Diego Galaz. Um violinista diferente.

Diego GalazNo dia em que Diego Galaz se apresenta num espetáculo único em Coimbra, no Salão Brazil, fazendo-se acompanhar dos portugueses Zé Perdigão e Ricardo Silva, publicamos esta entrevista. Possibilitamos assim aos nossos leitores conhecerem um pouco melhor este músico que, partindo do violino, sobe ao palco com outros instrumentos tão diversos como interessantes. O espetáculo promete divertimento e uma certa informalidade até porque como nos disse: «Tento sempre que os meus concertos sejam divertidos, informais mas com uma proposta musical que se baseia num trabalho sério. Aposto na proximidade com o público e gosto de tocar no meio das pessoas». A proposta para o espetáculo de Coimbra é combinar a música popular espanhola e o fado e Diego encara-o de uma forma muito positiva dizendo: «A oportunidade de tocar com alguns dos melhores músicos de Portugal é uma forma maravilhosa de desfrutar e aprender».

Diego, muito obrigado por nos conceder esta entrevista. O violino foi sempre o seu instrumento preferido?
Foi o meu primeiro instrumento. A primeira vez que o ouvi e vi na televisão fiquei encantando. Aos meus seis anos de idade já não tinha qualquer dúvida. Queria ser violinista.

Alejandro Yagüe e Vila Isabel são nomes marcantes na sua vida enquanto músico? O que absorveu de cada um deles?
A única forma de aprender um ofício é com o apoio de grandes “mestres”, ou seja, professores. Alejandro é um dos compositores mais importantes da Europa e transmitiu-me o amor pela música. Isabel, uma das melhores violinistas de Espanha, ensinou-me a técnica e a profissão. Para além disso incentivou-me a descobrir novas e diferentes músicas, não se restringindo à música clássica.

Diego GalazEm que altura da sua vida sentiu necessidade de explorar novas sonoridades e novas formas de as produzir?
Sempre quis aprender mais do que aquilo que estava previamente estabelecido. Quando descobri a música popular, apercebi-me de que seria essa a área à qual queria dedicar a minha vida. A música clássica é maravilhosa mas não é a única. Para além disso os grandes compositores clássicos basearam a sua música na música popular. Foi nela que se inspiraram. Até morrer, irei sempre explorar novos caminhos.

Quais os instrumentos que traz na sua bagagem para os espetáculos que está a realizar em Portugal?
Venho com o meu violino. Para além disso, o serrote acompanha-me sempre. Tenho cinco “violines trompeta”, um “violín caja de puros” e vários mandolins. Comprei um bandolim na Casa da Guitarra no Porto. Tento comprar sempre um exemplar quando viajo.

A música de cariz popular é a que melhor o satisfaz enquanto performer?
Para mim, a música de cariz popular é aquela que mais se aproxima da realidade do povo. Representa a nossa história, o nosso património. As pessoas sempre estiveram ligadas à música popular. Era um caminho de fuga para uma vida melhor em tempos de pobreza.

Como caracteriza os seus concertos?
Tento sempre que os meus concertos sejam divertidos, informais mas com uma proposta musical que se baseia num trabalho sério. Aposto na proximidade com o público e gosto de tocar no meio das pessoas.

Quais os músicos que mais admira e que mais o influenciaram?
Admiro todos os músicos que dedicam a sua vida a esta profissão. Stephane Grappelli, Duke Ellington, Oscar Alemán, Edith Piaf e Mozart são algumas das minhas influências.

Diego GalazJá colaborou com vários músicos e projetos musicais. Há alguns que o tenham marcado para sempre?
Qualquer que seja a experiência com outros músicos de outros países é sempre maravilhosa. Talvez meus encontros com músicos árabes e africanos tenham sido especiais pela diferença de culturas. No que concerne aos meus encontros em Portugal, posso dizer que têm sido sempre mágicos, pois descobrimos coisas diferentes entre espanhóis e portugueses mas que afinal até nos unem.

Num dos seus espetáculos cá em Portugal terá consigo em palco os músicos Zé Perdigão e Ricardo Silva. Como surgiu esta ideia de se juntarem?
O Pedro Seixas é o culpado deste encontro. Ele propôs-me combinar a música popular espanhola e o fado. Numa base de respeito mútuo, claro. A oportunidade de tocar com alguns dos melhores músicos de Portugal é uma forma maravilhosa de desfrutar e aprender.

A composição de bandas sonoras é outro trabalho do qual se ocupa. Sente-se bem ao criar sonoridades para imagens e movimentos? Encara a arte num contexto de expressões integradas?
Trabalhar com o universo audiovisual é para mim uma experiência mágica. Poder musicar imagens é uma das coisas que mais gosto, já que quando componho para os meus discos sempre penso em cenas, paisagens... Considero que um bom documentário ou uma boa película fazem com que a inspiração musical seja mais pura. As imagens bonitas originam emoções que de outra maneira não poderiam surgir.

Muito obrigado por este tempo que nos dedicou. Para terminar, gostaríamos de lhe perguntar se conhece muitos músicos portugueses e quais os que mais admira.
Admiro muitos, mas Amália Rodrigues e Carlos Paredes são imprescindíveis na minha discoteca. Júlio Pereira, Luís Peixoto, Madredeus... Amo a música portuguesa. É maravilhosa.

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