Shout! 20 anos a cantar tendo o Gospel como pano de fundo
Foram os primeiros a gravar Gospel em Portugal e completam já 20 anos de experiências. Ao longo destes anos gravaram discos, fizeram espetáculos e brindaram o público com a sua energia. Estes motivos já eram mais do que suficientes para que quiséssemos entrevistar os Shout! mas vêm aí novos espetáculos e um novo disco em 2016. Desse novo trabalho discográfico já revelámos o single "Make it right" mas muito mais ainda estará por vir. «Este próximo disco continua a nossa evolução como artista. Tem sido um percurso natural e sentimos necessidade de voltar a gravar originais. As várias influências que temos e a nossa identidade como grupo acabaram por se ir revelando e resultou neste conjunto de músicas que estamos a gravar. É certamente um álbum diferente daquilo a que acostumámos o público e estamos ansiosos pelas reações».
Muito obrigado por nos proporcionarem esta partilha. Tudo começou há 20 anos. A Sara Tavares é a principal responsável pelo vosso “nascimento”? Assumem-se comos os pioneiros do Gospel em Portugal?
Nós é que agradecemos a disponibilidade para podermos partilhar convosco um bocadinho destes 20 anos. Sim, foi a Sara juntamente com o Dale Chapell que formaram os Shout! para a acompanhar no início da sua carreira. Isto foi em 1995 e nessa altura não havia registos gospel em Portugal. Nessa perspetiva fomos pioneiros e ajudámos a trazer essa sonoridade para o público português.
A formação foi sempre a mesma? Podem apresentar a equipa que compõe este projeto?
Não. Aliás, ao longo destes 20 anos sofreu várias alterações, não só nos nomes que a compõem como no número de elementos. Neste momento somos 10 cantores – Ricardo Quintas, Jorge Dias, Pedro Mimoso, Patrícia Silveira, Lucy de Jesus, Paula Pires, Patrícia Antunes, Cátia Ribeiro, Filipa Lourenço e Sofia Rodrigues.
Para além de Sara Tavares, pela vossa carreira têm passado vários nomes de referência. Como surgiram todas essas oportunidades?
Paralelamente aos nossos trabalhos próprios, temos realmente feito várias parcerias com outros artistas cujo trabalho admiramos. Esse acaba por ser um dos critérios para a decisão de criar algo em conjunto com esses artistas. Normalmente estas oportunidades surgem pela admiração mútua e porque as duas partes consideram que a parceria traz uma mais-valia ao resultado final.
Sentem que o projeto tem merecido a devida atenção por parte do público?
Tem dias (risos). Devido à nossa raiz gospel dão-nos sempre mais atenção no natal (risos). Falando mais a sério, não nos podemos queixar pois se chegámos até aqui foi porque o público nos permitiu. Por outro lado, talvez essas colaborações nos tenham deixado demasiado conotados com o conceito de “coro”, o que por vezes faz com que as pessoas se esqueçam que somos um artista com um projeto próprio. E isto não acontece só por parte do público. Mesmo no mundo da música há quem tenha uma ideia um pouco distorcida do que são os Shout!.
É difícil manter um projeto com estes moldes em Portugal? Sentem-se por vezes “abafados” pelos intérpretes de música mais comercial?
A resposta à primeira pergunta é sim. É difícil por vários motivos e começa logo pela logística interna do grupo. Há alturas em que é complicado gerir disponibilidade e sensibilidade de tantas pessoas mas fomos aprendendo a contornar este aspeto. A resposta anterior também ajuda a explicar mais algumas das dificuldades com que nos deparamos mas o amor à camisola tem sido mais forte do que todas as dificuldades. Não nos sentimos “abafados” pela música mais comercial porque tudo tem o seu espaço. Ou deveria ter... Até porque o conceito de música comercial se generalizou tanto que já não há fronteiras tão definidas. Sentimos mais que continua a haver algum preconceito em relação ao que é importado/nacional. Temos os casos de artistas estrangeiros com as nossas características que anualmente enchem Coliseus...
Podem proporcionar-nos uma breve viagem pelos álbuns que já gravaram? O que distinguia cada um deles do anterior?
O primeiro foi o Sara e Shout! e éramos puramente um grupo gospel com um cariz tradicional. No segundo álbum, Human Faith, já eramos um artista autónomo e a maioria dos temas eram originais. A sonoridade já tinha algumas fusões afastando-se do gospel tradicional. Depois gravámos um disco de Natal com arranjos dentro da linha do Human Faith. Seguiram-se alguns anos sem editar e em 2011 resolvemos gravar algo que nos representasse melhor naquele momento e decidimos fazê-lo ao vivo aproveitando para registar o concerto também em DVD. Para além de temas new gospel, apresentámos algumas versões que fizemos de temas como True Colors, Redemption Song ou Saudade, dos Trovante. Neste disco tínhamos consolidado uma nova sonoridade.
O novo disco de que agora se fala, e do qual já apresentámos aos nossos leitores "Make it right", traz um ambiente completamente novo? Como se caracteriza este álbum que sairá em 2016?
Este próximo disco continua a nossa evolução como artista. Tem sido um percurso natural e sentimos necessidade de voltar a gravar originais. As várias influências que temos e a nossa identidade como grupo acabaram por se ir revelando e resultou neste conjunto de músicas que estamos a gravar. É certamente um álbum diferente daquilo a que acostumámos o público e estamos ansiosos pelas reações.
O vosso espetáculo junta muita gente em palco. A logística inerente aos vossos espetáculos alguma vez foi enunciada como entrave à realização de um maior número de concertos?
Várias vezes. Especialmente no que diz respeito a espetáculos fora do país. Mas basta ter que sair de Lisboa e os obstáculos começam a levantar-se.
Todos os elementos dos Shout se dedicam em “regime de exclusividade” à música? Quais os projetos que abraçam fora dos Shout?
Não. Temos vários cantores profissionais mas também temos agentes de viagens, professores, gente do marketing, fotógrafos, etc.
Com o novo disco vem também um novo espetáculo? Quais são as próximas datas?
No dia 21 de novembro estaremos no Auditório Nunes Forte na Venda do Pinheiro, e no dia 5 de dezembro em Sines. Mas fiquem atentos ao nosso facebook (www.facebook.com/shoutportugal).
Ficamos muito gratos pela atenção que dedicaram aos nossos leitores. Para terminar gostaríamos que partilhassem os vossos sonhos para 2016.
Os nossos sonhos são modestos. Vender 1 milhão de cópias do novo álbum e fazer uma tournée mundial! (risos)
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