Nuno Santos, o inseparável trompete e a paixão pela música…

Nuno SantosNuno Santos Silva nasceu a 30 de novembro de 1980 na cidade do Porto e, apesar de ter optado por uma carreira profissional que não passa pela música, diz-nos que "mais do que um hobby, a música é uma paixão".
Atualmente é Solista e Chefe de Naipe efetivo na Banda Marcial da Foz do Douro - Filarmónica do Porto e trompetista na Banda Fórum. No âmbito do jazz e da música ligeira toca ainda com a OLVS Big Band - orquestra ligeira Vale do Sousa, na Invicta Big Band, na Orquestra de Jazz de Matosinhos Júnior e na Orquestra de Jazz Valentim de Carvalho. Fundou os seus 3 projectos musicais bastante ecléticos, nomeadamente o NUDIA DUO, o FADO DIFERENTE e o NUNO SANTOS SILVA – LIVE ACT.

XpressingMusic (XM) – Nuno, como e quando iniciou a sua aprendizagem musical?

Nuno Santos (N.S.) – Viva! Antes de mais queria agradecer ao XpressingMusic por esta oportunidade. Relativamente ao meu início musical, deu-se na Banda da Foz do Douro – Filarmónica do Porto, nomeadamente com o meu avô Joaquim Santos (também trompetista), quanto eu tinha 9 anos de idade. Ele ensinou-me o solfejo, a tocar trompete e ainda a marchar. Deu-me a base para poder ingressar no Conservatório de Música do Porto aos 10 anos.

Nuno SantosXM – Sempre deu valor à formação? Quais os "mestres" que mais o marcaram e que mais lhe ensinaram?

N.S. – Sim, estamos sempre a aprender até morrer. Diretamente, como já referi, o meu avô foi a peça fulcral para o início da minha carreira como músico e trompetista. Seguidamente, os meus professores do Conservatório, nomeadamente o Professor Macedo, Rui Brito e Paulo Silva foram cruciais na minha aprendizagem clássica. Para a linguagem mais ligeira, iniciei em 2009 o estudo do Jazz na Escola de Música Valentim de Carvalho, sob orientação pedagógica do Professor e Músico João Pedro Brandão. Tive algumas indicações teóricas de jazz com o Pedagogo e Músico Paulo Perfeito (que por acaso é meu primo e muito admiro) e práticas em trompete, com o músico trompetista Gileno Santana.
A formação contínua, para mim, é feita de diversas experiências e por algumas participações, das quais saliento: concerto "Orquestra do dia" na Casa da Música em 2007; Materclasse com Chris Cheek em 2009 com a temática "como improvisar"; Materclasse de Jazz com Jorge Rossy e Bill Mchenry em 2010; Estágio de Sopros de Góis sob regência do Maestro José Pedro Figueiredo e orientação dos professores Adriano Franco e Ismael Silva em 2011; 3ª Edição da Maior Jam Session de sempre no Porto em 2011; palestra de James Morrison, um dos mais conceituados multi-instrumentistas da actualidade em 2012; Workshop de Direcção de Banda orientado pelo Maestro José Eduardo Gomes em 2013.
Nuno SantosIndiretamente, aprende-se muito a ouvir... o que eu faço bastante e refiro alguns dos trompetistas que admiro: Wynton Marsalis, Roy Hargrove, Greg Houben, Ruud Breuls, Bobby Shew entre outros.

XM – Sendo a música, uma paixão para si, como nos diz na sua biografia, porque não optou por segui-la de tal forma que esta se tornasse uma profissão?

N.S. – Na altura que tinha que decidir não me pareceu muito lógico, simplesmente não o fiz. Se me perguntar se me arrependo, poderei até dizer que sim, mas é a vida... sempre feita de opções. Para ser franco, estou bem como estou, pois tenho um emprego certo de que gosto, e à noite e fim de semana posso sempre tocar. Eu não sou profissional mas ainda toco bastante com vários grupos completamente diferentes.

XM – Podemos dizer que, musicalmente se divide por quatro tipologias de projetos musicais? Falamos das bandas filarmónicas, da música ligeira/jazz, dos ensemble e dos seus projetos a solo...

