Academia de Amadores de Música - Lisboa
"Fundada em 1884, a Academia de Amadores de Música é uma associação cultural sem fins lucrativos de Utilidade Pública. Em 1984 foi galardoada pelo governo português com a Ordem da Instrução Pública e com a Medalha de Mérito Cultural.
Em 1884, um grupo de sócios, fundadores da orquestra do Clube Guilherme Cossoul, formada no ano anterior, resolveram criar uma academia com o propósito de «difundir o gosto pela boa música, por meio de cursos regulares, concertos sinfónicos, palestras». O grupo de músicos amadores foi liderado pelo Dr. João de Korth e integrava nomes como o Dr. Esteves Lisboa, o Duque de Loulé, o Marquês de Borba, o Visconde de Mossâmedes, Augusto Gerschey, Henrique Sauvinet e o Visconde de Atouguia. Em agosto do mesmo ano, o rei D. Luís I, que aceitou ser Presidente Honorário, concede à Academia de Amadores de Música o título de Real.
O primeiro grande concerto da orquestra e do coro da Real Academia de Amadores de Música, dirigido pelo maestro fundador Filipe Duarte, foi a 6 de junho de 1884, no Coliseu dos Recreios com a 1ª audição da Pátria de Alfredo Keil. Grandes solistas como Guilhermina Suggia, Viana da Mota, Maria Helena Sá e Costa fizeram jus à fama alcançada pela orquestra dirigida sucessivamente por Victor Hussula, Goñi e por último, por Pedro Blanch.
Na década de 20 a Academia de Amadores de Música (AAM) presta relevantes serviços à música graças à ação do pedagogo Padre Tomás Borba, que introduz no ensino musical novos métodos e a formação geral dos alunos, contando para tal com a cooperação de professores de grande notoriedade. É também da sua responsabilidade a vinda para a Academia de Fernando Lopes-Graça em 1941 que, até ao seu falecimento em 1994, será a figura tutelar da Academia onde desenvolveu projetos que marcaram indelevelmente a História da Música em Portugal: Gazeta Musical (e de todas as Artes); Concertos «Sonata»; Dicionário de Música (ilustrado) e o Coro da Academia de Amadores de Música (hoje Coro Lopes-Graça da AAM).
Em 1980, as novas condições sociais e políticas permitiram que a Direção e o Diretor Artístico Fernando Lopes-Graça consolidassem o prestígio da AAM, do ponto de vista cultural e pedagógico. Em 1984 a Escola da AAM obtém o Paralelismo Pedagógico que lhe permite ministrar cursos a nível oficial e em 1996 ser a 1ª escola de Música do Ensino Particular e Cooperativo a obter Autonomia Pedagógica.
Em 1993 uma nova geração de dirigentes, relança alguns dos projetos estruturantes da AAM como a Gazeta Musical, a Orquestra de Amadores de Música, Concertos da AAM à 4ª feira. Cria a Festa Anual e o Coro dos Pequenos Cantores que grava o CD Loik, com música de compositores portugueses para vozes brancas e dedicado ao povo de Timor (1996). Esta dinâmica permitiu a realização de projetos de maior monta como por exemplo as óperas de compositores que vão de “Dido e Eneias” de Purcel, a “A Arca de Noé” de Britten, passando pela “Eloise” de Karl Jenkins. No século XXI nomes relevantes do panorama musical em Portugal prestigiam a AAM, a par de nomes há muito ligados à Academia como o musicólogo Mário Vieira de Carvalho e o Arq. Romeu Pinto da Silva, os compositores Maria de Lurdes Martins, Carlos Marecos, Sérgio Azevedo, Eurico Carrapatoso, os musicólogos, Rui Nery, Vanda de Sá, Teresa Cascudo e Maria José Artiaga, ou ainda, entre muitos outros, os nomes da música popular e do Jazz como Pedro Aires de Magalhães, Teresa Salgueiro e Carlos Bica".