D’Alva: “A nossa carreira é muito curta, ainda temos muito por explorar”
Em vésperas do espetáculo do dia 4 de junho no Cineteatro Alba em Albergaria-a-Velha, o projeto de Alex D'Alva Teixeira e Ben Monteiro concedeu uma entrevista ao Portal do Conhecimento Musical. Género: "(...) insistimos sempre na Pop, apenas porque nos permite a flexibilidade necessária para ir beber a qualquer outro género, mas na sua génese as canções que fazemos são Pop". Palco ou Estúdio? "O estúdio é onde fazemos o trabalho de casa, o palco é onde entregamos o que é nosso ao público". Internacionalização? "Na nossa mente gostávamos de conseguir tornar D'Alva mais "universal" como por exemplo os Buraka Som Sistema, mas não é claro ainda como o vamos fazer. Mas sabemos que não queremos abandonar o português e isso tem as suas condicionantes". Novidades? "Vamos estrear em breve, em algumas datas, um formato diferente que apelidados de "D'Alva Redux +" em que somos apenas 4 em palco (...)".
Muito obrigado por responderem às questões do XpressingMusic – Portal do Conhecimento Musical. O facto de fundirem na vossa música as influências de nomes como Michael Jackson, Spice Girls e James Blake revela que a vossa música não se pode compartimentar?
Poder pode, mas provavelmente ainda temos muito espaço a explorar. Apesar de termos um disco carregado de vários géneros diferentes, quando fazemos música, sabemos intuitivamente o que é D'Alva e o que não é. A nossa carreira é muito curta, ainda temos muito por explorar.
Quais são as principais mensagens que desejam transmitir ao público com a vossa música?
Não temos uma mensagem concreta na música em si, talvez tenhamos na nossa postura na música e fora dela. Mas, quem somos, verte sempre para o que críamos, neste caso a música, mas não é intencional. Regra geral a arte não precisa de uma mensagem, a expressão por si mesma é o objetivo maior, e desse pondo de vista fizemos um disco com a música que queríamos ouvir e tocar.
Como caracterizam #batequebate em termos de mensagem e género musical?
Se há uma mensagem no #batequebate talvez seja o que o público ouviu e tomou como seu, a postura "#LLS" ou seja Livre Leve e Solto. Aliás para algumas pessoas que nos rodeiam #LLS já substituiu o "yolo". Quanto ao género, insistimos sempre na Pop, apenas porque nos permite a flexibilidade necessária para ir beber a qualquer outro género, mas na sua génese as canções que fazemos são Pop.
O palco é o vosso habitat natural, ou a introspeção do estúdio torna-se também profícua para momentos mais reflexivos em prol daquilo que pretendem transmitir?
Ambos são verdade. O Alex deixa as suas verdadeiras cores vibrarem em palco, é um frontman como poucos em Portugal, e eu, no último ano e pouco, tenho assumido o meu papel como produtor, portanto em ambos os contextos estamos confortáveis. O estúdio é onde fazemos o trabalho de casa, o palco é onde entregamos o que é nosso ao público.
Quando compõem, o que vem primeiro? A mensagem ou a música e os seus elementos?
Em cada canção é diferente. Podemos retirar inspiração de um ritmo, de um riff, de uma frase, o que for, e trabalhamos em cima desse estímulo inicial.
Como encaram a vossa presença em tantos e tão prestigiados palcos? Julgam ser o merecido reconhecimento pelo vosso empenho?
De facto temo-nos empenhado bastante e no limite das nossas possibilidades, e isso é algo em que temos algum brio, mas mais do que ser merecido ou não, é também resultado da equipa que temos a trabalhar connosco desde o management até à equipa técnica... e uma dose de sorte, e a sorte é uma variável que ninguém controla. Desejamos que, nós e a nossa banda, possamos fazer música full-time, para que os espetáculos possam ser ainda melhores. Mas pensado nos palcos que já pudemos pisar e nos que ainda temos pela frente em tão pouco tempo de carreira, por um lado deixa-nos humildemente honrados, mas bastante cientes da nossa responsabilidade. Os promotores investem e acreditam em nós. O público paga para nos ver, e temos que lhe dar mais ainda, se possível, do que esperam. Não queremos ser uma banda de "buzz" apenas, queremos que a atenção que temos recebido seja confirmada em palco. Podemos não conseguir, mas certamente que fazemos por dar tudo.
Onde os nossos leitores vos poderão ver e ouvir em breve?
Este verão vai ser muito cheio, vamos andar para cima e para baixo no nosso país, desde grandes auditórios a começar com o Rivoli e o CCB em nome próprio, como grandes festivais, e muitos festivais de mais pequena dimensão, e é aí que nos sentimos em casa. O ideal será passar pela nossa página de FaceBook, onde temos sempre uma imagem com as datas e locais.
Há novidades para os próximos concertos?
Há sim! Vamos estrear em breve, em algumas datas, um formato diferente que apelidados de "D'Alva Redux +" em que somos apenas 4 em palco, teremos também os espetáculos em auditórios que têm uma dinâmica totalmente diferente e, nos festivais, queremos consolidar o que conseguimos conquistar o ano passado.
Quem são os músicos que sobem ao palco convosco?
Para além de nós dois, temos o Gonçalo Almeida na bateria e que por vezes dá uma perna nos sintetizadores, o Ricardo Ramos que toca sintetizadores, samples e percussão, a Carolina Barreiro que roubámos ao coro do Samuel Úria canta e temos um elemento novo que preferimos não revelar a não ser nos palcos!
Já pensaram alguma vez na internacionalização do vosso projeto?
No início não! Mas com o decorrer do disco, recebemos feedback bastante positivo por parte de outros países. Na nossa mente gostávamos de conseguir tornar D'Alva mais "universal" como por exemplo os Buraka Som Sistema, mas não é claro ainda como o vamos fazer. Mas sabemos que não queremos abandonar o português e isso tem as suas condicionantes.
Pensam que a música portuguesa vive um bom momento?
Sim, claramente. Pelo menos a nível criativo. Bom seria que a nível financeiro as coisas estivessem equiparadas mas, face à condição que vivemos em Portugal, o cenário torna-se mais escuro. Mas veremos o que acontece no próximo par de anos.
Têm muitos sonhos por concretizar neste projeto?
Se formos sinceros já realizamos grande parte. Queríamos criar espaço na música Portuguesa para o género Pop, e no último ano editaram-se bons discos Pop, desde o Éme, a Ana Cláudia e mais recentemente a Isaura, e a lista vai aumentar. Queríamos estar envolvidos com moda e isso aconteceu através da nossa participação na Moda Lisboa num desfile do nosso querido Luís Carvalho e que entretanto nos abriu mais portas dentro dessa comunidade e relações com designers mais jovens que respeitamos e com quem queremos colaborar. Queríamos ter uma equipa excelente a nível audiovisual e temos o Angie Silva como realizador de D'Alva, o André Santos um artista visual que ambos gostamos imenso a tratar dos nossos visuais ao vivo, e uma lista enorme de outras coisas longa demais para enumerar. Ainda há coisas que ambicionamos e que só o tempo pode trazer. Fazemos por viver no aqui e agora, sempre foi a nossa postura desde o início. Portanto, se as coisas continuarem a correr como têm corrido, em breve começamos a desvendar os nossos objetivos, se ficarem por aqui, ficaremos satisfeitos na mesma.
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