“Aquilo que Vocês Quiserem” em entrevista ao XpressingMusic na semana em que marcam presença na Casa da Música...
Cinco vozes femininas com os seus instrumentos de bolso dão corpo a este projeto que dá pelo nome "Aquilo que vocês quiserem". Para além da música, também o teatro e o humor marcam presença num espetáculo que assenta o seu reportório em arranjos e novas versões de melodias de bandas sonoras de filmes diversos. As cinco amigas, estudantes de música clássica, irão estar no próximo dia 16 de Fevereiro na Casa da Música a apresentar "Bandas Sonoras de Bolso".
Muito obrigado por terem aceitado o nosso convite para esta entrevista. Podem explicar-nos como nasceu este projeto?
Obrigada nós! Bom, este projeto foi basicamente o culminar das nossas noites recorrentes de improvisos. Já éramos as cinco amigas há algum tempo e entretanto decidimos levar esses improvisos mais a sério e formar o grupo.
Quais são afinal os vossos instrumentos de bolso? Qual a razão, ou quais as razões de tais escolhas?
No início, a nossa ideia principal era atuar pelas ruas e, por uma questão de logística, optámos pelo uso de instrumentos de dimensões mais pequenas. Não é que os instrumentos em si sejam de bolso, mas em comparação com outros de sonoridade idêntica, são de facto mais pequenos. O violoncelo equivale ao contrabaixo, o kazoo ao trompete, o ukelele à guitarra, a melódica ao acordeão, o toy piano ao piano e por aí fora.
O vosso reportório baseia-se em arranjos e versões de músicas de bandas sonoras de filmes... Foi consensual essa opção estética e temática?
Bem, os grandes gostos comuns entre nós as cinco sempre foram a música e o cinema, portanto foi uma decisão mais ou menos fácil de tomar.
Como "casam" o teatro e o humor com a vertente essencialmente musical do vosso espetáculo? Consideram essencial essa opção multidisciplinar e integradora das expressões artísticas?
Uma das componentes do nosso espetáculo é o recorrermos às diferentes expressões das máscaras de cada uma para dividirmos um monólogo de filme pelas cinco - visto cada uma ter uma espécie de personagem diferente representada nas sobrancelhas da sua máscara. Toda a restante apresentação em palco vai agindo de acordo com essas diferentes expressões e vamos tendo, ao longo de todo o espetáculo, pequenos apontamentos cinematográficos, uns mais subtis que outros, que não queremos desvendar ao pormenor.
Já conseguem caracterizar o vosso público? Há um perfil identificado para os seguidores do vosso projeto?
Essa é a parte gira, vai literalmente dos 7 aos 77! Já fizemos espetáculos só para crianças que correram muito bem (aliás, no dia 17 vão haver duas sessões para escolas). De resto, tanto a malta que devora filmes ao pequeno-almoço como os que não estão assim tão familiarizados arranjam pontos diferentes para gostar do que fazemos.
Será justo dizer que as ruas, os cafés e as sessões de poesia continuam a ser os "palcos" onde sentem que o vosso projeto faz mais sentido?
Como dizíamos há pouco, a ideia inicial sempre foi a de atuarmos na rua e o resto veio por acréscimo. Claro que nesses locais sentimos o público mais perto de nós e há uma sensação intimista diferente, que tem mais a ver com o nosso tipo de concerto. Seja como for, temos aprendido a moldar-nos e as experiências que tivemos em contextos de maiores dimensões que não nos eram tão familiares foram todas muito positivas e fizeram parte do nosso crescimento enquanto grupo. Ainda assim, se algum dia chegarmos ao Pavilhão Atlântico, no dia a seguir vamos para a Rua Santa Catarina na mesma sem problema nenhum. (risos)
A Semana da Juventude de São João da Madeira e o Festival Varandas no Porto foram as primeiras grandes oportunidades que tiveram de mostrar ao grande público o vosso trabalho?
Sem dúvida. Aliás, a Semana da Juventude foi o nosso berço. Tanto São João da Madeira como o Porto são as cidades em que temos mais amigos e conhecidos (a par com Espinho), o que ajudou na divulgação de um projeto que não tinha assim tanto tempo. O Festival Varandas foi particularmente importante por ter sido a primeira vez que atuámos no Porto (com contrato, pelo menos) e perante uma plateia significativamente maior. E Porto é Porto.
A vossa presença no próximo dia 16 de fevereiro na Casa da Música com o espetáculo "Bandas Sonoras de Bolso" vai trazer algumas novidades?
Bastantes. Para além de um repertório mais alargado em que estrearemos pelo menos cinco versões, traremos outras em versão beta. Visto que a Casa da Música nos disponibiliza recursos a que normalmente não temos acesso, haverá também um diferente cuidado cénico e multimédia. No fundo, será mais espetáculo do que propriamente concerto de banda.
Agradecemos mais uma vez a vossa amabilidade. Para terminar, gostaríamos que nos revelassem alguns dos próximos passos para o "Aquilo que Vocês Quiserem"... Podemos esperar por algum registo em áudio (CD) ou vídeo (DVD) para 2014?
As eternas perguntas difíceis. O nosso entrave é o tempo reduzido de que dispomos todas juntas. Costumamos intitular-nos, por brincadeira, os "Ferrero Rocher do Verão" uma vez que é quase exclusivamente nessa altura que nos conseguimos reunir as cinco, já que cada uma está a estudar em seu país diferente. Já tivemos algumas propostas de gravação de EP e é nosso desejo fazê-lo, mas não há, para já, datas em concreto.
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