N.S. – Sim, exactamente! Diria que toco precisamente nessas 4 categorias, ora vejamos...
Enquanto filarmónico, toco na Banda Marcial da Foz do Douro - Filarmónica do Porto e outras onde ajudo ocasionalmente como a Banda de Gondomar, Banda Fórum, Banda Musical de S. Martinho do Campo, Banda de Moreira da Maia, Banda de Música de Carregosa, Banda Musical de São Martinho da Gandra, Banda Vila Boa de Quires, Banda Musical Leverense, Grupo Musical de São Paio de Oleiros, etc.
No âmbito do ligeiro/jazz, toco na OLVS Big Band, Invicta Big Band, Orquestra de Jazz de Matosinhos Júnior, Orquestra de Jazz Valentim de Carvalho e ajudo pontualmente diversas Orquestras nomeadamente Jafumega, Kiko & the Jazz Nuno SantosRefugees, Graciano Saga, Paulo Perfeito NU Jazz Orchestra, Black Coffee and The Soul Business Band, Let's Groove Big Band, Orquestra Já no campo dos ensemble... Ritmos Ligeiros, Orquestra Ligeira de Gondomar, Orquestra Ligeira OLB3m, Orquestra Taxxis, Metro Big Band (orquestra americana), entre outras.
Fundei o "NuDia Duo" (trompete + piano + cajón), o "MOMENTUS - grupo musical para eventos & casamentos" e com o fadista Miguel Bandeirinha, o "Fado Diferente" (trompete + voz + cajón + guitarra).

A solo, em 2012, desenvolvi o meu projecto a solo: "LIVE ACT" - Improvisação de Trompete. Os temas podem variar consoante o espaço contratante, desde jazz, Baladas, Bossa Nova, Swing, Frank Sinatra, entre outras. Atuo nas mais variadas ocasiões para particulares e para empresas, em Inaugurações, Eventos, Casamentos, Exposições, Eventos evangélicos, Pubs, Cafés, Discotecas, Restaurantes, Bares, etc.

XM – Não se assumindo como um profissional da música, como consegue conciliar tantos e tão diversificados projetos? Pode dizer-nos em que projetos se encontra a trabalhar atualmente?

N.S. – Foi como referi anteriormente, a música para mim é o meu 2ª trabalho, pelo que apenas o poderei fazer à noite e aos fins de semana. Isto coincide com os meus concertos, por isso tudo é relativamente fácil de conciliar. Eu sou ainda agenciado pela KOSER (Consultoria Internacional de Negócio) que me auxilia também em termos de agenciamento de concertos, negociações, prospecção de mercado e questões técnicas que me facilita bastante.

Nuno SantosNeste momento, trabalho mais no meu grupo de fado: "FADO DIFERENTE". O Fado é, hoje em dia, um símbolo mundialmente reconhecido de Portugal, um estilo musical português que foi elevado à categoria de Património Oral e Imaterial da Humanidade pela UNESCO, logo merece a sua divulgação pelo que estou a trabalhar neste sentido. Este grupo fundado em Janeiro de 2013, é diferente do Fado original e funciona bastante bem com o trompete à mistura. Já tocamos na "A FÁBRICA", uma casa de eventos em Valongo; participamos no projeto de dinamização Oporto Art District (August Sounds'13), realizando uma tour de três concertos no A Favorita (hotel & restaurante), Breyner 85 e Gallery Hostel; realizámos uma tour de dois concertos (Galerias de Paris e MIEW Creative Agency), integrada no Festival dos festivais das Galeria de Paris; somos o grupo residente a tocar quinzenalmente (às 5ª feiras) na Adega Típica São João no Porto e ainda somos o grupo residente a tocar bimestralmente (na primeira 4ª feira do mês) no Gallery Hostel.

XM – tem participado em algumas gravações de CD's... Pode partilhar com os nossos leitores algumas dessas participações?

N.S. – Nunca gravei um CD meu mas já participei em algumas gravações com a Banda Marcial da Foz do Douro - Filarmónica do Porto, Invicta Big Band, Let's Groove Big Band e outros pequenos apontamentos para grupos comerciais.

XM – Tendo pisado já tantos e tão diversificados palcos, há algum que o tenha marcado de forma mais evidente?

Nuno SantosN.S. – Efetivamente já pisei alguns mas os mais marcantes foram a Casa da Música com a Banda fórum, a Sala Tejo no Pavilhão Atlântico com a Invicta Big Band, o Teatro Municipal São Luiz em Lisboa com o Quinteto de Jazz da Valentim de Carvalho, o Tribeca com o meu trio NUDIA DUO e a Praça da Liberdade no Porto com Kiko & the Jazz Refugees e a Equador Big Band.

XM – Muito obrigado por nos ter dedicado uma parte do seu tempo. Para terminar, gostaríamos de lhe deixar uma última questão. Há algum sonho ou projeto antigo que ainda não tenha concretizado e que pense que mais cedo, ou mais tarde, terá que realizar?

N.S. – Eu é que tenho que agradecer a vossa disponibilidade. Viajar é o meu sonho contínuo... e tenho que ir sem dúvida num futuro próximo ao coração do jazz: New Orleans!

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