Festival de Música Antiga de Castelo Novo | 3ª Edição | julho 2015

Nos dias 24, 25 e 26 de julho Castelo Novo - Fundão recebe espetáculos nos quais surgirão compositores e obras, interpretados à luz das práticas dos períodos Medieval, Renascentista e Barroco.

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Sob a direção artística de Pedro Rafael Costa, Castelo Novo, Fundão, receberá o 3º Festival de Música Antiga.

É o próprio diretor artístico que afirma a evidência de que nos últimos anos tem havido um crescente interesse pela música do passado, em especial pela música escrita antes do Século XIX. Tal fator não está certamente dissociado do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido por musicólogos, construtores de instrumentos e intérpretes. Assim, tem-se redescoberto um repertório, de compositores e de instrumentos.

«Esse trabalho tem revelado uma riqueza extraordinária e conduziu progressivamente, através de muita investigação, a uma prática interpretativa que se aproxima dos ideais cultivados em cada época. A busca dessa prática interpretativa, por sua vez, conduziu, na atualidade, à redescoberta e à construção de instrumentos que, em alguns casos, apenas sobreviveram à passagem dos séculos em gravuras ou manuais de organologia. Com os instrumentos construídos na sua plenitude original, tocados com uma interpretação rigorosa de época, obtemos uma reconstituição esplendorosa dos ambientes sonoros dos séculos que nos precederam». Ventos Nocturnos - Festival de Música Antiga de Castelo Novo pretende fazer essa reconstituição durante três dias em que serão realizados vários espetáculos.

Nestes espetáculos surgirão compositores e obras que serão interpretados à luz das práticas dos períodos Medieval, Renascentista e Barroco. As performances serão levadas a cabo em instrumentos ou cópias de instrumentos originais. Procura-se então desta forma reproduzir hoje as sonoridades do passado.

Nesta terceira edição do Festival de Música Antiga de Castelo Novo haverá novidades. Destas, destaca-se a presença de um Órgão Positivo que, no período barroco foi bastante estimado e admirado.

Como diz Pedro Rafael Costa, «o engenho humano produziu um instrumento portátil, construído segundo o mesmo modelo do citado órgão pleno, com a produção do som feita através da passagem do ar por um conjunto de tubos de tamanhos diversos, tornando-se assim possível a sua utilização nos mais variados espaços».

Este Órgão Positivo marcará presença em três dos concertos deste Festival. Recuperará as várias funções para as quais era solicitado: como solista, no cumprimento do Baixo Contínuo e adaptado como substituto dos remanescentes instrumentos do trecho musical original.

À semelhança do sucedido em 2014, o Festival abre com Teatro. A Este-Estação Teatral, companhia de teatro sediada no Fundão, irá apresentar a peça A entrada do Rei, de Jacinto Cordeiro. Esta peça viu a sua estreia acontecer em 2014 no Festival de Teatro Clásico de Alcantara, Espanha.

O primeiro concerto acontecerá na Capela da Misericórdia e protagonizará também novidades no Festival. Assim, a Viola da Gamba, importante instrumento do período barroco, apresentar-se-á pela primeira vez em Castelo Novo enquanto instrumento solista. Evidenciará um diálogo com cravo e violoncelo. Presentes neste concerto, "Les basses réunies" interpretarão a música da transição do período barroco para o clássico. Este será o primeiro de dois espetáculos que obedecerão ao tema Música do Período Galante. Os intérpretes serão os músicos do agrupamento Camerata da Cotovia.

Na Igreja Matriz acontecerá o segundo espetáculo, um recital com árias barrocas, «com duas vozes femininas, soprano e alto, assegurando o órgão, não só as secções reservadas aos acompanhamentos instrumentais, mas também o Baixo Contínuo». Em evidência estarão as obras de Vivaldi e Handel, e ainda o Stabat Mater, de Giovanni Battista Pergolesi.

Mais novidades com o terceiro concerto. Pela primeira vez, o Festival de Música Antiga de Castelo Novo recebe um recital com instrumentos de cordas dedilhadas. Ambiciona-se neste caso um concerto intimista. Maria Correia interpretará, predominantemente, danças dos séculos XVII e XVIII, de autores italianos e ibéricos. Serão momentos para contemplar um arquialaúde e uma guitarra barroca. A Capela de Sant’Ana será pela primeira vez palco de um concerto do Festival.

A noite trará a um espetáculo que reunirá dança, música e multimédia e que terá lugar nos Jardins da Quinta do Ouriço, Solar da família Correia Sampaio.

Pela primeira vez o Ventos Nocturnos recebe a dança com o concerto performativo Martyria. «A bailarina Maria Carvalho, e o ensemble Les Secrets des Roys terão como pano de fundo a música de Dietrich Buxtehude - um dos mais importantes compositores e organistas do Norte da Alemanha do Século XVII -, e em concreto o seu impressionante ciclo de Cantatas Membra Jesu nostri». Será também oportunidade para usufruir de um conjunto de cantores e instrumentistas, num ambiente visual construído por Ruben Saints e pela Designer de Multimédia Lydia Neto.
O último dia do Festival terá às 11:00h um concerto litúrgico na Igreja Matriz. Uma cantora e um organista acompanharão a cerimónia da Celebração da Palavra.

Também anunciado como novidade é o ateliê para crianças com o título "Já cantam os galos". O objetivo prende-se com a interpretação de música antiga através do canto e do movimento. Neste, os pais são convidados a inscrever antecipadamente os seus filhos para esta atividade que acontecerá no decorrer da manhã de domingo. A apresentação terá lugar no final do Festival, após o último concerto.

No domingo pelas 15 horas, a Igreja Matriz recebe o concerto realizado subordinado ao tema da música do Período Galante. O título deste concerto versa "Compositores ibéricos e suas influências na segunda metade do Século XVIII". Um par de Traversos, acompanhados no Baixo Contínuo por cravo e por violoncelo barroco, são a essência dos Ars Iberica. Assim, Olavo Tengner Barros no traverso e direção artística, Alexandre Andrade no traverso, Sofia Nereide Pinto no cravo e Inês Coelho no violoncelo barroco encerram este 3º Festival de Música Antiga de Castelo Novo interpretando obras de compositores ibéricos sobejamente providos de influências europeias, sobressaindo as italianas. Será o momento para ouvir peças dos irmãos Joan e Josep Pla, de Pedro António Avondano, de Nicollò Jommelli e de Carl Philipp Emanuel Bach.

Programa e demais informações sobre o Festival de Música Antiga de Castelo Novo.

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