e não terem letras, todos os temas têm uma história. O Mistura Fina era um bar emblemático do Rio de Janeiro por onde passaram grandes músicos. Eu tive a sorte de ter participado dessa fase com artistas como o Ed Motta, Nando Chagas, e muitos outros.

Ciro Cruz, Groove Inside, Mandala

Fagner, Ed Motta, Banda Black Rio, Gabriel o Pensador são alguns dos nomes com quem trabalhou no Brasil. Os anos 80 foram anos de muito trabalho?
Sim. Nos anos 80 no Brasil, especialmente no Rio de Janeiro, havia muito trabalho tanto em estúdio como em grandes tournées

Ao longo da sua carreira já participou nas gravações de mais de 100 álbuns. Passou mais tempo em estúdio do que em palco?
Apesar de ter gravado tantos álbuns com certeza passei muito mais tempo em palco. Infelizmente não contei quantos concertos já fiz mas foram muitos e muitos...

Ciro CruzStewart Copeland (The Police), Delmar Brown (Sting / Jaco Pastorius Band) e Howard Levy (Bella Fleck and The Flecktones) são músicos com os quais já partilhou o estúdio. Recorda com saudade estes tempos? Guarda essas experiências como momentos de aprendizagem?
Sim, tenho muitas saudades desta época. Principalmente do Delmar Brown e Howard Levy que eram meus amigos. Cheguei inclusive a levar o Howard Levy para fazer concertos no Rio de Janeiro e em São Paulo, o que foi uma promessa que lhe fiz quando o conheci em um estúdio em Chicago.

O que o trouxe para Portugal em 2005?
Eu sempre tive vontade de viver em Portugal desde criança por causa do meu pai que é português. Por sorte minha, passei a viajar várias vezes por ano para Portugal com o Gabriel o pensador. Isso durante 10 anos ou mais e foi quando conheci a banda Donna Maria. Passámos a trabalhar juntos, mesmo estando eu ainda no Brasil. Depois de algum tempo a trabalhar à distância resolvi aceitar o convite deles para integrar a banda e tomei a decisão de vir definitivamente para Lisboa.

Rui Veloso, Jorge Palma, Expensive Soul, Sara Tavares, Maria Rita, Mariza, Carminho e Raquel Tavares são alguns dos nomes com os quais trabalhou em Portugal. Tendo em conta o facto de estes artistas se movimentarem em géneros tão distintos, podemos dizer que é um músico multifacetado e com uma enorme capacidade de adaptação?
Acho que sim.

O facto de estar a reeditar os discos “Groove Inside” e “Mandala” nas plataformas digitais está a potenciar novas datas para concertos?
Ainda é muito cedo para fazer uma avaliação mas tenho a certeza que vai ajudar em todos os aspetos da minha carreira. É muito bom trabalhar com a Editora farol. Me sinto em casa!

Há muitos sonhos e projetos ainda na gaveta? Pensa colocar algum cá para fora em breve?
Sim! Estou sempre a pensar em coisas novas e em breve vou lançar um novo projeto.

Ciro Cruz. Um baixista brasileiro a trabalhar em Portugal.

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