Quarteto Vintage. A entrevista no mês em que completam 13 anos.
Iva Barbosa, João Moreira, José Eduardo Gomes e Ricardo Alves estão de parabéns. Neste mês de novembro, o Quarteto Vintage completa 13 anos. Esta é a entrevista que passa em revista estes 13 anos do Quarteto Vintage, mas que também se debruça sobre o que fazem no presente e os projetos que lançam para o futuro. "Estes 13 anos foram cheios de grandes momentos de partilha pessoal e musical. Fizemos muitas viagens juntos das quais temos recordações incríveis e que vão ficar para sempre na memória. Gravámos 2 cd's, cruzámo-nos e trabalhámos com pessoas excecionais que contribuíram para o crescimento do grupo. São estas experiências em conjunto que nos fazem querer continuar".
O Quarteto Vintage é formado por Iva Barbosa, João Moreira, José Eduardo Gomes e Ricardo Alves. Todos vocês têm carreiras pessoais muito sólidas e reconhecidas. O que tem mantido o grupo tão coeso ao longo destes últimos 13 anos apesar de todos os elementos terem carreiras tão brilhantes e intensas?
O que nos une é uma forte amizade e muito prazer em tocarmos juntos. Todos temos uma vida profissional e pessoal muito intensa e ativa, e o quarteto faz parte de cada uma das nossas vidas. Achamos que esta é a chave para mantermos o grupo sempre ativo e coeso.
Mas então como começou este grupo? Podem fazer-nos uma retrospetiva agora que completam 13 anos de existência?
O quarteto começou na disciplina de música de câmara da Escola Superior de Música e das Artes do Espetáculo do Porto. Quando acabámos o curso decidimos continuar com o grupo e aqui estamos! Foi muito importante começarmos a tocar juntos ainda enquanto estudantes porque criámos uma dinâmica muito intensa à volta do grupo e laços pessoais muito fortes.
Podem falar-nos um pouco do reportório? Tem sido fácil conciliar os gostos de todos os elementos?
O nosso repertório é vasto e muito eclético. Tocámos o grande repertório escrito para a formação, alguns arranjos e até música popular. Investimos muito tempo e dinheiro na pesquisa e encomenda de peças; só assim é possível filtrarmos o tipo de música com que nos identificamos mais. Nunca foi um problema conciliar gostos, pois felizmente temos gostos parecidos e temos ideias bem definidas do que queremos transmitir enquanto grupo de música de câmara. Obviamente que o tipo de repertório que procuramos foi evoluindo e modificando a par do nosso crescimento. Além de tentarmos executar ao mais alto nível o repertório escrito para a formação, um dos nossos grandes objetivos é marcar a diferença pela originalidade e criatividade dos projetos e, felizmente, já somos reconhecidos por isso. Alguns exemplos disso são: - a primeira versão mundial para quarteto de clarinetes e solista do Quinteto em LáM, K581 de W. A. Mozart (originalmente para quarteto de cordas e clarinete), que estreamos em 2010; - a versão para quarteto de clarinetes, percussão, piano e 4 cantores do compositor Vítor Faria, da ópera portuguesa "Serrana" de Alfred Keil, que estreamos em 2010; - Concebemos e estreamos este ano a primeira versão para quarteto de clarinetes e electrónica da peça New York Counterpoint de Steve Reich. Apenas realçamos estes exemplos, pois ilustram um dos caminhos que vamos traçando. Neste momento, já temos um vasto número de projetos diferentes que podemos oferecer a quem nos convida para tocar.
Para além do clarinete em si bemol, quais os outros clarinetes utilizados?
Usamos praticamente toda a família do clarinete : Clarinete em Mib (requinta), clarinete em sib e em Lá, clarinete alto, cor-de-basset, clarinete baixo e clarinete contrabaixo. Isto acontece exatamente porque estamos constantemente à procura de novas sonoridades.
Em 13 anos de carreira viveram certamente momentos marcantes e inesquecíveis. Podem partilhar com os nossos leitores, alguns desses momentos?
Estes 13 anos foram cheios de grandes momentos de partilha pessoal e musical. Fizemos muitas viagens juntos das quais temos recordações incríveis e que vão ficar para sempre na memória. Gravámos 2 cd's, cruzámo-nos e trabalhámos com pessoas excecionais que contribuíram para o crescimento do grupo. São estas experiências em conjunto que nos fazem querer continuar.
A experimentação sonora, a criação de novas obras e a colaboração com compositores formam o triângulo que vos define?
Sim, podemos dizer que neste momento sim. A chegada a este ponto foi uma evolução natural de um grupo que nunca parou de "pensar" e criar. Neste momento talvez este "triângulo" seja o caminho que estamos a seguir. Estamos muito felizes com este caminho, porque somos reconhecidos em vários cantos do mundo, e conseguimos desmistificar algumas ideias que limitavam as potencialidades atribuídas a um quarteto de clarinetes. É muito importante, não limitarmos a criação artística, só assim se progride.
Podemos esperar um novo disco para breve?
Possivelmente (risos). Queremos gravar outro cd brevemente. Um cd só com música portuguesa e original para a formação, mas para isso necessitamos de apoio financeiro que não tem sido fácil arranjar.
Passados estes 13 anos, já pensaram naquilo que nos pretendem oferecer para os próximos 13? (risos)
Queremos continuar a experimentar, errar, corrigir, voltar a experimentar, e acertar (risos).
Muito obrigado por nos terem concedido esta entrevista. Desejamos que os próximos anos vos tragam todas as recompensas pelo empenho e bom trabalho que têm realizado.
Muito obrigado nós por nos terem proporcionado esta entrevista e parabéns pelo vosso trabalho.
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