Morreu Edwin Gordon. Fica um legado que não pode jamais ser esquecido.

Nascido nos Estados Unidos, Edwin Gordon disseminou a sua teoria musical baseada em 5 pontos: “Ouvir”; “Interpretar”; “Ler”; “Escrever” e “Criar”. Sempre defendeu a importância em perceber o funcionamento da mente ao tocar música e ao ouvi-la.

EDWIN E GORDON noticia morte

Edwin Gordon e os ensinamentos que nos deixa

Soubemos através da página do FaceBook do “Iegam - Instituto Edwin Gordon Aprendizagem Musical”. Edwin Gordon deixa para trás um dos mais importantes contributos no sentido de enaltecer o papel da música na formação integral do ser-humano.

À capacidade de ouvir um som e compreendê-lo chamou «audiation», referindo que esta «audiation» está para a música como o pensamento está para a linguagem. A sua teoria enaltecia a “finalidade maior” de possibilitar que os alunos ouçam, numa fase inicial, com ajuda da perceção auditiva e posteriormente sem essa ajuda. Pretendia que inicialmente se desse mais valor a atividades que se prendam com a audição de padrões melódicos e rítmicos, seguindo-se a fase da reprodução. Só posteriormente, e após a concretização destas etapas, considerava pertinente solicitar a leitura musical.

O desenvolvimento musical em crianças recém-nascidas e em idade pré-escolar

Gordon dedicou-se ainda ao estudo do desenvolvimento musical em crianças recém-nascidas e em idade pré-escolar. Foi importantíssimo o seu contributo nesta área e, as conclusões advindas das suas demandas foram largamente abordadas em todo mundo, encontrando em Portugal acérrimos defensores e seguidores do seu método.

Educação em música vs Orientação musical

Deixou bem clara a sua posição relativamente à diferença entre educação em música e orientação em música. Na sua obra “Teoria da Aprendizagem Musical para Recém-nascidos e Crianças em Idade Pré-Escolar” deixou bem claro:

Orientação é, por definição, informal, enquanto educação é sempre formal, pelo menos em certo grau. A orientação informal pode ser estruturada ou não-estruturada. Quando a orientação não é estruturada, os pais ou professores põem a criança em contacto com a cultura, naturalmente sem planificação específica. Quando é estruturada, planeiam a lição especificamente. Uma característica marcante, quer da orientação estruturada quer da não-estruturada, é que nenhuma delas impõe informação ou competências à criança.

A sua ideia era fazer com que as crianças fossem encorajadas a absorver a sua cultura ao serem colocadas em contacto com a mesma.

Música na vida das crianças o mais cedo possível

Gordon sempre defendeu que as crianças deviam ser colocadas em contacto com a música desde cedo para que as células não dirijam o seu desenvolvimento para outros sentidos e o sentido da audição fique negligenciado para o resto das suas vidas.

A este propósito dizia na obra que já referimos:

se uma criança muito pequena não tiver a oportunidade de desenvolver um vocabulário de audição musical, as células que teriam sido usadas para estabelecer esse sentido auditivo serão, no melhor dos casos, direcionadas para outro sentido, talvez o da visão, que ficará fortalecido à custa do sentido da audição. Nenhuma medida de educação compensatória posterior poderá eliminar na totalidade essa deficiência.

Limitámo-nos a lembrar alguns dos seus contributos que foram deveras maiores e nada quantificáveis num artigo que deseja somente lembrar e homenagear um dos grandes pilares da Educação Musical dos séculos XX e XXI.

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