Brass Wires Orchestra em entrevista ao XpressingMusic
O seu mais recente trabalho chama-se “Cornerstone”. Os Brass Wires Orchestra têm apenas dois anos de existência e contam já com presenças em palcos internacionais, como o Hard Rock Calling e Hyde Park em Londres. Também os principais festivais nacionais como o Optimus Alive são ponto de passagem deste projeto que se dedica ao revivalismo do folk de autoria nacional. Após algum tempo a tocarem juntos, os Brass Wires Orchestra sentiram a necessidade de construir um conjunto de temas originais que mais tarde acabariam por se tornar em hinos incontornáveis nos seus concertos. Entre estes temas poderemos destacar, por exemplo, “Tears of Liberty” ou “Wash My Soul”.
Começamos esta entrevista por vos agradecer a amabilidade de nos dedicarem um pouco do vosso tempo. Como começou este projeto? Brass Wires Orchestra é um grupo de amigos que se juntaram para fazer música? Já se conheciam há muito tempo?
O projeto começou pela mão do vocalista Miguel da Bernarda e pelo desejo de querer formar um grupo musical que obedecesse a uma determinada estética e estilo. Começou então a busca para se munir de músicos para o plantel de sonho. O sentimento por detrás da vontade foi sempre a música como forma de comunhão, portanto quantos mais músicos em palco melhor. O que os elementos não esperavam era que a ligação fosse tão orgânica e fulminante. Rapidamente se gerou uma amizade profunda entre pessoas que mal se conheciam.
Quando ouvem o resultado final dos vossos ensaios e gravações sentem que a música que produzem é o resultado de uma mescla de influências? Quais as principais influências dos BWO?
Quando ouvimos as nossas músicas ganharem forma achamos sempre que provêm da nossa identidade como banda. Mas sabemos que as nossas referências musicais, ainda que mudem um pouco, vão estar sempre presentes, ora mais ou menos, no que compomos.
Podemos apontar as nossas referências principais para bandas como Arcade Fire, Fleet Foxes ou Mumford & Sons.
Do tempo em que tocavam nas ruas de Lisboa, de uma forma descomprometida, até hoje houve uma evolução grande? Receiam que a vossa música perca o ar rebelde e melodicamente brincalhão à medida que vão entrando em rotinas de maior responsabilidade relacionadas com a gravação de discos e a marcação de concertos em festivais de maior dimensão?
Houve um crescimento brutal desde que tocávamos nas ruas. A nível de composição, a nível técnico, a nível de performance e showmanship. Achamos que à medida que o projeto ganha mais responsabilidade e dimensão temos de sacrificar a espontaneidade e assumir uma posição mais séria no panorama musical nacional. Mas aceitamos isso com positivismo porque são fases distintas de um percurso.
Tocar no Hard Rock Calling em 2012 foi um grande passo para os BWO? Sentiram que este facto era a confirmação de que estavam a trilhar o caminho certo?
O Hard Rock Calling foi sem dúvida um dos momentos mais marcantes da nossa viagem. Cimentou nas nossas cabeças e corações a sensação de estarmos a fazer alguma coisa bem.
Hoje em dia tocam nos maiores festivais do país. Podem partilhar com os nossos leitores as próximas datas de concertos onde poderão ser ouvidos os BWO?
As próximas datas são: 9 de Agosto no Festival Oitavos Beat (Cascais) e 15 de Agosto no Festival Bons Sons (Tomar).
Podem falar-nos um pouco do vosso trabalho Cornerstone? O que nos traz este disco? Como foi o processo de gravação e produção deste álbum?
O Cornerstone é a compilação dos nossos primeiros 10 temas originais. Quisemos manter a ingenuidade e simplicidade que esteve presente desde o início e alterar o mínimo possível esses temas. O disco traz músicas espectralmente distintas, ora épicas e fortes, ora suaves e melódicas. Foi gravado nos BlackSheep Studios pelo Makoto Yagyu e Fábio Jevelim de PAUS. Masterizada pelo Frank Arkwright nos Abbey Road Studios, o Frank masterizou também Neon Bible dos Arcade Fire.
Sentem que Portugal está hoje mais aberto para as sonoridades da denominada World Music?
Portugal aos poucos e devagarinho vai abrindo portas a bandas como nós mas sabemos que a mudança vai sempre ser vagarosa.
Agora que já passaram por alguns processos inerentes à gravação de um disco, à produção de concertos de grande dimensão, têm alguns conselhos que possam deixar àqueles que agora iniciam o seu percurso pelo mundo da música?
O nosso melhor concelho é que se mantenham íntegros, humildes, focados e originais.
Quais os novos projetos que têm em preparação para os próximos tempos? Podem partilhar?
O nosso projeto atual é promover o Cornerstone pelo país no sentido de divulgar o nosso trabalho. Apesar disso, fazem já parte do nosso live set, alguns temas novos que esperamos incluir num próximo disco.
Há algum, ou alguns, sonho(s) que sejam comuns e transversais a todos os elementos do grupo e que ainda não tenham sido concretizados?
O nosso maior sonho... um que é partilhado por todos é a internacionalização da nossa banda. Queremos também, como todas as bandas, poder viver somente deste projeto. Por enquanto vamos lutando para que isso seja uma realidade.
Mais uma vez, muito obrigado por este momento de partilha que nos proporcionaram a nós e aos nossos leitores.
Obrigado pelo interesse e pelas perguntas. Esperamos que nos continuem a acompanhar e que possamos crescer juntos.
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